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Memórias Pretas em Movimento

Oficinas

Com Lila Foster, Jasmyn R. Castro, Najur, Maria Odara, Dom Filó, Lilian Solá Santiago, Débora Butruce e Luís Fernando Moura

Quando

26/9 a 29/9/2023

Inscrição de 11 a 18/9

Evento gratuito

Lugares limitados.

Mais informações abaixo

IMS Paulista

Avenida Paulista, 2424

São Paulo, SP

Na edição deste ano da oficina Memórias Pretas em Movimento, a discussão acerca da preservação e das múltiplas formas de pensar e produzir memórias pretas no contexto brasileiro e afrodiaspórico será guiada por eixos temáticos. Dando destaque a uma perspectiva interdisciplinar, com entrelaçamentos temporais, os recortes temáticos nos auxiliam a delimitar os materiais e as questões a serem investigados em cada dia da atividade formativa. Da película à cultura digital, a proposta traça um diálogo entre passado e presente, percorrendo diversos suportes e estudos de caso que aproximarão as participantes do universo da preservação audiovisual, de forma prática, implicada no seu cotidiano e na fruição do cinema brasileiro.

Idealizada pelo Instituto Moreira Salles e correalizada pelo Instituto NICHO 54, a edição deste ano da oficina Memórias Pretas em Movimento tem curadoria da iniciativa INDETERMINAÇÕES, composta por Lorenna Rocha (PE) e Gabriel Araújo (MG).

Curadoria: INDETERMINAÇÕES

Correalização: Instituto Moreira Salles e Instituto NICHO 54

O frame de Super-8 faz parte de imagens de família produzidas pelo cineasta Odilon Lopez na segunda metade da década de 1960. O material está arquivado em uma VHS que foi encontrada durante pesquisa realizada pela historiadora Lorenna Rocha (INDETERMINAÇÕES) em março de 2023. A imagem foi cedida por Vanessa Lopez.

Programa

26/9/2023, terça-feira, de 19h às 21h30
Aula 1 - O arquivo e o filme doméstico

Com Jasmyn R. Castro (African American Home Videos Archive, Califórnia, EUA) e Lila Foster (DF)
Mediação: Lorenna Rocha (PE) e Gabriel Araújo (MG)
Local: Cineteatro - 3º andar
Necessária inscrição de 11 a 18/9.

Introdução à preservação audiovisual a partir de um diálogo entre a preservacionista brasileira, Lila Foster, e a fundadora do African American Home Videos Archive, Jasmyn R. Castro. Como essa experiência afro-americana pode nos auxiliar a pensar as imagens domésticas de famílias negras brasileiras? Como esse material é catalogado? A prática se distancia ou se aproxima do que temos hoje no Brasil? Durante o encontro, haverá exibições de filmes em super-8.

Evento com tradução simultânea para português

27/9/2022, quarta-feira, de 19h às 21h30
Aula 2 - Cultura Digital: práticas de produção e preservação

Com Najur (RJ) e Maria Odara, do coletivo Coquevídeo (PE)
Mediação: Lorenna Rocha (PE) e Gabriel Araújo (MG)
Local: Sala de aula - 2º andar
Necessária inscrição de 11 a 18/9.

Como podemos estabelecer um diálogo entre um grupo engajado em formação para o incentivo do audiovisual em uma comunidade do centro do Recife e uma produtora de vídeos para internet interessada em captar a energia e o cotidiano das ruas do Rio de Janeiro? Nesse encontro, além de conhecer os modos de produção e elementos estéticos que permeiam as obras de Najur e Maria Odara, representante do Coquevídeo, e seus engajamentos políticos através do audiovisual, perguntamos: como seria pensar uma história do cinema negro a partir dos registros construídos em coletividades periféricas e para a internet?

