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Fotografia moderna?

Fragmentos de uma história (Brasil, 1900-1960)

Seminário internacional

Organização de Helouise Costa e Heloisa Espada

Quando

13, 14 e 15 de agosto de 2019, das 14h30 às 18h30

Ingressos

ESGOTADO (lista de espera disponível). Mais informações em Como participar

IMS Paulista

Cineteatro, 3º andar
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP

O seminário Fotografia moderna? Fragmentos de uma história (Brasil, 1900-1960) reunirá pesquisadores que atuam dentro e fora do país para discutir diferentes aspectos da produção fotográfica durante a primeira metade do século XX. A partir de abordagens inéditas, os autores apresentarão novos caminhos da pesquisa sobre fotografia, tendo em vista aspectos documentais, simbólicos e sua relação com as artes. O período abordado implica uma reflexão sobre como diferentes projetos de modernidade para o Brasil vieram à tona por meio da fotografia. O objetivo é investigar como esses projetos se expressam por meio de temas e nas formas de fotografar.

Menino no telhado com a cidade de São Paulo ao fundo
São Paulo, SP, sem data. Foto de Alice Brill / Acervo IMS

Como participar

ESGOTADO (lista de espera disponível).
13, 14 e 15 de agosto de 2019, das 14h30 às 18h30
O seminário é aberto a todos os interessados.
145 lugares

R$ 50 pelos 3 dias de seminário
R$ 20 por cada dia avulso

Estudantes, professores e maiores de 60 anos têm 50% de desconto em todos os cursos, mediante apresentação de documento comprobatório no dia do evento.

INSCRIÇÕES PARA O SEMINÁRIO COMPLETO
Pacote com os 3 encontros - ESGOTADO (lista de espera disponível)

INSCRIÇÕES PARA OS DIAS AVULSOS
Dia 1 - 13/8 - ESGOTADO (lista de espera disponível)
Dia 2 - 14/8 - ESGOTADO (lista de espera disponível)
Dia 3 - 15/8 - ESGOTADO (lista de espera disponível)

Caso haja desistência ou devolução de ingressos, o que pode acontecer até o dia 5 de agosto, iremos disponibilizar os lugares para quem estiver na lista de espera, mediante pagamento da taxa de inscrição. No caso de disponibilidade de vagas, entraremos em contato por e-mail e telefone. Só será considerada uma inscrição por pessoa. 


Programação

13 DE AGOSTO

14h - Apresentação: Heloisa Espada e Helouise Costa

 

Sessão 1: Políticas de representação | Mediação de Iara Schiavinatto

14h30 - De olhos modernos: a fotografia na Era Vargas e a obra getuliana, Mauricio Lissovsky
A ideia da Obra getuliana surgiu no fim da década de 1930 e tomou a forma de um livro comemorativo do governo de Getúlio Vargas, fundamentado na crença modernista na capacidade educativa da fotografia. Esta apresentação irá abordar o conjunto de mais de 600 fotografias remanescentes do projeto, cujo objetivo era tornar visível a modernização do Brasil após a revolução de 1930. Tratava-se de um empreendimento estético radicalmente novo na fotografia brasileira, que a queda de Vargas, em 1945, impediu que viesse a público.

14h55 - O álbum nunca publicado de Alice Brill para o IV Centenário de São Paulo, Danielle Stewart
No ano de 1954, por ocasião dos festejos do IV Centenário da Cidade de São Paulo, foram publicados diversos álbuns fotográficos pelo governo do estado que retratavam uma metrópole moderna habitada por uma elite branca de descendência europeia. Pretende-se abordar o projeto de livro sobre a capital paulista, idealizado por Pietro Maria Bardi, com fotografias de Alice Brill, cujo foco era a população negra e operária da cidade. Este projeto é entendido aqui como contraponto à imagem oficial.

15h20 - Debate

15h50 - Intervalo

 

Sessão 2: Políticas de representação e exibição | Mediação de Heloisa Espada

16h30 - A fotografia da arquitetura brasileira: diálogos do moderno, Eduardo Costa
A fotografia de arquitetura cumpriu um papel decisivo para a arquitetura moderna brasileira. Esta apresentação irá tratar do papel da fotografia na divulgação e na recepção crítica da arquitetura moderna brasileira no contexto internacional entre a realização da exposição Brazil Builds, no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1943, e o lançamento do livro Modern Achitecture in Brazil, de Henrique Mindlin, em 1956.

