O filme reúne imagens de Brasília seis anos após sua inauguração e entrevistas com habitantes de diferentes extratos sociais. Uma pergunta estrutura o documentário: uma cidade inteiramente planejada, criada em nome do desenvolvimento nacional e da democratização da sociedade, poderia reproduzir as desigualdades e a opressão existentes em outras regiões do país?
“A Olivetti convidou Joaquim Pedro para realizar um filme sobre Brasília e pediu que eu colaborasse com ele no roteiro, porque tinha morado na Novacap em 1965, quando era professor da UnB”, escreve Jean-Claude Bernardet, corroteirista e assistente de direção. “Falaram do interesse do diretor da Olivetti em produzir um filme de curta-metragem sobre a nova capital, disseram que tínhamos total liberdade, mas que deveríamos submeter-lhes o roteiro, que seria também enviado à Itália. Acrescentaram que não tínhamos que mostrar máquinas de escrever nem apresentar a loja da Olivetti em Brasília.”
Segundo Bernardet, após uma mudança nas escalas de comando da Olivetti, o filme foi rejeitado pela empresa, que não queria problemas com o governo militar. Sem que tivesse sido anunciado, o filme foi exibido no Festival de Brasília, em 1967, no qual Joaquim Pedro recebeu uma menção honrosa. No dia seguinte à sessão, conta Bernardet, “Joaquim foi procurado por alguém, que o informou de que seria preferível não apresentar o filme à censura, pois não obteria o certificado e poderia haver conseqüências mais graves”. A cópia foi depositada na Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro.
Não há sessões previstas para esse filme no momento.
R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.
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