28/9/2022, quinta-feira, de 19h às 21h30
Aula 3 - O vídeo preto no Brasil

Com Dom Filó (CULTNE, RJ) e Lilian Solá Santiago (SP)
Mediação: Lorenna Rocha (PE) e Gabriel Araújo (MG)
Local: Sala de aula - 2º andar
Necessária inscrição de 11 a 18/9.

Como pensar acerca das memórias pretas a partir da experiência da produção de vídeo no Brasil? Como a produção documental (e também jornalística) contribui para acessarmos e investigarmos a cultura negra em nosso país? Dom Filó, fundador do Cultne, o maior acervo de cultura negra da América Latina, e Lilian Solá Santiago, documentarista que concebeu a Casa da Memória Negra, em São Paulo, compartilharão suas pesquisas e produções audiovisuais relacionadas ao tema.

29/9/2022, sexta-feira

A aula 4 e a sessão especial são abertas ao público. Entrada gratuita, sujeita à lotação.
Distribuição de senhas na bilheteria do IMS Paulista a partir das 18h. Limite de uma senha por pessoa.

Aula 4 - 19h às 21h
Memórias pretas em disputa no cinema brasileiro ou o caso de digitalização do filme A Rainha Diaba (1974)

Com Débora Butruce (SP) e Luís Fernando Moura (PE)
Mediação: Lorenna Rocha (PE) e Gabriel Araújo (MG)
Local: Cineteatro - 3º andar

A partir de um estudo de caso de A Rainha Diaba, filme digitalizado em 4K em 2022, por ocasião da mostra Ladrões de cinema, realizada pelo Janela Internacional de Cinema do Recife, conversaremos sobre a cadeia de preservação audiovisual e o cinema brasileiro, suas disputas políticas e historiográficas, e nos aproximaremos dos elementos práticos e técnicos da preservação. No mesmo sentido, convidaremos o público presente a lançar um olhar para A Rainha Diaba em termos de seus jogos representacionais. Como um filme como esse nos auxilia a questionar e reorientar a história do cinema negro e brasileiro?

Sessão especial - 21h30
A Rainha Diaba + Quarta-feira + filmes de Najur

Exibição da cópia digitalizada de A Rainha Diaba, junto a trabalhos em curta-metragem de Najur e Maria Odara, integrante do Coquevídeo.

Local: Cineteatro - 3º andar


Sobre os ministrantes

Débora Butruce
Preservadora audiovisual, produtora cultural e curadora independente. Doutora em meios e processos audiovisuais pela ECA-USP, com pesquisa sobre a restauração de filmes no Brasil e o impacto da tecnologia digital para o setor. Com experiência de 22 anos na área de preservação audiovisual, trabalhou em instituições como o Centro Técnico Audiovisual (CTAv), o Arquivo Nacional e a Cinemateca do MAM-Rio. É fundadora da Mnemosine, empresa que atua na área de preservação e restauração audiovisual, produção cultural e formação desde 2009, com a prestação de serviços para instituições públicas e privadas de todo o Brasil. Tem atuado como coordenadora técnica em projetos de digitalização, e um de seus trabalhos, o filme A Rainha Diaba (Antonio Carlos da Fontoura, 1974), foi selecionado para o 73º Festival Internacional de Cinema de Berlim. Em curadoria de cinema, seu trabalho tem como foco os filmes de patrimônio, e é idealizadora da Mostra Internacional de Filmes Domésticos. Membra fundadora da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), é a atual presidenta.

Dom Filó
Asfilófio de Oliveira Filho, mais conhecido como Dom Filó, é referência no ativismo negro no Brasil e fundador da Cultne, maior acervo audiovisual de cultura negra da América Latina. Também é DJ, engenheiro civil, produtor cultural, cine-documentarista e pós-graduado em marketing pela ESPM e MBA em gestão esportiva pela FGV. Tem mais de 50 anos de experiência em cultura, esporte, marketing e comunicação. Foi um dos protagonistas do Movimento Black Rio e eleito uma das Personalidades Negras Mais Influentes da Lusofonia.