16h55 - A fotografia em exibição, Helouise Costa
As exposições de fotografia são eventos efêmeros que marcam momentos de visibilidade pública da imagem fotográfica em sua materialidade. Esta apresentação abordará diferentes lugares e modos de exibição da fotografia na primeira metade do século XX no Brasil, com ênfase na dimensão espacial do encontro de diferentes públicos com as imagens. Serão abordadas exposições em estúdios fotográficos, fotoclubes, museus de arte e espaços não convencionais.

17h20 - A fotografia brasileira no MoMA, Sarah Meister
Nos últimos anos, a fotografia brasileira, especialmente de cunho modernista, vem sendo incorporada aos acervos de importantes museus em diversos países. Esta apresentação irá tratar da incorporação da fotografia brasileira ao acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York a partir da década de 1940. Esse processo ganhou novo impulso em 2009, quando o MoMA passou a investir na aquisição de obras de países situados fora do eixo Europa-Estados Unidos, com o objetivo de rever e ampliar suas narrativas da história da arte.

17h45 - Debate

 

14 DE AGOSTO

 

Sessão 3: Imagens do cotidiano | Mediação de Fábio D'Almeida

14h30 - Fotografia e cotidiano no Brasil do início do século XX, Tadeu Chiarelli
A partir da análise de romances e de álbuns de família, a apresentação refletirá sobre a presença de dispositivos fotográficos no cotidiano de famílias brasileiras burguesas no início do século XX. Procura-se entender como a fotografia, então vista como índice de modernidade, aos poucos foi ganhando espaço nos ambientes familiares como lugares privilegiados da memória afetiva.

14h55 - “Leve uma Kodak consigo”: fotografia amadora e modernidade no Rio de Janeiro (1900-1950), Adriana Martins Pereira
As câmeras Kodak foram lançadas no mercado internacional em 1888, com forte estratégia de propaganda. Pretende-se investigar a expansão do uso desses equipamentos entre amadores da cidade do Rio de Janeiro durante a primeira metade do século XX. Serão analisadas propagandas da câmera nas revistas ilustradas brasileiras a partir de 1920 e os conteúdos da Revista Kodak, veiculada no país entre 1931 e 1954.

15h20 - Debate

15h50 - Intervalo

 

Sessão 4: Entre a profissionalização e a arte | Mediação de Maurício Lissovsky

16h30 - Entre Valérios: imagens de uma modernidade, Iara Schiavinatto
A questão da modernidade atravessa a fotografia produzida por Valério Vieira de várias maneiras entrecruzadas. Pretende-se abordar a obra desse fotógrafo a partir das redes de sociabilidade que ele estabeleceu entre São Paulo e Rio de Janeiro, onde transitou entre a elite letrada, os artistas e os políticos. As análises irão refletir sobre as noções de seriação e movimento presentes em algumas de suas imagens, bem como sobre as maneiras como elas evocam a educação de um olhar moderno.

16h55 - Pictorialismo no Brasil, Fábio D'Almeida
Até recentemente, as pesquisas indicavam o início do pictorialismo no Brasil na década de 1920, no Rio de Janeiro. Novas investigações mostram, no entanto, uma cena pictorialista ativa e heterogênea já no fim do século XIX, tanto no Rio de Janeiro e São Paulo quanto em outros estados, como no Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Busca-se situar o circuito pictorialista brasileiro no contexto do movimento internacional e, ao mesmo tempo, identificar suas singularidades.

17h20 - A participação brasileira na Federação Internacional da Arte Fotográfica, 1950-1965, Alise Tifentale
A Federação Internacional de Arte Fotográfica (Fiap) foi criada na Suíça, em 1950, e reuniu fotoclubes de 55 países ao redor do mundo. Essa apresentação irá avaliar as características do fotoclubismo como fenômeno global a partir do levantamento de dados sobre os membros da Fiap realizado pelo fotógrafo brasileiro José Oiticica Filho, membro da Associação Brasileira de Arte Fotográfica (Abaf) e do Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB).

