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Curso Literatura e conflitos

Curso

6 aulas

Quando

Entre 22 e 30 de novembro

Inscrição

R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia). Vendas pelo Eventbrite.

IMS Rio

Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea - Rio de Janeiro/RJ

Entre 22 e 30 de novembro, acontece no IMS Rio o curso Literatura e conflitos: uma série de encontros voltados para obras literárias que apresentam eixos temáticos relacionados a embates e lutas armadas. Clássicos da literatura universal e brasileira serão abordados em seis aulas com Antonio Cicero, Walnice Nogueira Galvão, Regina Zilberman, Paulo Roberto Pires, Murilo Marcondes de Moura e Rubens Figueiredo. 

O curso se realiza paralelo à exposição Conflitos: fotografia e violência política no Brasil 1889-1964, que apresenta um panorama da fotografia de guerras civis e outros conflitos armados envolvendo o Estado brasileiro, desde a Proclamação da República à instituição do AI-5 após o golpe de 1964.

Guerra do Contestado Vaqueanos da Serraria Lumber. Tres Barras (SC), 1915. Claro Jansson / Acervo Família Claro Jansson

Inscrição

R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia). 

Inscrição apenas através do site Eventbrite.


Aulas

1. Ilíada (Homero)

Quando

22 de novembro, quarta, das 19h às 21h

Ministrada por

Antonio Cicero

Primeiro livro da literatura ocidental, a Ilíada parece se tratar, pelo título, apenas de um breve incidente ocorrido no cerco dos gregos à cidade troiana de Ílion, a crônica de aproximadamente cinquenta dias de uma guerra que durou dez anos. No entanto, graças à maestria de seu autor, essa janela no tempo se abre para paisagens vastíssimas, repletas de personagens e eventos que ficariam marcados para sempre no imaginário ocidental. É nesse épico homérico que surgem figuras como Páris, Helena, Heitor, Ulisses, Aquiles e Agamêmnon, e em seus versos somos transportados diretamente para a intimidade dos deuses, com suas relações familiares complexas e às vezes cômicas.

Mas, acima de tudo, a Ilíada (Companhia das Letras) é a narrativa da tragédia de Aquiles. Irritado com Agamêmnon, líder da coalizão grega, por seus mandos na guerra, o célebre semideus se retira da batalha, e os troianos passam a impor grandes derrotas aos gregos. Inconformado com a reviravolta, seu escudeiro Pátroclo volta ao combate e acaba morto por Heitor. Cegado pelo ódio, Aquiles retorna à carga sedento por vingança, apesar de todas as previsões sinistras dos oráculos.

Antonio Cicero
Membro da Academia Brasileira de Letras e estudioso da literatura clássica, Antonio Cicero publicou ensaios sobre Homero e a cultura grega. É autor de livros sobre filosofia, literatura e artes, dentre os quais A poesia e a crítica(2017), Poesia e filosofia (2012) e Finalidades sem fim (2005). Poeta publicou, entre outros, Porventura (2012), ganhador do Prêmio ABL de Poesia. É também um dos mais reconhecidos letristas da música popular brasileira.

2: Os sertões (Euclides da Cunha)

Quando

23 de novembro, quinta, das 19h às 21h

Ministrada por

Walnice Nogueira Galvão

Os Sertões – marco fundamental nos estudos sobre a formação brasileira, ao lado de Casa-grande e senzala e Raízes do Brasil – foi escrito a partir de um trabalho jornalístico sobre a rebelião de Canudos, liderada por Antonio Conselheiro e duramente reprimida pelo governo. Baseada em teorias deterministas em voga na época, a obra (editora Martins Fontes) aborda cientificamente a influência do meio sobre o homem, como mostra a própria estrutura dos capítulos: ‘A terra’, ‘O homem’, ‘A luta’.

Walnice Nogueira Galvão
Escritora e ensaísta paulista, é professora emérita de teoria literária e literatura comparada da Universidade de São Paulo. Dedica-se à crítica literária e cultural e ao estudo da obra de Guimarães Rosa e de Euclides da Cunha. Suas pesquisas desenvolvidas por décadas em torno do autor de Os sertões culminaram nos volumes Euclidiana (Prêmio Academia Brasileira de Letras, 2009) e Diário de uma exposição (2000), reunião de reportagens realizadas por Euclides da Cunha. É obra sua a edição crítica de Os sertões, tarefa que levou oito anos, agora em 4ª edição.

3: O tempo e o vento (Erico Verissimo)

Quando

24 de novembro, sexta, das 19h às 21h

Ministrada por

Regina Zilberman

A saga O tempo e o vento, de Erico Verissimo, conta uma das histórias mais espetaculares da literatura nacional e resgatam o Brasil sulista do começo do século XX. A trilogia (editora Companhia das Letras) — formada por O ContinenteO retrato e O arquipélago — percorre um século e meio da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, acompanhando a formação da família Terra Cambará. Num constante ir e vir entre o passado — as Missões, a fundação do povoado de Santa Fé — e o tempo do Sobrado sitiado pelas forças federalistas, em 1895, desfilam personagens fascinantes, eternamente vivos na imaginação dos leitores de Erico Verissimo: o enigmático Pedro Missioneiro, a corajosa Ana Terra, o intrépido e sedutor Capitão Rodrigo, a tenaz Bibiana.

