Memórias Pretas em movimento
Oficina
Quando
24 de novembro a 3 de dezembro de 2020, terça, quarta e quinta, das 18h às 21h
Evento online e gratuito
Inscrição prévia de 6/11 a 12/11. Mais informações abaixo
A área de Cinema do IMS em parceria com a Feira Preta promove a segunda edição deste breve curso de preservação direcionado a profissionais negros/as/es que trabalham com audiovisual em áreas como realização, pesquisa, montagem, roteiro etc. O intuito do curso é introduzir os conceitos básicos e algumas práticas-chave de preservação audiovisual (preservação de elementos digitais e analógicos, restauração, pesquisa e difusão), considerando tanto a produção contemporânea quanto filmes mais antigos.
Além de fornecer um subsídio técnico e teórico introdutório à prática da preservação, a oficina promove um encontro com pesquisadores e cineastas que, de diferentes modos, têm a memória como um dos cernes de seus trabalhos.
O curso foi idealizado pela equipe de Cinema do IMS junto a Hernani Heffner, gerente da Cinemateca do MAM, Rio de Janeiro, e Márcia Vaz, curadora independente de filmes e produtora do IMS.
Aula 1: Fundamentos da preservação audiovisual
Com Hernani Heffner
24 de novembro de 2020, terça, das 18h às 21h
Aula 2: Preservação em suporte fotoquímico e em suporte digital
Com Débora Butruce e Ines Aisengart Menezes
25 de novembro de 2020, quarta, das 18h às 21h
Aula 3: Estudos de caso: estratégias de preservação de acervo digital
Com Milena Manfredini e Mauro Baracho. Mediação de Ines Aisengart Menezes
26 de novembro de 2020, quinta, das 18h às 21h
Aula 4: Memórias pretas dentro e fora das instituições
Com Daniela Giovana Siqueira e Janaina Damaceno
1 de dezembro de 2020, terça, das 18h às 21h
Aula 5: Pesquisa e curadoria para programação audiovisual
Com Kênia Freitas
2 de dezembro de 2020, quarta, das 18h às 21h
Aula 6: Conversa com Haroldo Costa
Mediação de Hernani Heffner
3 de dezembro de 2020, quinta, das 18h às 21h
Quando
24 de novembro a 3 de dezembro de 2020, terça, quarta e quinta, das 18h às 21h
40 vagas
Evento online
Grátis, com inscrição prévia do dia 6/11 ao dia 12/11 ou até acabarem as vagas.
O evento acontecerá através da plataforma Zoom.
Classificação 18 anos.
As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição, observando os seguintes critérios, que serão avaliados a partir da ficha de inscrição:
1- A oficina é voltada exclusivamente para profissionais negros/as/es com experiência prévia em audiovisual e com disponibilidade para participar de todos os encontros;
2 - São reservadas 20 vagas para mulheres cis, pessoas trans, travestis e pessoas não bináries;
3 - Para as regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul, haverá uma reserva de 5 vagas por região;
4 - As reservas de vaga são cumulativas. Ou seja, pessoas que se enquadrem em mais de um critério são contadas nas duas frentes de reserva. Por exemplo: Uma mulher cis residente no centro-oeste é contada tanto para a reserva de vagas por gênero quanto para a reserva por território. As reservas também não limitam o acesso às vagas totais, mas estabelecem um mínimo de ocupação.
5 - Na hipótese de, encerradas as inscrições e observados todos os critérios descritos acima, não serem preenchidas todas as vagas, as remanescentes serão destinadas para as inscrições que cumprirem os critérios descritos no item 1, também pela ordem da inscrição.
Cronograma
6/11/2020 - Abertura das inscrições, às 00h01
12/11/2020 - Fechamento das inscrições, até às 23h59
18/11/2020 - Até essa data, todos os inscritos serão avisados por e-mail sobre o aceite da inscrição.
Hernani Heffner é pesquisador, graduado em comunicação social/cinema pela UFF. Começou a carreira profissional na Cinédia em 1986, onde trabalhou com levantamento de fontes e dados e coordenou a restauração de filmes como Ébrio, Alô! Alô! Carnaval! e Bonequinha de seda. Ingressou na Cinemateca do MAM-RJ em 1996, passando pela Curadoria de Documentação e Pesquisa, assumindo em 1999 o cargo de conservador-chefe e, em 2020, o de gerente da instituição. No ano seguinte, passou também a lecionar em diversas universidades e cursos livres, como a UFF, Fundação Getúlio Vargas, Fundação de Artes do Paraná, Usina João Donato, Vila das Artes e PUC-Rio. É autor da pesquisa e do roteiro do vídeo A lógica do silêncio, sobre a atuação da censura durante a ditadura civil-militar. Escreveu mais de 100 verbetes para a Enciclopédia do Cinema Brasileiro, assim como dezenas de artigos e textos para catálogos, revistas e livros. Foi curador do Festival Cine Música, de 2007 a 2014, e da temática preservação da Mostra de Cinema Ouro Preto – CineOP, de 2012 a 2016, assim como de inúmeras mostras para instituições, como o CCBB, a Caixa Cultural e o Sesc, e de exposições sobre cinema no MAM-RJ. É o idealizador da série /lost+found, sobre preservação audiovisual, atualmente em finalização.
