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Mirada aos filhos da terra:

o livro como território de imagem, memória e resistência dos povos indígenas

Mirada aos filhos da terra propõe uma caminhada visual do sul ao norte das Américas por meio de livros que abordam a representação dos povos indígenas. Com curadoria da pesquisadora, museóloga e artista Jé Hãmãgãy, a exposição reúne obras que revelam o papel ambíguo da imagem: ora instrumento de dominação colonial, ora meio de resistência e reapropriação. Os livros apresentados percorrem distintas temporalidades e perspectivas, com destaque para a potência da autoria indígena na construção de novas narrativas – quando a fotografia deixa de ser registro do outro e torna-se extensão do corpo-terra, gesto cosmológico e político. Com obras de Edgar Kanaykõ Xakriabá, Priscila Tapajowara, Wendy Red Star, Maria Sturm e outros, a mostra é um campo de encontro entre arte, história e espiritualidade, convidando o público a reconhecer outras epistemologias visuais, em que fotografar é também partilhar mundos.

Imprensa (11) 3371-4455 | [email protected]

Curadoria

Jé Hãmãgãy

Jé Hãmãgãy é indígena da etnia Tikmu’un (Maxakali) e museóloga formada pela Universidade Federal de Minas Gerais, com pesquisas focadas na Museologia Social. Artista independente que aborda em seus trabalhos maternidade, cultura, sonhos, memória e pautas da luta indígena. Foi uma das vencedoras da 4ª edição da Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia (2021) com um projeto sobre as perspectivas de representantes dos povos do território do Rio Madeira que foram fotografados por Albert Frisch, produzindo uma leitura crítica dessas imagens pelo olhar desses povos e dos processos únicos que perpassam sua existência. É mestranda em Estudos Culturais pela USP.


Itinerário da exposição


São Paulo, 2025

Mirada aos filhos da terra: o livro como território de imagem, memória e resistência dos povos indígenas
19/8 a 30/10/2025

IMS Paulista
Biblioteca - 1º andar
Avenida Paulista, 2424, São Paulo/SP - Brasil
Entrada gratuita. Terça a domingo e feriados das 10h às 20h (fechado às segundas). Última admissão: 30 minutos antes do encerramento.
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Classificação indicativa
Livre


Livros em exibição


Aldeias Guarani Mbya na cidade de São Paulo

São Paulo: Nossa Tribo, 2006

O folheto retrata a história e o cotidiano do povo Guarani Mbya em São Paulo, nas aldeias Tekoa Pyau, Tekoa Tenode Porã e Tekoa Krukutu, destacando tradições, perdas e resistência. Fotografias e ilustrações foram produzidas por jovens das aldeias e assistentes de fotografia, compondo um registro de preservação da memória e identidade.

Aldeias Guarani Mbya na cidade de São Paulo, na base de dados da Biblioteca ►


Ãpekôyp Yvy – Corpos Terra, de Priscila Tapajowara, Sandrieli Kaiowá e Vanessa Pataxó

Priscila Tapajowara, Sandrieli Kaiowá e Vanessa Pataxó
São Paulo: Fotô Editorial, 2024

Fotolivro colaborativo das fotógrafas indígenas Priscila Tapajowara, Sandrieli Kaiowá e Vanessa Pataxó. Retrata a relação da mulher indígena com a terra e suas cosmologias em diferentes estados (Pará, Mato Grosso do Sul e Bahia), unindo arte e resistência. Livro premiado na Convocatória de Fotolivros ZUM/IMS 2024.

Ãpekôyp Yvy – Corpos Terra, na base de dados da Biblioteca ►


As mulheres de X’oyep: fotografia e memória, de Alberto del Castillo Troncoso

Rio de Janeiro: Editora FGV, 2022

Alberto del Castillo analisa a icônica foto de Pedro Valtierra que mostra a resistência contra militares das mulheres Tsotsil em X’oyep, após o massacre no povoado de Acteal (México). A obra explora o contexto, o impacto e a força simbólica da imagem registrada por Valtierra como um marco da luta indígena latino-americana.

