Histórias sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. Um filme que fala sobre flerte, beijo na boca, namoro, masturbação, capacitismo e – óbvio – sexo. O diretor Daniel Gonçalves ouve das pessoas com deficiência aquilo que socialmente não é esperado que elas digam e façam, rompendo com o estereótipo de que seriam seres assexuados, angelicais, especiais ou, mesmo, desprovidos de desejos. “Nós fodemos e fodemos bem”, dizem por aí.
“O que é essa coisa do ser normal? É uma construção sociocultural”, diz o diretor Daniel Gonçalves em entrevista ao programa Conversa com Bial. “Na época das cavernas, as pessoas com deficiência eram mortas. O tempo passou, e passamos a ser vistos como demônios. Na época da Reforma Protestante, o Lutero dizia que pessoas que hoje seriam consideradas autistas, ele dizia, essas pessoas não tinham alma. Passou mais um tempo fomos alçados à categoria de anjos. Acho que muito em função de um ideal cristão mesmo. Um anjinho que eu posso ajudar. Uma coisa de caridade. ‘Ai, eu dou alguma coisa pra ele, mas desde que ele fique naquele lugar. Ele não precisa vir pra junto de mim.’ Aí, mais recentemente, eu diria que de 20, 10 anos pra cá, pessoas como eu, que têm algum tipo de voz, de ímpeto, começamos a falar pra poder tentar mudar isso. E essa história do anjinho, isso até o Dudé, que é um dos personagens do filme, fala na entrevista: se você tem um filho com deficiência e você acha que ele é um anjinho, esse filho uma hora vai começar a ter desejo como toda pessoa – tenha ela uma deficiência ou não. E aí como você vai lidar quando aquele seu anjinho de candura começar a ter desejo? Ou o caminho inverso, como alguém pode ter algum desejo sexual em relação ao meu anjinho. Então o Assexybilidade vem muito pra dar uma escancarada nisso. Dizer que não é anjo coisa nenhuma, é pessoa.”
Em uma iniciativa do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conpede), a sessão de 21 de setembro (sábado), às 16h, será seguida de debate com o diretor Daniel Gonçalves, André Marinho, ex-presidente do Conpede, Marcela Prado, psicóloga da Associação dos Deficientes Físicos de Poços de Caldas, e mediação de Leandro Mizael, da equipe de Educação do IMS. Nesta exibição, a entrada é gratuita.
Entrevista do diretor Daniel Gonçalves ao programa Conversa com Bial ►
Contém recursos de acessibilidade: em Libras, legendas descritivas e audiodescrição. Para retirar o equipamento com recursos, consulte a bilheteria do IMS Paulista. Em caso de dúvidas, entrar em contato pelo telefone (11) 2842-9120 ou pelo e-mail imspaulista@ims.com.br

Não há sessões previstas para esse filme no momento.
Marcela Prado
Docente da Fundação Otávio Bastos e psicóloga da Adefip de Poços de Caldas. Especialista em psicologia analítica junguiana (Unicamp), em avaliação psicológica e em neuropsicologia (PUC-MG), é mestranda em neurociências (FICS) e pós-graduanda em neuropsicologia infantil (Unicamp).
André Marinho
Bacharel em direito e graduando em serviço social, é uma pessoa com deficiência com uma trajetória marcada pelo ativismo. Ex-presidente do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência, fundou o blog Território PCD e o podcast IncluiCast, onde luta pela inclusão e acessibilidade.
Daniel Gonçalves
Formado em jornalismo pela PUC-Rio e pós-graduado em cinema documentário pela Fundação Getúlio Vargas, tem uma deficiência de origem desconhecida que afeta sua coordenação motora. Trabalhou na TV Globo e hoje é sócio da produtora SeuFilme. Dirigiu os curtas-metragens Tem bala aí? (2008), Luz guia (2012), Como seria? (2014) e Pela estrada afora (2015). Meu nome é Daniel, seu primeiro longa-metragem, foi exibido em mais de 20 festivais, como IDFA, Festival do Rio, Mostra de São Paulo, Festival de Sydney, Festival de Cartagena e Mostra de Tiradentes. Assexybilidade, segundo longa de Daniel, ganhou o prêmio de Melhor Direção de Documentário no Festival do Rio 2023.
Mediação de Leandro Mizael, da área de educação do IMS Poços.
Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos online ou na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.
Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.
Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.
Devolução de ingressos
Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.
Sessões com debate
As sessões com debate são gratuitas. Sujeita à lotação da sala.
Distribuição de senhas 60 minutos antes do evento. Limite de 1 senha por pessoa.
IMS Paulista
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Paulista e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.
IMS Poços
Sessão com debate
Entrada gratuita. Sujeita à lotação da sala.
Distribuição de senhas 60 minutos antes de cada sessão. Limite de uma senha por pessoa.
Demais sessões
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Bilheteria: de terça a sexta, das 13h às 19h. Sábados e domingos, das 9h às 19h, na recepção do IMS Poços.
Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Poços e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês. Os preços variam de acordo com o filme ou a mostra.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.