Débora Butruce é preservadora e restauradora audiovisual, pesquisadora e produtora cultural. É doutoranda no Programa de Pós Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da ECA-USP, com pesquisa sobre a restauração de filmes no Brasil e o impacto da tecnologia digital para a área. Realizou doutorado sanduíche na New York University, no Moving Image Archiving and Preservation Program. É mestre em comunicação e graduada em cinema, ambos pela UFF. Atua na área de preservação e restauração audiovisual desde 2001, tendo trabalhado em instituições como o Centro Técnico Audiovisual, o Arquivo Nacional e a Cinemateca do MAM-RJ, além de ter realizado especializações na Inglaterra, Itália, Cuba e Espanha. Foi coordenadora técnica da restauração do filme Misérias e grandezas de São José do Rio Preto, realizada em parceria com o laboratório holandês Haghefilm Digitaal, e de títulos do acervo da Cinédia. Membra fundadora da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), é sua atual presidente.
Ines Aisengart Menezes é preservacionista audiovisual. Cocuradora da temática Preservação na CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto desde 2017. Possui 19 anos de experiência profissional em gestão de patrimônio cultural, com ênfase no audiovisual (acervos em película, vídeo e digital), pesquisa, curadoria, produção editorial, produção executiva e financiamento. Trabalhou na Cinemateca Brasileira de 2016 até 2020. Graduada em cinema (UFF), é mestre em preservation and presentation of the moving image (Universiteit van Amsterdam).
Milena Manfredini é cineasta, antropóloga e curadora independente. Dirigiu e roteirizou os filmes Eu Preciso Destas Palavras Escrita (2017) filme sobre a vida e obra do artista contemporâneo Arthur Bispo do Rosário; Camelôs (2018) filme sobre os vendedores ambulantes da cidade do Rio de Janeiro; Guardião dos Caminhos (2019) filme sobre espaço urbano e dimensão do sagrado; De um lado do Atlântico (2020) filme idealizado a convite do Instituto Moreira Salles para a chamada IMS Convida; Mãe Celina de Xangô (2020) e Cais (em processo de finalização). Atua como curadora em mostras e festivais de cinema e é idealizadora e curadora da Mostra de Cinema Narrativas Negras, projeto voltado à pesquisa, exibição e visibilização das filmografias negras. Também exerce as funções de pesquisadora, professora e consultora no campo audiovisual.
Mauro Baracho é graduado em administração e mestrando em antropologia. Pesquisador de relações raciais, atualmente desenvolve uma pesquisa sobre homens negros na cidade de Belo Horizonte. Também é palestrante e produtor de conteúdo digital voltado para as questões de raça no Brasil.
Daniela Giovana Siqueira é professora dos cursos de jornalismo e audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É doutora em ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da ECA/USP e mestre em história e culturas políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desenvolve pesquisas com foco no estudo das relações entre cinema, história e memória, com desdobramentos no campo da preservação audiovisual. Coordenadora o projeto de extensão “O audiovisual nas escolas: construindo o conhecimento a partir de imagens e sons”. É pesquisadora do Grupo de Pesquisa História e Audiovisual: Circularidades e Formas de Comunicação, da Universidade de São Paulo.
Janaína Damaceno Gomes é professora adjunta na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da Uerj, em Duque de Caxias, e uma das fundadoras do Ficine – Fórum Itinerante de Cinema Negro. É doutora em antropologia pela USP, onde foi orientada pelo professor Kabengele Munanga. Hoje, Janaina coordena o grupo de pesquisas Afrovisualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra, onde se dedica a pesquisar a história visual do negro na África e na diáspora negra.
Kênia Freitas é professora, crítica e curadora de cinema, com pesquisa sobre Afrofuturismo e o Cinema Negro. Doutora em comunicação e cultura pela UFRJ, realizou a curadoria das mostras Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica, A magia da mulher negra e Diretoras negras no cinema brasileiro. Atualmente, integra a equipe curatorial do IX CachoeiraDoc. Escreve críticas para o site Multiplot! e integra o Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.
Haroldo Costa começou a carreira profissional como ator, no antigo Teatro Experimental do Negro, em 1948, quando participou da peça O filho pródigo, de Lúcio Cardoso. Foi um dos fundadores do grupo Teatro dos Novos e autor da revista Rapsódia do ébano, sobre música brasileira. Durante os anos 1950, viajou por 25 países da América do Sul, Europa e África do Norte com a companhia de danças BRASILIANA. Em 1954, de volta da turnê, protagonizou Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes (a quem havia conhecido em Paris), no Theatro Municipal. Pista de grama, seu primeiro e único longa-metragem como diretor, foi lançado em 1958 e teve trilha sonora de Tom Jobim e a participação de Elizeth Cardoso e João Gilberto. Como jornalista, trabalhou nos jornais Última Hora, no jornal Tribuna Popular, do Partido Comunista, e no quinzenário Paratodos, fundado e dirigido por Jorge Amado. No cinema, atuou em Cleo e Daniel (1970), de Roberto Freire, Tanga – Deu no New York Times (1986), de Henfil, e Papá – Rua Alguém 555 (2003), de Egídio Eronico. Atuou também em novelas e escreveu diversos livros, entre eles Fala crioulo: o que é ser negro (1982), Arte e cultura afro-brasileiras (2014), 100 anos de Carnaval no Rio de Janeiro e Arte e cultura brasileiras (2013).
Maior festival de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, o Festival Feira Preta terá sua versão online em 2020. O evento, que reuniu mais de 200 mil pessoas em suas edições, promove uma programação online nas principais plataformas digitais do país.
O Instituto Moreira Salles fortalece seu segundo ano de parceria com o festival, promovendo atividades vinculadas ao tema da memória. A programação desenvolvida por diferentes áreas do IMS, propõe várias linguagens artísticas, interseccionadas pelos conceitos de memórias individuais, memórias coletivas, etnobiografia, preservação e coleção.