Gabriel Araújo
Graduado em comunicação social pela UFMG, atua como jornalista, curador e crítico cinematográfico. É redator e repórter freelance da Folha de S.Paulo. É cofundador e curador do Cineclube Mocambo e um dos idealizadores da INDETERMINAÇÕES. Integra o coletivo Zanza, de crítica de cinema, e o coletivo Lena Santos, de jornalistas negras e negros de Minas Gerais. Enquanto programador, fez parte das equipes de curadoria do 24º e do 25º Festival Internacional de Curtas de BH (FestCurtasBH), do 9° e do 10º Festival do Filme Insurgente (Cinecipó), da Mostra América Negra (Nicho 54), e da primeira e segunda edição da LONA – Mostra Cinema e Territórios. Participou de diversos debates e seminários e foi júri de mostras competitivas de festivais de cinema brasileiros.

Jasmyn R. Castro
Doutoranda no programa de Estudos em Cinema e Mídia do Departamento de Teatro, Cinema e Televisão da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e gestora de ativos digitais da Alvin Ailey Dance Foundation. Em 2014, ela criou o African American Home Movie Archive (AAHMA), arquivo online que reúne coleções de filmes caseiros afro-americanos dos Estados Unidos. É autora do capítulo “Black Home Movies: Time to Represent”, publicado como parte do livro Screening Race in American Nonteatrical Film, obra que reavalia suposições sobre a cultura cinematográfica americana e o lugar da racialidade dentro dela. Seus interesses de pesquisa incluem acesso e estudos de filmes de arquivo, história do cinema e da televisão negra, histórias negligenciadas, autodocumentação e representação.

Lila Foster
Curadora, pesquisadora e preservacionista audiovisual. Articulando pesquisa histórica e preservação, o seu trabalho concentra-se na produção amadora e experimental brasileira e, nos últimos anos, organizou o Dia do Filme Caseiro em diversos eventos brasileiros. Trabalhou na Cinemateca Brasileira e participou do programa de estágios em preservação e curadoria audiovisual da Haghefilm Foundation (Amsterdã), sob a orientação de Paolo Cherchi Usai. É vice-presidenta da ABPA – Associação Brasileira de Preservação Audiovisual e membra do Conselho Técnico Consultivo da Cinemateca Brasileira.

Lilian Solá Santiago
Documentarista, treinadora de cineastas e mãe. Pioneira do cinema negro brasileiro, nos anos 2000 participou do Grupo Cinema Feijoada. Com Família Alcântara (2006, com Daniel Santiago) tornou-se a primeira mulher negra a lançar um documentário em salas de cinema do país. Realizou mais de uma dezena de filmes premiados no Brasil e no exterior e também atua como roteirista. Ganhadora do Prêmio Willian Greaves Fund 2021. Professora de realização audiovisual, é doutoranda em meios e processos audiovisuais na ECA-USP e integrante do Grupo de Pesquisa LabArteMídia.

Lorenna Rocha
Historiadora (UFPE), crítica de cinema e programadora de mostras e festivais de cinema. Cofundadora da INDETERMINAÇÕES. Editora-chefe da revista camarescura. Mestranda no PPGCom-UFPE. Foi colaboradora do blog Sessão Aberta (2019-2021) e fez parte da redação da revista Cinética (2021). Atuou como curadora no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte (2021-2022) e no Janela Internacional de Cinema do Recife (2022). Desde 2020, ministra cursos sobre crítica, curadoria e cinema negro e brasileiro, com passagem por instituições como Itaú Cultural, Sesc Rio e Vila das Artes. Neste ano, participou do programa Berlinale Talents no 73º Festival Internacional de Cinema de Berlim e esteve como curadora do FestCurtas BH, da Mostra Especial do 25º Goiânia Mostra Curtas e do IV Griot – Festival de Cinema Negro Contemporâneo.

