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Contraste

Lobo e cão

Direção

Cláudia Varejão

Informações

Portugal
2022. 111min. 14 anos

Formato de exibição

DCP

Ana nasceu em São Miguel, uma ilha no meio do oceano Atlântico, em território português, marcada pela tradição e pela religiosidade das gerações mais velhas. É a filha do meio de três irmãos que vivem com a mãe e a avó. Em sua amizade com Luís, um jovem LGBT, Ana questiona o mundo que lhe foi prometido e os papéis de gênero que lhe foram designados. Quando sua amiga Cloé chega do Canadá, Ana embarca numa viagem que a levará a novas experiências.

Primeiro longa de ficção de Cláudia Varejão, diretora de Ama-san, Lobo e cão recebeu o prêmio de Melhor Filme da mostra Jornada dos Autores, do Festival de Veneza, em um júri presidido por Céline Sciamma. Em entrevista para o portal Comunidade Cultura e Arte, quando questionada sobre o caráter performático dos personagens LGBT, Varejão comenta:

“Não será a grande performance o papel da virilidade que os homens herdam da educação e que são milénios de História? E agora estamos a falar dos homens, mas podemos falar do papel de género também da mulher. Enfim, não será essa a grande performance que aprisiona mais o ser humano? O que eu vejo neste filme, nestes jovens, é que eles quebram a performance e trazem uma coisa muito interessante: nós não somos só uma coisa, somos múltiplas coisas. E se nos permitirmos a brincar com as máscaras que pomos, esse lado performático, com mais liberdade, somos mais completos.”

[...]As pessoas vão fazendo aquilo que melhor sabem fazer mediante do contexto. É como o pai neste filme. Nós não conseguimos odiá-lo, ele é agressivo, mas nós vemos naquele rosto o contexto, a história de vida dele. Nós pensamos: ‘Este homem também herdou um papel de género que não lhe permitiu experimentar outra forma de ser’. Ele não quer que o filho arrisque ser outra coisa, porque ele também não pôde ser, ele não conhece outro lugar. E, portanto, se calhar, o filme permite-me olhar para as pessoas com quem eu me fui cruzando ao longo da vida, com mais ou menos preconceito, com mais humanidade. Os filmes são um apaziguamento com a Humanidade, para mim. Vão-me ajudando a conhecer melhor a vida, as pessoas, como é que nós nos comportamos. Aprendo muito com as pessoas. É por isso que me fascina tanto o documentário – porque não vem só de mim.”

Entrevista de Cláudia Varejão ao portal Comunidade Cultura e Arte (Na íntegra) ►

Cena de Lobo e cão, de Cláudia Varejão

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