Dora escreve cartas na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, para pessoas analfabetas. Quando uma de suas clientes é atropelada, seu filho Josué, de nove anos, fica perdido na estação. A contragosto, Dora acolhe o garoto e acaba acompanhando-o até o interior do Nordeste, à procura do pai.
“Central foi lançado em 1998, mas a ideia do filme tomou corpo pouco antes de rodarmos Terra Estrangeira, em 1995, ainda sob o impacto do desgoverno Collor. Além do caos econômico, o país vivia uma profunda crise de identidade, e a produção cinematográfica tinha caído a zero”, comentou Walter Salles em entrevista à Folha de S.Paulo publicada em julho deste ano.
“O recomeço do cinema, naquele momento, foi marcado pelo desejo de reencontrar um reflexo brasileiro na tela, de dar voz a um não dito que estava represado. As cartas que pontuam o filme respondem a essa percepção. A busca de Josué pelo pai é também a busca por um país. Já a trajetória de Dora no filme é claramente um processo de ressensibilização, após 25 anos de ditadura militar e dos anos Collor.”
No Festival de Berlim, em 1998, Central do Brasil foi vencedor do prêmio de Melhor Filme, Urso de Ouro, e Fernanda Montenegro, do de Melhor Atriz, Urso de Prata. No ano seguinte, o filme ainda levaria o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro.
Vinte anos após sua estreia, o filme foi restaurado pelo laboratório francês Éclair com o apoio do Centro Nacional de Cinema Francês (CNC), da VideoFilmes e da Mact Productions.
Leia a íntegra da entrevista de Walter Salles à Folha de S.Paulo
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