A Sessão Mutual Films de dezembro traz cinco filmes, em dois programas online, que lidam com a importância da expressão artística e como ela influencia nossa relação com o outro e amplia nosso senso de comunidade. São filmes sobre encontros entre indivíduos que muitas vezes se distanciam no que tange a nossa capa mais superficial, e que, a partir de um senso comum, um desejo, comungam uma experiência sublime.
Os cinco filmes também fazem parte de projetos de restauração encabeçados pela distribuidora norte-americana Milestone Films, que há 30 anos se dedica a criar um novo cânone do cinema norte-americano, recuperando filmes e filmografias de autores pouco acessíveis ao público em geral e que compartilham um estilo autoral e independente de produção cinematográfica.
Os filmes e diretores da sessão mostram o poder do cinema como uma ferramenta para educação sobre a história de um país, seu povo, sua cultura e sua herança", escrevem Aaron Cutler e Mariana Shellard no texto de apresentação à sessão. "O ato de preservar um filme", concluem, "é um ato de preservar a memória da experiência humana.
Classificação indicativa: Livre
Ao clicar na botão de cada uma das sessões, você será redirecionado para a página do Vimeo on Demand, onde os filmes estarão disponíveis.
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Depois disso, o código promocional será inserido automaticamente e você precisará apenas selecionar a opção "Watch now".
Pronto! O aluguel (gratuito) está feito e o programa de curtas, disponível para você assistir durante as 24 horas seguintes.
IMPORTANTE:
- Com o código promocional MUTUAL, você NÃO precisa inserir seus dados de cartão de crédito nem realizar qualquer pagamento. O código é o mesmo para os dois programas de filmes, e vale até o final do evento.
- A gratuidade é garantida e restrita para as primeiras 5 mil pessoas que assistirem à sessão.
- O pagamento é opcional. O IMS não poderá se responsabilizar caso alguém escolha pagar pelo aluguel da sessão em vez de optar pelo código promocional que garante a gratuidade.
- Os dois programas estarão disponíveis do dia 11 de dezembro até 23h59 do dia 17 de dezembro.
Sobre sapateado
About Tap
George T. Nierenberg | EUA | 1985, 28 min, EUA, 16 mm para digital
Seis anos após fazer o filme No Maps on My Taps (1979), sobre o legado do sapateado nos Estados Unidos, o documentarista norte-americano George T. Nierenberg voltou ao tema para mostrar os estilos particulares de três mestres do gênero – Steve Condos, Jimmy Slyde e Chuck Green –, intercalando entrevistas e cenas de suas talentosas criações. Característico do cinema de Nierenberg, as apresentações são orquestradas por ele e sua equipe, em diálogo com os dançarinos. O filme conta ainda com a introdução do ator e dançarino Gregory Hines, que compartilha suas memórias de infância, quando assistia a grandes dançarinos de sapateado no Teatro Apollo, em Nova York, e os imitava.
Carrossel de pontes
Bridges-Go-Round
Shirley Clarke | EUA | 1958, 4 min, 16 mm para digital
Após fazer diversos filmes sobre dança (sua primeira vocação), a cineasta nova-iorquina Shirley Clarke foi convidada para realizar uma série de curtas-metragens sobre o estilo de vida de seu país para o Pavilhão Americano da Feira Mundial de Bruxelas, em 1958. Carrossel de pontes nasceu dos materiais descartados desse projeto, e, diferentemente do original – de natureza narrativa –, as imagens sobrepostas neste filme experimental exprimem a concretude dos objetos que retratam, as pontes que cruzam o rio Hudson em Nova York. A música envolve e suaviza a rigidez geométrica das construções de ferro e concreto, que contrastam com a fluidez do rio. Clarke fez duas versões do filme: uma com trilha sonora dos compositores pioneiros da música eletrônica Louis e Bebe Barron; outra, a que será exibida, com trilha do compositor, produtor e saxofonista de jazz Teo Macero.
Quando chove
When It Rains
Charles Burnett | EUA, França | 1995, 13 min, 16 mm para digital
No dia de ano-novo, um griô urbano (interpretado por Ayuko Babu, cofundador do Pan African Film Festival) embarca em uma jornada por seu bairro em busca de amigos que possam ajudá-lo a arrecadar o dinheiro do aluguel da moradia de uma jovem mulher (Florence Bracy), para evitar que ela e sua filha sejam despejadas. A ajuda, no final, vem de um encontro inesperado.
Quando chove é um belo retrato musical da vida cotidiana da comunidade negra de South Central, Los Angeles – cenário de vários filmes de Burnett, como O matador de ovelhas (1977) e O casamento de meu irmão (1983). O crítico Jonathan Rosenbaum classificou o filme como um dos melhores de todos os tempos e escreveu: “Este é um dos raros momentos do cinema em que o jazz influencia diretamente a narrativa do filme”.
Os irmãos Cruz e a senhora Malloy
The Cruz Brothers and Miss Malloy
Kathleen Collins | EUA | 1980, 50 min, 16 mm para digital
Quando Kathleen Collins realizou Os irmãos Cruz e a senhora Malloy, ela já era uma dramaturga reconhecida e uma professora popular no programa de cinema da City College, em Nova York. Seu primeiro filme é uma adaptação de um romance de Henry H. Roth sobre três irmãos porto-riquenhos, cujas vidas são tuteladas pelo fantasma do pai. A paisagem rural e verdejante do interior do estado de Nova York é um cenário pouco comum para o trio nascido na cidade grande e o mágico encontro entre eles e a senhora Malloy (interpretada por Sylvia Field), uma viúva irlandesa proprietária de uma casa que precisa de cuidados especiais. A suavidade e leveza da fotografia expressa a qualidade fantasmagórica, ainda que vigorosa dos personagens.
Transmagnifican Dambamuality
Ronald K. Gray | EUA | 1976, 7 min, 16 mm para digital
Conhecido por ter sido o cinegrafista e coprodutor da cineasta Kathleen Collins, Ronald K. Gray também criou este belo e hilário filme experimental em preto e branco, considerado perdido por muitos anos, no qual um jovem tenta encontrar seu próprio espaço no apartamento apertado de sua família. O filme, realizado quando Gray ainda era um estudante universitário, retrata o cotidiano de uma família afro-americana em Nova York. O criativo trabalho sonoro mimetiza a fala dos personagens e delineia um movimento caótico, que culmina em uma tranquilidade lírica.