Com roteiro estruturado sobre textos de Gilberto Freyre, o filme documenta o cotidiano do sociólogo em sua casa em Apipucos.
O mestre de Apipucos e O poeta do Castelo, estreia de Joaquim Pedro de Andrade na direção, foram originalmente concebidos como um mesmo curta-metragem. A pesquisadora Luciana Corrêa de Araújo argumenta que o filme se construiria não apenas na oposição entre as personalidades filmadas, mas na diferença de linguagem entre as partes. “A primeira parte, dedicada a Gilberto Freyre”, escreve Araújo, “aproxima-se da linguagem do cinema mudo, deixando bem marcada a ligação entre os planos a partir de analogias, gestos, olhares que costuram as diversas atividades na rotina do sociólogo. Já os planos com Manuel Bandeira se articulam sobretudo pela continuidade das ações. São duas estratégias, ambas vinculadas à decupagem clássica, acionadas de maneira a servir os propósitos do cineasta na abordagem dos dois escritores. A continuidade, nos planos de Freyre, reforça a caricatura, a postura autoritária do senhor de engenho em meio a suas propriedades; nos planos de Bandeira, acentua o despojamento e a harmonia do poeta com seu mundo.”
Sobre a divisão dos filmes, Joaquim Pedro relatou: “Parecia que o Gilberto era um ricaço e o Manuel não tinha um tostão. Isso aborreceu o mestre Gilberto, que escreveu um artigo chamado ‘Esnobe da riqueza?’, reclamando. A partir daí, separei os filmes para evitar esse tipo de resultado.”
Íntegra do texto de Luciana Corrêa de Araújo para a revista Contracampo
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