O Brasil da primeira metade do século XX recebeu artistas e intelectuais refugiados que colaboraram de muitas formas com a cultura do país, como Peter Scheier, Claudia Andujar, Paulo Rónai e as irmãs Elisa e Clarice Lispector, cujos acervos estão sob a guarda do Instituto Moreira Salles.
Hoje o país tem mais de 65 mil pessoas reconhecidas como refugiadas.
Refletindo sobre o espaço das pessoas em situação de refúgio, em intersecção com as artes, de uma perspectiva da dignidade humana, o IMS organiza a segunda edição deste evento que assinala o Dia Mundial do Refugiado, em 20 de junho.
A programação, gratuita, acontecerá em dose dupla na PUC-RIO.
A imagem de divulgação faz parte de uma série que retrata passageiros que tentaram a sorte em São Paulo sem êxito, em 1969. O Departamento de Imigração da Secretaria da Agricultura de São Paulo lhes dava um farnel e uma passagem de volta para casa. A viagem de trem, que durava 7 dias, partia da estação Roosevelt, em São Paulo, com destino a Salvador, Bahia, e foi registrada por Claudia Andujar, fotografa suíça refugiada de guerra.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Realização:
14h
Mesa com Rosana Kohl Bines e Ricardo Prata Filho, mediação Bruno Cosentino
Local: Solar Grandjean de Montigny, PUC-Rio
Bruno Cosentino media uma conversa entre Rosana Kohl Bines, professora, coordenadora do Grupo de Pesquisa Observatório de Mobilidade e Direitos Humanos (OMDH) e pesquisadora da obra do escritor judeu-brasileiro Samuel Rawet, e Ricardo Prata Filho, doutora em Relações Internacionais com pesquisa sobre sexualidade, migrações e direitos humanos e diretor da ONG LGBT+Movimento.
Ambas são integrantes da Cátedra Sérgio Vieira de Melo (ACNUR/PUC-Rio), voltada à promoção da educação e extensão acadêmica, com particular ênfase nos problemas de (des)proteção de direitos humanos de grupos de pessoas em movimento no e a partir do Brasil e do Rio de Janeiro (migrantes, deslocados, refugiados).
16h
Show com Zola Star
Local: Anfiteatro Junito Brandão, PUC-Rio
Lançamento de Loyembo, álbum de Zola Star, instrumentista congo-angolano e um dos principais nomes da música africana em diáspora no Brasil. Produzido por Gus Levy, Loyembo é, para Luiz Antônio Simas, “a pegada sonora que dialoga diretamente com a corporeidade: a música aqui é feita para que o corpo responda”.
Bruno Cosentino
Cantor e compositor. Criador e editor da revista de crítica musical Polivox. Doutor em literatura brasileira na UFRJ, com tese sobre amor e erotismo nos poemas e canções de Vinicius de Moraes. Trabalha na Coordenadoria de Literatura do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, onde, entre outras atribuições, é editor do site de Clarice Lispector.
Ricardo (Rica) Prata Filho
Doutora em Relações Internacionais pela PUC-Rio e pesquisadora em direitos humanos, migração, gênero e sexualidade. Atualmente, é docente de Relações Internacionais no Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID) da UFRJ e integrante da direção da LGBT+Movimento, organização que trabalha com escuta e acolhimento de migrantes e refugiadas LGBTTQIA+ no Rio de Janeiro.
Rosana Kohl Bines
Professora associada do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio. Integra o Centro Primo Levi PUC-Rio e a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (PUC-Rio/ACNUR), dedicada a atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre refúgio. É pesquisadora do CNPq, com projetos voltados aos estudos da infância no campo literário.
Zola Star
Representante da tradição da Rumba Congolesa do Soukous e da moderna música de Angola. Nascido em Angola, mudou-se para o Congo em virtude da situação política e da guerra de Independência, chegando em 1994 ao Brasil. Participou de vários festivais, entre eles o Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN/BH, a Mostra Maré de Música e Picadeiro Digital. Sua história foi contada na série documental Bravos! (TV Brasil, 2018), e um episódio da série Sons do Refúgio (Sesc TV, 2022) é dedicado ao seu trabalho. Também foi convidado para fazer parte da série Contemporâneos na Funarte.
Quando
20/6/2023, terça, a partir das 14h
Entrada gratuita
Lugares limitados, conforme capacidade do espaço.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
PUC-Rio
Rua Marquês de São Vicente, 225
Gávea - Rio de Janeiro