As mulheres de X’oyep: fotografia e memória, na base de dados da Biblioteca ►


Estou aqui. Sempre estive. Sempre estarei. Indígenas do Brasil. Suas imagens (1505-1955), de Carlos Eugênio Marcondes de Moura

São Paulo: Edusp, 2012

Catálogo com mais de quatro mil imagens de 220 povos indígenas brasileiros (1505-1955). Apresenta mapas, descrições e índices que resgatam visualmente a história indígena, oferecendo um panorama iconográfico único do Brasil. As imagens foram catalogadas em ordem cronológica e numeradas, e estão agrupadas por etnia. Para melhor identificação, são apresentados mapas e índices remissivos.

Estou aqui. Sempre estive. Sempre estarei. Indígenas do Brasil. Suas imagens (1505-1955), na base de dados da Biblioteca ►


Fueguinos. Tres tiempos, tres miradas: fotografías de Tierra del Fuego siglos XIX y XXI, de Margarita Alvarado, Carla Moller Zunino e Pedro Mege Rosso (orgs.)

Buenos Aires: Museo de Arte Hispanoamericano Isaac Fernández Blanco, 2010

Coletânea de fotos da Terra do Fogo feitas entre os séculos XIX e XXI, numa seleção de fotografias da região mais ao sul do continente, feitas por fotógrafos profissionais ou amadores, viajantes, equipes de expedições, cientistas e missionários de diferentes origens. Registra os povos Selk'nam, Yámana e Káwesqar por diversos fotógrafos e expedições, contrapondo imagens históricas e contemporâneas.

Fueguinos. Tres tiempos, tres miradas: fotografías de Tierra del Fuego siglos XIX y XXI, na base de dados da Biblioteca ►


Hêmba, de Edgar Kanaykõ Xakriabá

São Paulo: Fotô Editorial, 2023

Fotolivro de Edgar Kanaykõ Xakriabá propõe novas narrativas para a fotografia indígena, rompendo com perspectivas ocidentais. As imagens surgem como constelações visuais que reafirmam identidade e memória coletiva de um acervo de mais de duas mil imagens, que propõe um distanciamento da história única que prevaleceu por muito tempo em diversos campos, destacando a importância de pluralizar as vozes e perspectivas presentes na fotografia nacional.

Hêmba, na base de dados da Biblioteca ►


Identidades desnudas Ecuador 1860-1920: la temprana fotografía del indio de los Andes, de Lucía Chiriboga e Silvana Caparrini

Quito: ILDIS, 1994

Livro reúne 64 fotografias históricas de indígenas andinos e traça a origem da fotografia no Equador. Analisa estilos fotográficos do século XIX e do início do XX, refletindo sobre identidade e representação visual dos povos dos Andes.

Identidades desnudas Ecuador 1860-1920: la temprana fotografía del indio de los Andes, na base de dados da Biblioteca ►


Indigenous Women of the Americas, de Sol Aramendi

[S.l.]: My Publisher, [2012]

A fotógrafa Sol Aramendi documenta mulheres indígenas em 2011-2012, contribuindo para a visibilidade e a compreensão de suas vidas e culturas no presente, por meio de uma abordagem sensível sobre suas existências e sua diversidade.

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Mapuche: construcción y montaje de un imaginario, de Margarita Alvarado, Pedro Mege Rosso e Christian Báez Allende (orgs.)

Buenos Aires: Museo de Arte Hispanoamericano Isaac Fernández Blanco, 2003

Análise das imagens dos Mapuche do Chile nos séculos XIX e XX, feitas por fotógrafos como Valck e Heffer. O livro explora as imagens de retratos e cartões-postais como ferramenta antropológica na construção da identidade Mapuche.

Mapuche – Fotografías siglos XIX y XX: construcción y montaje de un imaginario, na base de dados da Biblioteca ►


Olhares cruzados – Guarani Kaiowá Pai Tavytera: Brasil-Paraguai, de Dirce Carrion (org.)

São Paulo: Reflexo, Texto e Foto, 2012

O trabalho é resultado de um intercâmbio entre crianças indígenas do Brasil e Paraguai em 2004, por meio de fotografia e arte. Promove diálogo cultural e troca de saberes entre as comunidades Guarani de ambos os países, com fotografias de autoria das próprias crianças registrando seus olhares.

