Uma jovem veio do mundo da lua para nosso mundo. Por que ela escolheu trocar a lua pela Terra? Por que ela teve que voltar para a lua? Esta é a história da princesa Kaguya, a heroína de O conto do cortador de bambu, clássico relato popular japonês.
Falecido em abril de 2018, o diretor Isao Takahata deu o seguinte depoimento à época do lançamento do filme: “Há pouco mais de 50 anos, a Toei Animation começou a desenvolver um projeto de longa-metragem de animação baseado no clássico O conto do cortador de bambu. O diretor deveria ser Tomu Uchida, um dos grandes realizadores da época. O filme não chegou a ser feito, mas o diretor Uchida queria fazer do projeto um novo tipo de desafio: todos os funcionários da produtora seriam convidados a enviar roteiros. Alguns deles seriam reunidos numa brochura mimeografada. Eu não enviei um roteiro. Novos funcionários que queriam trabalhar com planejamento e direção eram constantemente convidados a oferecer esboços. Eu não desenvolvi uma dramatização da história, em vez disso escrevi uma cena que serviria de prólogo: a princesa e seu pai conversam antes de ela partir da lua. Quase no fim da história original de O conto do cortador de bambu, quando a princesa Kaguya anuncia para o cortador, seu pai adotivo, que ela deve retornar à lua, ela diz que veio para nosso mundo por causa de uma ‘antiga promessa': o mensageiro que vem da lua diz para o cortador de bambu que a princesa Kaguya, por ter cometido um pecado, foi enviada para esse mundo para viver humildemente com ele. O tempo de exílio na terra, que ela deveria pagar por seu pecado, chegara ao fim e, por isso, o mensageiro foi buscá-la.
Por que a princesa Kaguya foi enviada à Terra? Qual foi o crime cometido na lua? Que tipo de pecado poderia existir num mundo puro e imaculado como a lua? Qual era a ‘antiga promessa’? E se ela foi enviada para nosso mundo para pagar uma promessa, por que teria de voltar?
Eu ainda consigo ver claramente minha cena da princesa Kaguya com seu pai, o rei da lua. Ela nos conta algo importante sobre o pecado da princesa e sua punição. Com a cabeça em outro lugar, ela não escuta o que seu pai está dizendo. Seus olhos brilham e ela sorri para a Terra, local onde seria exilada.
Mas não coloquei esta cena no começo do filme. Pensei que, se pudesse contar ‘a verdadeira história’ da princesa Kaguya, não precisaria de um prólogo. Se a princesa Kaguya fosse mostrada como alguém com que o público consiga se identificar, ela ficaria na memória. Foi com tal ambição que fiz O conto da princesa Kaguya. Para ser franco, não sei dizer o que existe de contemporâneo nesta história, mas estou certo da contemporaneidade da expressão visual que conseguimos criar graças ao talento e à habilidade da equipe de animação. Do planejamento à finalização da história da princesa ‘nascida’ de um broto de bambu e criada por um cortador de bambu e sua esposa, foram oito anos de trabalho. Um trabalho prazeroso, tanto que, quando nos dissemos, alegres, que ‘terminamos’, logo acrescentamos: "Que pena!". É um retrato dessa atmosfera de trabalho feliz que eu espero que todos consigam ver no filme.”
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