O objetivo da oficina é mostrar como a autorrepresentação pode ser um caminho para se libertar de noções eurocêntricas e ocidentais de identidade e, em vez disso, reunir possibilidades que podemos abrigar, centralizando filosofias afro-diaspóricas que diferem radicalmente das filosofias ocidentais que aprisionam corpos negros em uma imagem puramente física a ser projetada. Cunhado no livro Queering Black Atlantic Religions, de Roberto Strongman, o termo “transcorporeidade” se refere à “representação cultural distintamente afro-diaspórica da psique humana como múltipla, removível e externa ao corpo que funciona como seu receptáculo”.
Pré-requisitos: Oficina aberta para pessoas interessadas acima de 16 anos.
Evento com interpretação em Libras, de acordo com a necessidade dos participantes.
1 - A humanidade e seus símbolos: entre a iconografia e o delírio
Ode discorre sobre os eixos conceituais de sua pesquisa e produção artística nos últimos anos, explorando as interseções entre criação de imagem, efabulação sígnica e imaginação radical.
2 - Transcorporeidade e afro-surrealismo
Ode apresenta um paralelo do termo “transcorporeidade”, cunhado por Roberto Strongman, e a escola de arte e literatura preta afro-surrealismo. Tópicos como restauração do culto ao passado, hibridização e magia fazem parte da aula.
3 - Oficina de criação de adornos e autorretrato
A partir da ideia presente no fotolivro A Rose and A Prayer (2022), as pessoas participantes criarão adornos com rosas de papel a partir de suas próprias cosmogonias e autorretratos os vestindo, a fim de serem elevados a seres divinos.
4 - Apresentação dos autorretratos
Apresentação, pelas pessoas participantes, dos autorretratos produzidos em casa com os adornos criados no encontro anterior, e discussão.
Artista multidisciplinar brasileira que trabalha com direção, styling, escrita e curadoria, com uma produção artística que investiga como a identidade pode ser discutida sem depender da estrutura acadêmica do Norte Global, explorando temas como memória, terapia, espiritualidade afro-brasileira e transmutação. Foi vencedora do DRABL Artist Grant e do Latin American Fashion Awards na categoria Fashion Film of the Year, seu trabalho integra a coleção da Maison Européenne de la Photographie (MEP), entre outras. É autora do fotolivro A Rose and A Prayer e em sua filmografia estão os curtas-metragens Divina, Ascensão e When There Is No Sun. Foi curadora das exposições Notes on Travecacceleration na LUX, em Londres, Matrix Colonial, no CZO Art Space, em São Paulo, e da série From Brazil, With Love and Optic Games, da Nataal. Aos 16 anos, criou a plataforma digital com foco em produções artísticas afro-diaspóricas e africanas Dúdús. Em sua trajetória colaborou com nomes como Jean Paul Gaultier, Comme des Garçons, NAMESAKE, MARCO, Ibrahem Hasan, Céu, Urias, Xênia França, Jota Mombaça, Samuel de Saboia e Ventura Profana.
Quando
8, 15, 22 e 29/4/2025, terça das 19h às 21h
Onde
IMS Paulista
Ateliê 1 - 9º andar
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP
Inscrição
4 encontros, R$ 120 (inteira) R$ 60 (meia)
Lugares limitados (15 vagas)
Estudantes, professores e maiores de 60 anos têm 50% de desconto em todas as oficinas, mediante apresentação de documento comprobatório no dia do evento.
Evento com interpretação em Libras de acordo com a necessidade dos participantes.