Olhares cruzados – Guarani Kaiowá Pai Tavytera: Brasil-Paraguai, na base de dados da Biblioteca ►


Os Guarani Mbyá, de Vherá Poty e Danilo Christidis

Porto Alegre: Wences Design Criativo, 2015

Fruto de sete anos de convivência, o livro de Vherá Poty e Danilo Christidis mostra o cotidiano Guarani Mbya com narrativa visual e textual, sendo a primeira publicação fotográfica com coautoria indígena no Brasil. A narrativa visual busca mostrar o sentido da convivência para o povo Mbya, do amanhecer até o anoitecer.

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Os índios no Siará: massacre e resistência, de José Cordeiro

Fortaleza : Hoje Assessoria em Educação, 1989

José Cordeiro resgata a história dos povos indígenas no estado do Ceará, com base em documentos e fontes históricas, evidenciando as lutas, os massacres e a resistência ao longo do tempo, mostrando como as etnias de primeiro contato no Nordeste seguem se autoafirmando e reconhecendo suas culturas.

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Pankararu: identidade, memória e resistência - fotolivro etnográfico 1986-2020, de Ana Araújo

Recife: FacForm, 2021

Ana Araújo apresenta 34 anos (1986-2020) de fotografias inéditas dos Pankararu no sertão de Pernambuco. O fotolivro documenta rituais, território e identidade, com abordagem etnográfica e foco na resistência cultural. A publicação busca visibilizar a cosmologia do povo Pankararu, que tem cerca de 11.366 indígenas vivendo em uma área demarcada de 8.377 hectares, entre os municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia, na região do submédio São Francisco, no sertão de Itaparica.

Pankararu: identidade, memória e resistência - fotolivro etnográfico 1986-2020, na base de dados da Biblioteca ►


Povos indígenas no Brasil, de Rosa Gauditano

São Paulo: Studio R, 2011

A publicação reúne imagens coloridas de 34 povos de diversos biomas brasileiros entre 1989 e 2011, de autoria de Rosa Gauditano. As fotos revelam a diversidade cultural indígena e denunciam a invisibilização dessas populações na sociedade brasileira. As fotos da autora buscam mostrar um Brasil invisibilizado pela sociedade não indígena e sua existência em diversidade.

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Raízes do povo Xavante: tradição e rituais, de Rosa Gauditano

São Paulo: Edição da autora, 2003

Folheto fotográfico de Rosa Gauditano que retrata os rituais e as tradições do povo Xavante, reafirmando a importância da preservação cultural e da transmissão entre gerações dos saberes tradicionais.

Raízes do povo Xavante: tradições e rituais, na base de dados da Biblioteca ►


Vozes ancestrais: dez contos indígenas, de Daniel Munduruku

São Paulo: FTD, 2016

Daniel Munduruku costuma afirmar: "Escrevo para me manter índio". Foi com essa motivação que o autor teve a ideia de procurar indígenas de dez povos e coletar os contos tradicionais transcritos nesta obra, trazendo para o leitor um pouco das crenças e tradições das populações que habitam o território brasileiro, valorizando sua história oral.

Vozes ancestrais: dez contos indígenas, na base de dados da Biblioteca ►


Delegation, de Wendy Red Star

Nova York: Aperture, 2022

A artista indígena Wendy Red Star reflete sobre identidade nativa e representação com colagens, autorretratos e intervenções de arquivo. A obra propõe uma reinterpretação crítica da história e da cultura indígena, por meio de material historiográfico, mas também com o humor ácido nativo-americano. Red Star questiona o papel do fotógrafo na formação e representação indígena.

Wendy Red Star: Delegation, na base de dados da Biblioteca ►


Yawalapíti, de Renato Soares

São Paulo: Origem, 2021

Primeiro livro da coleção Ameríndios do Brasil, de Renato Soares. Retrata a etnia Yawalapíti do Xingu, com enfoque na valorização cultural e construção de um acervo visual etnográfico da diversidade indígena brasileira.

Yawalapíti, na base de dados da Biblioteca ►


You Don’t Look Native to Me, de Maria Sturm

Atenas: Void, 2023

Maria Sturm documenta jovens Lumbee nos EUA (Pembroke, condado de Robeson, Carolina do Norte) a partir de 2011, questionando estereótipos sobre identidade nativa. O livro une fotografias e entrevistas, mostrando a fluidez e reconstrução contínua da identidade indígena.

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