Gilda Brasileiro pesquisa a história de uma estrada clandestina usada por traficantes de pessoas escravizadas no século 19 nas proximidades do vale do Paraíba. Ela encontra documentos relevantes, mas, na sua cidade, ninguém quer vasculhar o passado.

Os diretores Roberto Manhães Reis e Viola Scheuerer contam, no material de divulgação do filme, que, após dois anos acompanhando a pesquisa de Gilda, viram na obra de Marc Ferrez um elemento-chave na finalização do projeto. ”O tempo passou, mas, do material gravado, não surgia um filme completo. As pessoas, de quem hoje tentamos nos lembrar, faltavam. Os africanos e africanas do século XIX existiam somente como omissão, fantasia ou negação. Perdidos em dúvidas, acabamos encontrando as fotografias em placa de vidro de Marc Ferrez. De repente, estávamos olhando diretamente nos olhos das pessoas, nas plantações de café do vale do Paraíba. Este homem e aquela mulher existiram, diziam aquelas fotografias. Muitos entre eles foram testemunhas do tráfico transatlântico ilegal.”

A exposição fotográfica Marc Ferrez: território e imagem está em cartaz no IMS Paulista.

A sessão do dia 19/6, às 19h30, terá apresentação de Roberto Manhães Reis e será seguida de conversa com o diretor e a pesquisadora Gilda Brasileiro.