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Contraste

A propósito de Nice + Taris ou A natação

À propôs de Nice / La natation par Jean Taris, champion de France

Direção

Boris Kaufman, Jean Vigo

Informações

França
1930 / 1931. 25 / 9min. 14 anos

Formato de exibição

Cópia restaurada em DCP

Parte da mostra

A propósito de Nice será exibido junto ao curta Taris ou A natação, também dirigido por Vigo.

IMS Paulista: sessão do dia 25/9, quarta, às 19h, terá apresentação de Bernard Eisenschitz.

A exibição dos filmes de Jean Vigo é realizada em parceria com o Institut Français e a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil.


A propósito de Nice

Jean Vigo, Boris Kaufman | França | 1930, 25’, cópia restaurada em DCP

Em sua biografia de Jean Vigo, Paulo Emílio Salles Gomes retoma dos papéis do diretor o seguinte comunicado dirigido à imprensa para apresentar seu primeiro filme, que retrata a vida em Nice, na França: “Jean Vigo e Boris Kaufman acabam de terminar seu filme À propos de Nice. Céu azul, casas brancas, mar resplandecente, sol, flores multicoloridas, júbilo no coração, tal é, à primeira vista, o ambiente de Nice. Mas essa não passa de uma aparência efêmera, fugidia, que a morte espreita, de uma cidade de prazeres. Para além desse aspecto mortal, os jovens cineastas de À propôs de Nice quiseram depreender o devir de uma cidade.”

Em carta datada de 7 de outubro do mesmo ano, ao cineasta Jean Painlevé, Vigo escreveu:

“Você realmente gostou de A propósito de Nice? Quando penso no filme exibido ao público toda noite, sinto um certo mal-estar. Enquanto trabalhava nele, esqueci que o filme devia entreter, por isso algumas passagens mais lentas, algumas alongadas, que você notou.

Em primeiro lugar e acima de tudo, eu queria causar náuseas. Fazer com que aquilo que vemos com indiferença, complacência e prazer em tamanho natural fosse insuportável de ver na tela de cinema. E então, trazer algum alívio com as imagens dos trabalhadores e a atmosfera da fábrica.

Aí está. Me ajude a buscar o meu melhor, sempre. Ler as suas palavras me encoraja. Obrigado.”

Citação de Vigo retirada do volume Jean Vigo, de Paulo Emílio Salles Gomes, organizado por Carlos Augusto Calil e publicado pela Cosac Naify em parceria com as Edições Sesc São Paulo em 2009. Carta a Painlevé citada por Bernard Eisenschitz em: bit.ly/vigopain.


Taris ou A natação

Jean Vigo | França | 1931, 9’, cópia restaurada em DCP

Em seu livro Jean Vigo, Paulo Emílio Salles Gomes conta que Taris, rei da água, segundo filme dirigido pelo cineasta, foi encomendado pela Gaumont para o que seria uma série de curtas-metragens chamada Journal Vivant, que teria início com documentários esportivos centrados em astros conhecidos. Este episódio apresenta o nadador Jean Taris, então “detentor de 23 recordes franceses em todas as distâncias, de 100 a 1.500 metros. Campeão da Inglaterra das 500 e das 880 jardas... e recordista mundial dos 800 metros”, conforme relata a narração inicial.

Nas palavras de Paulo Emílio: “O resultado não foi desinteressante. Percebia-se o esforço de Vigo para fugir do convencional. Nisso residem o valor e os limites deste pequeno filme. Vigo não tinha muito a dizer sobre Taris ou sobre a natação. As proporções e a perfeita adaptação do corpo do campeão aos movimentos aquáticos tinham-no interessado. Acompanhou, com a câmera, os movimentos de Taris enquanto este se enxugava, e estudou ligeiramente seu corpo até os pés. Quando a câmera tornava a subir, Taris estava de roupão. Como se vê, Vigo não perdera o gosto por certos efeitos formais, neste caso perfeitamente legítimos, aliás, e executados sem o menor exagero.”

“Vigo não gostou desse trabalho. Quando teve a oportunidade de revê-lo em Nice, meses mais tarde, pareceu-lhe francamente ruim, com exceção de algumas imagens dentro d’água. Impressionou-o particularmente a forma que a cabeça do homem adquiria dentro d’água, e vislumbrou suas possibilidades dramáticas. Não o esqueceria no momento de rodar O Atalante.”

Citações retiradas do volume Jean Vigo, de Paulo Emílio Salles Gomes, organizado por Carlos Augusto Calil e publicado pela Cosac Naify em parceria com as Edições Sesc São Paulo em 2009.


Programação

Não há sessões previstas para esse filme no momento.


Ingressos

Os ingressos para as sessões de cinema do IMS são vendidos nas bilheterias dos centros culturais e no site ingresso.com. 
 
As bilheterias vendem ingressos apenas para as sessões do dia. No site, as vendas são semanais: a cada quinta-feira são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.
 
IMS Paulista
Ingresso: R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 10h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
IMS Rio
Ingresso: R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.

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