Datong, China, 2001. A jovem Qiao está apaixonada por Bin, um morador local. Durante uma briga entre gangues rivais, ela dispara uma arma para proteger seu namorado. Esse episódio irá lhe custar cinco anos de prisão. Após a sua libertação, Qiao decide procurar por Bin.

Em Amor até as cinzas, Jia Zhangke acompanha Qiao em três épocas: 2001, 2006 e 2018. Para retratar esses 17 anos da história contemporânea da China, o diretor usou seis diferentes tipos de câmera, passando por 35 mm, mini-DV e filmagem digital em 6K. Em entrevista à revista Slant, Jia comenta: “Eu brinco que o ritmo de evolução dos equipamentos DV pode acompanhar o ritmo de desenvolvimento da China. Para mim, esse filme mafioso trata muito de como, nesse intervalo de 17 anos, as conexões humanas e as emoções humanas – as relações interpessoais – evoluem e se alteram como resultado de tudo isso. No nível superficial, você pode ver claramente as mudanças da era pré-internet e da era pós-internet; no passado, você tinha trens lentos, e agora tem trens de alta velocidade. Mas esse é o nível superficial. O que me interessa é explorar o que aconteceu em termos do mundo interior das pessoas nesse contexto histórico em particular, como seus relacionamentos evoluíram ou se dissolveram e as razões para as dissoluções e evoluções desses relacionamentos.”

Leia a íntegra da entrevista do diretor, em inglês, para a revista Slant.