17h45 - Debate

 

15 DE AGOSTO

 

Sessão 5: Montagem e cultura de massa | Mediação de Thiago Gil

14h30 - A fotomontagem como poesia, Annateresa Fabris
O poeta Jorge de Lima é um dos melhores exemplos da concepção da fotomontagem como linguagem poética, tanto que denomina “poemas” as obras que elabora com esse recurso. Essa apresentação irá tratar das referências visuais das fotomontagens e découpages de Jorge de Lima e da recepção crítica dessa produção. Se, em 1938 e 1939, suas fotomontagens tiveram acolhida positiva, o mesmo não ocorreu em 1943, quando ele publicou o livro A pintura em pânico, que incluía 41 fotomontagens.

14h55 - A fotografia de Limite: Edgar Brasil e o cérebro-câmera de Mário Peixoto, Heloisa Espada
As circunstâncias históricas e culturais que propiciaram a realização da fotografia do filme Limite (1931) serão o foco dessa apresentação. A visualidade de Limite é resultado da parceria entre Edgar Brazil, que então iniciava sua carreira como fotógrafo de cinema, e do diretor e roteirista Mário Peixoto, autor de uma obra literária fortemente marcada pela criação de imagens. Ainda que seja uma realização isolada, o filme é um indício da existência de uma cultura imagética moderna na capital do país, em círculos culturais privilegiados, no início dos anos 1930.

15h20 - Debate

15h50 - Intervalo

 

Sessão 6: Crítica, literatura e antropologia | Mediação de Helouise Costa

16h30 - Imagem do outro, imagem de si: o arquivo visual de Claude Lévi-Strauss e Dina Dreyfus no Brasil, Luciana Martins
Fotografia, antropologia e modernidade encontram-se intimamente relacionadas. Esta apresentação busca iluminar as práticas de autorrepresentação em jogo na construção do olhar antropológico moderno por meio da análise do arquivo visual do casal Claude Lévi-Strauss e Dina Dreyfus, produzido em expedições a territórios indígenas no Brasil de 1935 a 1939. Procura-se reavaliar o papel de Dina no trabalho de campo de Claude, em particular quanto à prática de documentação visual, incluindo fotografia e filme, visando a uma história mais includente.

16h55 - Entre documento, poesia e experimento: a fotografia na visão modernista de Oswald de Andrade, Thiago Gil
Tem sido recorrente afirmar que a fotografia esteve às margens das preocupações dos protagonistas do primeiro modernismo brasileiro. Pretende-se rever essa afirmativa por meio da investigação do lugar ocupado pela fotografia nas primeiras reflexões sobre arte desenvolvidas por Oswald de Andrade. Uma análise do poema "Fotógrafo ambulante", publicado no livro Pau-Brasil (1925), o apresentará como indicativo da mudança na percepção do escritor da relação entre arte e fotografia, depois de seu contato com a poesia moderna parisiense em 1923. Emerge daí a ideia de uma visão modernista, sensível ao fugaz e ao instantâneo, o que aproximava a fotografia da poesia.

17h20 - Sujeitos modernos errantes: Mário de Andrade e o desejo fotográfico, Esther Gabara
Nesta apresentação, serão examinadas as fotografias produzidas por Mário de Andrade e seus textos sobre fotografia, a fim de definir o conceito de errância modernista. Os retratos e autorretratos de Mário de Andrade oferecem a oportunidade de expandir a discussão sobre tópicos como totem, tabu e desejo na representação fotográfica do sujeito moderno e permitem identificar conexões entre o intelectual brasileiro e vários de seus contemporâneos hispânicos.

17h45 - Debate

Encerramento


Sobre os palestrantes

Adriana Martins Pereira é mestre em memória social (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e doutora em história social (Universidade de São Paulo). É autora do livro Lentes da memória: a descoberta da fotografia de Alberto de Sampaio (1888-1930) (2016), ganhador do Prêmio Jabuti em 2017, e que foi tema de exposições no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Alise Tifentale é doutoranda em história da arte na City University of New York, com pesquisa sobre aspectos globais da fotografia no pós-guerra (1950-1965). Fundadora e editora da revista de fotografia Foto Kvartals (2005–2010), foi cocuradora do Pavilhão Latvia na 55a Bienal de Veneza (2013) e é autora de The Photograph as Art in Latvia, 1960–1969 (2011).