Regina Zilberman
Professora do Instituto de Letras, da UFRGS, atua principalmente nos temas de história literária, literatura gaúcha e formação do leitor, é autora de diversos textos e livros, dentre os quais o ensaio “Mulheres: entre o mito e a história”, que consta do Cadernos de Literatura Brasileira dedicado a Erico Verissimo publicado pelo Instituto Moreira Salles em 2003. É autora ainda de A literatura no Rio Grande do Sul (1992), Brás Cubas autor Machado de Assis leitor (2012) e Estética da recepção e história da literatura (2015).

4. A guerra não tem rosto de mulher (Svetlana Alexievitch)

Quando

28 de novembro, das 19h às 21h

Ministrada por

Paulo Roberto Pires

A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. Trata-se, porém, de um equívoco e de uma injustiça. Se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente.

É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro (editora Companhia das Letras) absolutamente apaixonante e forte. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Aleksiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.

Paulo Roberto Pires 
Jornalista e professor da Escola de Comunicação da UFRJ, atuou como crítico literário no Jornal do Brasil, n’O Globo e na revista Época. É autor das biografias A marca do Z – A vida e os tempos do editor Jorge Zahar (2017) e Hélio Pellegrino – A paixão indignada (1998). Publicou também os romances Se um de nós morrer (2011) e Do amor ausente (2000). Organizou a obra poética e jornalística de Torquato Neto nos dois volumes da Torquatália (2004). É editor da Serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles. Em 2016, durante a Flip, mediou o encontro com a escritora Svetlana Alexievitch.

5. A poesia brasileira e a Segunda Guerra Mundial (Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Cecília Meireles e Murilo Mendes)

Quando

29 de novembro, das 19h às 21h

Ministrada por

Murilo Marcondes de Moura

Elaborado ao longo de muitos anos, num processo de múltiplas leituras e interrogações, O mundo sitiado: a poesia brasileira e a Segunda Guerra Mundial é um livro raro no panorama atual. Em primeiro lugar, pela amplitude de sua aposta crítica - flagrar a resposta dos poetas brasileiros ao acontecimento mais traumático do século XX - e, na sequência, pela fineza e eficácia com que Murilo Marcondes de Moura, professor de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo, encadeia seus argumentos.

Após um capítulo inicial dedicado aos nexos entre a poesia de vanguarda e a Primeira Guerra Mundial, em que brilham as leituras de poemas de Guillaume Apollinaire, Wilfred Owen e Giuseppe Ungaretti escritos nas trincheiras, o autor passa a examinar as marcas do conflito de 1939-1945 na poesia de Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Cecília Meireles e Murilo Mendes. Nessa mudança de foco, a investigação crítica age como um poderoso prisma: parte do movimento intrínseco de suas respectivas obras para em seguida, ao situá-las diante do acontecimento histórico de escala mundial, acompanhar as refrações da guerra nos temas e na voz de cada escritor.

Livro (editora 34) que parece conter muitos livros dentro de si, O mundo sitiado, ao confrontar guerra e poesia, abre um campo praticamente inexplorado em nossos estudos literários - e ilumina de forma aguda e original as relações entre linguagem, história, mito e participação política num momento central do modernismo brasileiro.

Murilo Marcondes de Moura
Professor na Universidade de São Paulo e dedica-se sobretudo à literatura brasileira do século xx.  Como ensaísta, colaborou em diversos volumes de crítica literária. Organizou a Antologia poética de Murilo Mendes (2014) e O mundo sitiado – A poesia brasileira e a Segunda Guerra Mundial (2016), obra na qual examina as marcas do grande conflito nas poesias de Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Cecília Meireles e Murilo Mendes.

6. Guerra e paz (Tolstói)

Quando

30 de novembro, terça, das 19h às 21h

Ministrada por

Rubens Figueiredo

Guerra e paz (editora Companhia das Letras) descreve a campanha de Napoleão Bonaparte na Rússia ao mesmo tempo em que acompanha os amores e aventuras de Natacha, Andrei, Pierre, Nikolai, Sônia e centenas de coadjuvantes, não menos marcantes.

Rubens Figueiredo
Formado em português-russo pela ufrj, é professor de tradução literária e duas vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura com o livro de contos As palavras secretas (1998) e o romance Barco a seco (2002). Traduziu, de Tolstói,Guerra e paz e Anna Kariênina, além de Contos completos, Ressurreição e Uma confissão. Também cabe destacar suas traduções de Oblómov, de Ivan Gontcharóv, e Pais e filhos, de Ivan Turguêniev.


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