Com foco na exposição Thomaz Farkas. Estudos Fotográficos, apresentada no Museu de Arte Moderna de São Paulo / MAM-SP em 1949, - primeira exposição de fotografia num museu de arte no país no pós-guerra, reapresentada agora pela primeira vez em sua expografia original como parte da retrospectiva Thomaz Farkas. Todomundo -, o curador Sergio Burgi apresentará e discutirá com o público presente o conjunto da obra fotográfica e cinematográfica de juventude de Thomaz Farkas, percorrendo seus trabalhos, reflexões e projetos no campo da fotografia experimental e documental do período, incluindo sua produção fotográfica pioneira em cores dos anos 1940.
A frase atribuída a Oscar Wilde, que aborda com certa ironia os ímpetos e potenciais da produção intelectual e criativa dos anos de juventude – “Eu não sou jovem o suficiente para saber tudo” – permite na verdade uma importante reflexão sobre as obras de juventude de diversos artistas, que como Thomaz Farkas, realizaram entre seus 20 a 25 anos obras referenciais, como foi a sua exposição fotográfica de 1949 no MAM SP. A amplitude de seus interesses e questionamentos sobre o meio da fotografia, da experimentação formal ao documental, presentes neste seu projeto expositivo, é exemplo vivo de quanto, nessa fase da vida, inúmeros artistas e criadores já formulam muitas de suas questões principais, arriscando-se em projetos ousados em que, para realizá-los, precisam claramente poder intuir a certeza de um saber naquele momento holístico o bastante para que possam ter a coragem do passo a ser dado, da criação a ser realizada.
Projetos quase sempre de grande alcance, que marcam a produção de juventude de diversos artistas com obras referenciais em suas trajetórias, como são a exposição Estudos Fotográficos de Farkas no MAM SP, a série Fotoformas de Geraldo de Barros apresentada no MASP em 1950, o poema No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade, o poema Navio negreiro, de Castro Alves, a reportagem 100 dias na Amazônia de ninguém, de Walter Firmo, Prêmio Esso de Jornalismo, entre outros inúmeros exemplos possíveis. Todas grandes obras de estreia, realizadas aproximadamente aos 25 anos por jovens dispostos a já produzir uma marca indelével na cultura e na sociedade de seu tempo.
Certamente a trajetória posterior de vida de Thomaz Farkas, na fotografia e no cinema documental, em direção a um engajamento e ativismo cultural permanente, também político, porém prioritariamente cidadão e apartidário, teve forte influência desse seu projeto síntese de juventude − a exposição de 1949 no MAM SP, - reapresentada em seu projeto expositivo original como parte da mostra Thomaz Farkas. Todomundo em cartaz no IMS Paulista e objeto central desta visita guiada.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Coordenador e curador de Fotografia do Instituto Moreira Salles desde 1999. Formado em Ciências Sociais pela USP em 1981, cursou o mestrado (MFA) em Conservação Fotográfica pela School of Photographic Arts and Sciences do Rochester Institute of Technology (NY, EUA). Foi coordenador do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Fundação Nacional de Artes, no Rio de Janeiro, entre 1984 e 1991.
Quando
26/2/2025, quarta, às 19h
Onde
IMS Paulista
Galerias 2 e 3 - 7º e 8º andar
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP
Entrada gratuita
Lugares limitados, conforme capacidade do espaço.
Distribuição de senhas 60 minutos antes do evento. Limite de 1 senha por pessoa.
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).