Annateresa Fabris é historiadora e crítica de arte, professora titular aposentada da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Entre seus livros estão Fotografia e arredores (2009); O desafio do olhar: fotografia e artes visuais no período das vanguardas históricas (2011; 2013); A fotografia e a crise da modernidade (2015); e Fotografía y artes visuales (2017).

Danielle Stewart é doutora em história da arte pela City University of New York, com tese sobre fotografias da cidade de São Paulo entre 1930 e 1955 que ajudaram a forjar sua identidade de metrópole moderna e industrial. Atualmente, é bolsista do programa 2019-2020 Princeton-Mellon, no Princeton Institute for International & Regional Studies.

Eduardo Augusto Costa é doutor e mestre em história pela Universidade de Campinas. Atualmente, é pesquisador colaborador e coordenador do projeto Cultura Visual e História Intelectual: Arquivos e Coleções de Arquitetura, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Foi coorganizador, com Iara Schiavinatto, do simpósio Cultura visual & história (2016).

Esther Gabara é professora associada da Duke University. Sua pesquisa é centrada na relação entre ética e estética, teoria e prática de modernismos alternativos e representação de gênero e raça. Autora de Errant Modernism: the Ethos of Photography in Mexico and Brazil (2008), e curadora de Pop América, 1965-1975 (2018).

Fábio D’Almeida é pós-doutorando em história e teoria da arte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e na École du Louvre. Entre 2014 e 2015, atuou como pesquisador no Institut National d’Histoire de l’Art de Paris. Doutor em história, teoria e crítica da arte pela USP, suas pesquisas abordam a arte e a fotografia realizadas no Brasil no século XIX.

Heloisa Espada é curadora do Instituto Moreira Salles. Doutora em história, teoria e crítica da arte pela Universidade de São Paulo. É autora de Monumentalidade e sombra: o centro cívico de Brasília por Marcel Gautherot (2016). Entre as exposições que organizou, estão Geraldo de Barros e a fotografia (2014) e Conflitos: fotografia e violência política no Brasil, 1889-1964 (2017).

Helouise Costa é professora livre-docente e curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. É coautora do livro A fotografia moderna no Brasil (2004), coorganizadora de As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro, 1940-1960 (2015) e curadora de diversas exposições, entre elas, Fronteiras incertas: arte e fotografia no Acervo MAC USP (2013).

Iara Schiavinatto é professora livre-docente do Instituto de Artes da Universidade de Campinas. Atua nas áreas da história intelectual, cultura visual e patrimônio. Atualmente, desenvolve projeto de pesquisa sobre Hercule Florence com apoio do CNPq. Entre seus livros, destaca-se Cultura visual. Imagens da modernidade (2018).

Luciana Martins é professora de culturas visuais latino-americanas no Birkbeck, Universidade de Londres. É autora dos livros O Rio de Janeiro dos viajantes: o olhar britânico (2001), Tropical Visions in an Age of Empire (organizado com Felix Driver, 2005) e Photography and Documentary Film in the Making of Modern Brazil (2013).

Mauricio Lissovsky é professor do programa de pós-graduação em comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, historiador, redator e roteirista. Entre seus livros, estão Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Christiano Jr. (1988), Colunas da educação (1994), Só existe um Rio (2008), A máquina de esperar (2009), Refúgio do olhar (2013) e Pausas do destino (2014).

Sarah Meister é curadora do Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York. Codiretora do August Sander Project, coeditora e autora de três volumes da série Photography at MoMA. Entre as exposições que organizou recentemente estão Space: Women Artists and Postwar AbstractionOne and One Is Four: The Bauhaus Photocollages of Josef Albers.

Tadeu Chiarelli é professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Coordenador do Centro de Pesquisa Arte & Fotografia da ECA/USP, desde 2004. Foi diretor do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (2010-2014) e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2015-2017). Entre seus livros, estão Pintura não é só beleza. A crítica de Mário de Andrade (2007) e Um Modernismo que veio depois (2012).

Thiago Gil é doutor em história, teoria e crítica da arte pela Universidade de São Paulo com pesquisa sobre a relação de Oswald de Andrade com as artes visuais. É pesquisador da Fundação Bienal de São Paulo desde 2013 e autor do livro Uma brecha para o surrealismo (2015).


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