Londres, hoje. Um refugiado aparece nu dentro de uma mala na margem do rio Tâmisa. O enigmático visitante se apresenta a uma família burguesa de classe alta, onde é convidado a morar como funcionário. Ele passa a seduzir cada membro da família em uma série de encontros sexuais explícitos, virando o mundo deles de cabeça para baixo, permitindo que se redefinam de maneiras radicais.
Cineasta e escritor com uma obra de prolífica investigação em torno das imagens do erotismo, do sexo explícito e da pornografia, Bruce La Bruce terá sessões de pré-estreia de seu mais recente filme no Cinema do IMS Paulista.
“Sabe, esse filme é uma espécie de peça complementar ao [meu longa] L.A. Zombie [2010]”, conta o diretor em entrevista ao portal Loud and Clear, “que também é um filme maluco sobre um zumbi alienígena que chega a Los Angeles. Ele encontra pessoas mortas pela cidade e as faz voltar à vida, então elas são ressuscitadas. Há uma espécie de figura de Cristo em ambos os filmes. Em L.A. Zombie, tinha essa ideia imposta na era pós-aids. Eu senti que os gays – e o sexo gay – eram patologizados, de certa forma, por causa da aids e do sangue ‘contaminado’, ou sangue com HIV. Os gays se tornaram párias, então foi uma forma de reverter isso, e fazer esses personagens – os alienígenas, ou visitantes – que realmente dão vida com sexo em vez de criar a morte. De certa forma, é uma reversão dessa patologia”.
“No começo de O intruso, eu também tenho todo aquele texto que você ouve na narração [na primeira cena do filme], que é tirado de discursos reais de políticos e pensadores da direita. É muito racista, e eles meio que sexualizam os refugiados de uma forma estranha [...]. Então eu estava tentando reverter essa paranoia e também jogar com ela, tornando-o uma figura sexualmente potente, que é o que as pessoas projetam nele. Mas ele também é uma figura semelhante a Cristo, em certo sentido”.
“Eu fiz um projeto de teatro em Berlim em 2008 [Cheap Blacky], onde fiz referência a Pasolini: havia uma mala puxada para fora do palco, e um dos personagens emergiu dela, então eu meio que revisitei essa ideia. [...] Então foi uma maneira de representar essa desorientação e alienação que as pessoas sentem quando chegam a uma terra estranha, e é um filme de Pasolini, então é claro que coloquei muito conteúdo religioso. É isso que torna Pasolini tão fascinante: ele era um católico gay, marxista e ateu – ele incorpora todas essas contradições. [...] Pasolini, para mim, é um dos grandes mestres cineastas queer, junto com Fassbinder. [...] Eu estava tentando ser o mais reverente e fiel a Pasolini que eu pudesse, mas também ser um pouco travesso e brincar com o material, e fazer um pouco de sátira sobre isso também”.
O intruso estreou na seleção oficial do Festival de Berlim, em 2024.
Entrevista do diretor Bruce LaBruce ao portal Loud and Clear (na íntegra, em inglês) ►

Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos online ou na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.
Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.
Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.
Devolução de ingressos
Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.
IMS Paulista
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Paulista e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.