Conversas
Com o historiador Federico Finchelstein e o jornalista Jefferson Barbosa
Quando
6/7/2020: edição digital disponível
8 e 15/7: conversas, às 17h
Eventos online | Grátis
Transmissão no canal de YouTube do IMS. Mais informações em Como participar
A serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, lança uma edição especial, gratuita e digital, com reflexões sobre o atual momento de exceção. A publicação estará disponível para download a partir de 6 de julho de 2020, segunda-feira, no site da revista.
Por ocasião do lançamento da edição especial, haverá duas conversas ao vivo pelo canal do IMS no YouTube, nos dias 8 e 15 de julho, às 17h. Grátis.
Pandemia e fascismo, com Federico Finchelstein
Mediação: Guilherme Freitas
O historiador argentino Federico Finchelstein participou de uma conversa sobre a atuação de líderes da extrema-direita global durante a pandemia.
8 de julho, quarta-feira, às 17h
Grátis
a conversa será em espanhol
Federico Finchelstein (1975) é professor de História na New School for Social Research, em Nova York, e autor de Do fascismo ao populismo na História (2017) e A Brief History of Fascist Lies (2020).
Pandemia e periferias, com Jefferson Barbosa
Mediação: Paulo Roberto Pires e Guilherme Freitas
O jornalista Jefferson Barbosa participa de uma conversa sobre o trabalho dos coletivos que estão na linha de frente da campanha contra a covid-19 nas periferias.
15 de julho, quarta-feira, às 17h
Grátis
Jefferson Barbosa (1996) é editor do PerifaConnection, plataforma de disputa de narrativa sobre as juventudes negras e periféricas, e integra a Coalizão Negra por Direitos.
Produzida em isolamento social, a revista traz seis artigos inéditos, escritos especialmente para a edição, que tratam da situação política do Brasil no contexto da epidemia. Além dos textos novos, a serrote publica a tradução de um artigo do historiador italiano Carlo Ginzburg (1939).
► Edição digital da serrote (disponível para download gratuito a partir de 6 de julho)
Em "O vínculo da vergonha", Ginzburg investiga como podemos repensar as relações entre indivíduos e comunidades a partir do sentimento da vergonha. "Há muitos anos, percebi de repente que o país a que pertencemos não é, como quer a retórica mais corrente, o país que amamos, e sim aquele do qual nos envergonhamos", afirma. Escrito em 2006, o texto ganha nova dimensão no contexto da atual crise sanitária e econômica.
Outro destaque é o ensaio de Federico Finchelstein (1975), que participa da live no dia 8/7. Em "O líder fascista como encarnação da verdade", o autor afirma que as atuações de Donald Trump e Jair Bolsonaro, no enfrentamento da epidemia, são amparadas em práticas autoritárias, de negação dos fatos. “Um eixo central dessa história, que parece se repetir em países como os Estados Unidos e o Brasil, é a ideia de um líder que se considera a encarnação da verdade e, com suas mentiras, enfraquece a democracia e chega até a estimular a expansão da Covid-19”, escreve.
Em “Nosso apocalipse zumbi”, a poeta e tradutora Stephanie Borges (1984) reflete sobre como a obsessão contemporânea pela figura do morto-vivo pode ajudar a entender o momento político brasileiro. Na lógica perversa dos filmes de zumbi, assim como na retórica bolsonarista, diz ela, quem se alia à morte e demonstra o maior desprezo pelo outro ainda consegue se imaginar como herói. Em contraponto a isso, Borges recorre ao imaginário afrofuturista para engendrar outras realidades.
Jefferson Barbosa (1996), que participa da conversa do dia 15/7, assina o texto “Estratégias para ficarmos vivos”. Editor do PerifaConnection, plataforma de disputa de narrativa sobre as juventudes negras e periféricas, ele relata suas experiências com os coletivos que estão na linha de frente da campanha contra a Covid-19 nas periferias, distribuindo cestas básicas, combatendo a desinformação e denunciando a violência policial. “Não podemos contar com um governo desumano que empurra o povo para valas comuns e que bem poderia ter como lema ‘Medo e ódio’”, afirma.
No ensaio "Homo bolsonarus", o cientista político Renato Lessa investiga a anatomia do movimento social que sustentou a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder. Distinto tanto do fascismo histórico quanto da tradição republicana brasileira do último século, o bolsonarismo libera uma violência que provém dos estratos mais arcaicos da experiência histórica nacional, sugere Lessa.
Em “Dia após dia após dia após dia”, o escritor e historiador Felipe Charbel revisita a obra de diversos autores, de Kafka e Gombrowicz a Ricardo Piglia e Julio Ramón Ribeyro, para analisar o impulso de manter um diário, hábito que ganhou nova dimensão em tempos de isolamento hiperconectado.
Já a filósofa Carla Rodrigues assina o artigo “Os fins do luto”, no qual enlaça as dimensões pessoais e coletivas da perda em tempos de pandemia. Segundo a autora, o confinamento pode ser comparado a um processo de luto, “cada um tentando se equilibrar no seu isolamento, no medo, na tentativa de perder os mortos sem abandoná-los”.
Eventos online. Grátis.
Não é necessário se inscrever antecipadamente.
As duas conversas acontecem ao vivo pelo canal do IMS no YouTube.
Pandemia e fascismo, com Federico Finchelstein
8 de julho, quarta-feira, às 17h
a conversa será em espanhol
Pandemia e periferias, com Jefferson Barbosa
15 de julho, quarta-feira, às 17h
► Edição digital da serrote (disponível para download gratuito a partir de 6 de julho)
A revista de ensaios, artes visuais, ideias e literatura do IMS sai três vezes por ano: março, julho e novembro. A publicação traz textos selecionados de autores brasileiros e estrangeiros, sempre ilustrados, sobre cultura, política, humor, novas perspectivas, atualidades, ficção, poesia e mais.