Idioma EN
Contraste

Ana

Direção

António Reis, Margarida Cordeiro

Informações

Portugal
1982. 114min. 14 anos

Formato de exibição

DCP

Parte da retrospectiva

Se em Trás-os-Montes o único protagonista era o espaço, que de certo modo se impunha aos seres humanos, aqui a paisagem acaba personificada na dupla figura de Ana, que é o nome da mãe e da filha de Margarida Cordeiro. O resultado é um olhar interior, uma coleção de imagens mentais que traçam um paralelo no retrato simbólico, mas não narrativo, entre os personagens e o seu meio.

“Talvez já não existam muitos filmes que deem vontade de dizer pra si mesmo, deslumbrado: ‘Onde estou?’. Menos pelo medo de se perder, exausto, que para reencontrar a emoção do dormente que, ao acordar, não sabe de que plano sai, no leito de que plano se deitou, em qual mundo acorda. [...] A ficção é situar-se no centro do mundo para contar uma história. O documentário é ir até o fim do mundo para não ter que contá-la. Mas existe ficção no documentário como existem insetos nos fósseis das rochas, e existe documento na ficção pela simples razão de que a câmera (é algo mais forte que ela) registra o que aparece diante dela, tudo o que colocamos diante dela. Ana-fim do mundo? Ana-centro do mundo?” (Serge Daney)

“Ali e em nenhum outro lugar. Ali e em todos os lugares. A força de Ana, o que desespera a todas as classificações preguiçosas, é justamente isso. Há tempos que um filme não nos lembrava com tanta evidência que o cinema é simultaneamente uma arte do singular e do universal, que as imagens flutuam melhor quando a âncora é lançada em algum lugar.” (Serge Daney)

“Fizemos Trás-os-Montes com uma paixão e uma novidade incríveis. Ana é mais pensada, porque tínhamos já muitos dados, conhecíamos essas terras, tínhamos pessoas conhecidas em todas partes e, se fazíamos as coisas de uma maneira equivocada, esses personagens nos corrigiam, tínhamos o dever de não ser infiéis às coisas que víamos. [...] Nunca ninguém analisou bem esses filmes. Porque nossos três filmes são como pedaços de filmes que rimam mais tarde, ou que são anunciados antes, como na música. Ninguém nunca analisou esses filmes.” (AR)

“As elipses no filme se constroem como simples cores complementares no interior dos planos, do que começa ou do que acaba. Ou por saltos extraordinários no espaço. E se a luz é universal, introduz às vezes um movimento elidido. Você sabe que é primavera ou verão ou inverno pela luz que você encontra.” (AR)

“Haverá quem pela vibração, intensidade e contornos do som distinguirá no filme os ventos lunares, puras deslocações das massas de ar no espaço, daqueles outros que arrancam a vegetação à terra. Haverá quem distinga os insetos noturnos dos diurnos.” (AR)

Sinopse elaborada pelo programador do ciclo, Manuel Asin, originalmente em espanhol. Parte dos depoimentos está em sua versão original, em português lusitano.

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Programação

Não há sessões previstas para esse filme no momento.


Ingressos

Os ingressos para as sessões de cinema do IMS são vendidos nas bilheterias dos centros culturais e no site ingresso.com.

As bilheterias vendem ingressos apenas para as sessões do dia. No site, as vendas são semanais: a cada quinta-feira são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.

IMS Paulista
Ingresso: R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 10h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.

IMS Rio
Ingresso: R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.


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