Luís Fernando Moura
Curador, desenhador de audiência e pesquisador com formação em jornalismo e trajetória na discussão e na difusão de filmes. Desenvolvedor da plataforma fuga. Programador da Janela Internacional de Cinema do Recife desde 2011 e coordenador de programação do festival desde 2015. Realizou com parceiros no Brasil a retrospectiva L.A. Rebellion (2017-2019), a mostra Brasil distópico (2017) e a mostra Cuir — Film y experimento — Latinoamérica (2021). Integrante da programação do Fenda – Festival Experimental de Artes Fílmicas. Cineclubista.

Maria Odara
Travesti, preta, nascida no Coque, favela na região central do Recife, é atriz, performer, poetisa, realizadora audiovisual e arte-educadora. Desde 2019 integra o coletivo de formação em audiovisual Coquevídeo, com o qual tem realizado filmes experimentais. Dirigiu os curtas Mais uma hora se passa e a justiça não faz nada, Não recomendados e Quarta-feira, vídeos em que performa a partir de suas próprias experiências. Em Esperançosxs e em Poder e glória, constrói, junto ao Coquevídeo, uma representação afirmativa e original dos modos de vida periféricos.

Najur
Ana Júlia Theodoro é natural do Rio de Janeiro e tem 25 anos. Artista multifacetada, skatista amadora e filmmaker. Conhecida como Najur, é documentarista e diretora de fotografia que conta histórias e narrativas do caos da cidade de forma descontraída e com bastante crítica social. Seu principal objeto de trabalho é o celular, no qual capta cenas rápidas e únicas do ambiente urbano. É uma adoradora nata da cultura brasileira.


Como participar

Quando

26/9 a 29/9/2023, das 19h às 21h30

Grátis. Lugares limitados.
Aulas 1, 2 e 3: inscrição de 11 a 18/9.
Aula 4 e sessão especial: não é necessário fazer inscrição. Distribuição de senhas na bilheteria do IMS Paulista a partir das 18h. Limite de uma senha por pessoa.

Onde

IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP

As aulas 1, 4 e a sessão especial acontecerão no Cineteatro - 3º andar.
As aulas 2 e 3 acontecerão na Sala de aula - 2º andar.

Vagas

A oficina dispõe de 35 vagas, selecionadas a partir de formulário de inscrição e observando critérios de gênero e raça.

Inscrição e seleção

As inscrições estarão abertas dos dias 11 a 18/9 e terão um limite de 100 inscritos.
Serão observados critérios de gênero e raça ao escolher as pessoas selecionadas.
Até a data de 22/9 todas as pessoas selecionadas serão avisadas por e-mail sobre o aceite da inscrição.


INDETERMINAÇÕES

INDETERMINAÇÕES é uma plataforma fundada pela historiadora e crítica cinematográfica pernambucana Lorenna Rocha e pelo jornalista e curador mineiro Gabriel Araújo que se dedica a construir espaços públicos de discussão para pôr em conjunção e enfrentamento os pensamentos que permeiam e extrapolam o campo cinematográfico negro no Brasil. Em atividade desde 2021, realizou o projeto de pesquisa Mapeamento do corpo crítico cinematográfico negro brasileiro, o seminário internacional Práticas críticas do pensamento negro e a publicação Trajetórias críticas. Atua também por meio de colaborações com instituições parceiras, como Goethe-Institut São Paulo, Instituto Nicho 54 e Instituto Moreira Salles.

Mais informações no site da plataforma.


Instituto NICHO 54

Lançado em novembro de 2019, o Instituto NICHO 54 atua no fomento às carreiras de profissionais negras, negres e negros do audiovisual no Brasil. Atento à necessidade de um trabalho que contemple os diferentes pontos do setor, nossa atuação está estruturada em três pilares: Curadoria, na qual apostamos na construção de um outro imaginário acerca das vidas negras; Formação, que compreende tanto o aprendizado técnico quanto o compartilhamento de saberes; e Mercado, por meio da qual sensibilizamos agentes contratantes no que tange à presença negra.

Mais informações nas redes sociais do instituto: Site | Instagram | Facebook