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O intruso

The Visitor

Direção

Bruce LaBruce

Informações

Reino Unido
2024. 101min. 18 anos

Formato de exibição

DCP

Londres, hoje. Um refugiado aparece nu dentro de uma mala na margem do rio Tâmisa. O enigmático visitante se apresenta a uma família burguesa de classe alta, onde é convidado a morar como funcionário. Ele passa a seduzir cada membro da família em uma série de encontros sexuais explícitos, virando o mundo deles de cabeça para baixo, permitindo que se redefinam de maneiras radicais.

Cineasta e escritor com uma obra de prolífica investigação em torno das imagens do erotismo, do sexo explícito e da pornografia, Bruce La Bruce terá sessões de pré-estreia de seu mais recente filme no Cinema do IMS Paulista.

“Sabe, esse filme é uma espécie de peça complementar ao [meu longa] L.A. Zombie [2010]”, conta o diretor em entrevista ao portal Loud and Clear, “que também é um filme maluco sobre um zumbi alienígena que chega a Los Angeles. Ele encontra pessoas mortas pela cidade e as faz voltar à vida, então elas são ressuscitadas. Há uma espécie de figura de Cristo em ambos os filmes. Em L.A. Zombie, tinha essa ideia imposta na era pós-aids. Eu senti que os gays – e o sexo gay – eram patologizados, de certa forma, por causa da aids e do sangue ‘contaminado’, ou sangue com HIV. Os gays se tornaram párias, então foi uma forma de reverter isso, e fazer esses personagens – os alienígenas, ou visitantes – que realmente dão vida com sexo em vez de criar a morte. De certa forma, é uma reversão dessa patologia”.

“No começo de O intruso, eu também tenho todo aquele texto que você ouve na narração [na primeira cena do filme], que é tirado de discursos reais de políticos e pensadores da direita. É muito racista, e eles meio que sexualizam os refugiados de uma forma estranha [...]. Então eu estava tentando reverter essa paranoia e também jogar com ela, tornando-o uma figura sexualmente potente, que é o que as pessoas projetam nele. Mas ele também é uma figura semelhante a Cristo, em certo sentido”.

“Eu fiz um projeto de teatro em Berlim em 2008 [Cheap Blacky], onde fiz referência a Pasolini: havia uma mala puxada para fora do palco, e um dos personagens emergiu dela, então eu meio que revisitei essa ideia. [...] Então foi uma maneira de representar essa desorientação e alienação que as pessoas sentem quando chegam a uma terra estranha, e é um filme de Pasolini, então é claro que coloquei muito conteúdo religioso. É isso que torna Pasolini tão fascinante: ele era um católico gay, marxista e ateu – ele incorpora todas essas contradições. [...] Pasolini, para mim, é um dos grandes mestres cineastas queer, junto com Fassbinder. [...] Eu estava tentando ser o mais reverente e fiel a Pasolini que eu pudesse, mas também ser um pouco travesso e brincar com o material, e fazer um pouco de sátira sobre isso também”.

O intruso estreou na seleção oficial do Festival de Berlim, em 2024.

Entrevista do diretor Bruce LaBruce ao portal Loud and Clear (na íntegra, em inglês)

Cena de O intruso, de Bruce LaBruce

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