Para se proteger de uma revolta dos trabalhadores da fazenda de sua família, uma reclusa estilista se enclausura em seu carro blindado. Separados por uma camada impenetrável de vidro, dois universos estão prestes a colidir.
Propriedade foi selecionado para a mostra Panorama da Berlinale de 2023. Em entrevista a Camila Gonzatto para o site do Instituto Goethe, o diretor Daniel Bandeira comenta a origem do filme e o lugar que a violência ocupa nele: “O filme surgiu como um mero exercício de estilo. Toda a história se concentrava no drama de Teresa tentando sobreviver a uma ameaça externa sem nome nem rosto. Mas com toda a discussão acerca da polarização política que pautou o Brasil dos anos 2010, senti que não era mais possível manter a estrutura unilateral da história. Ao desenvolver também o drama dos trabalhadores fora do carro, vi a oportunidade de falar sobre o caos em que vivem as camadas mais populares e sobre a incomunicabilidade que alimenta a luta de classes ao longo da história do Brasil. O isolamento é o motor do nosso colapso enquanto sociedade”.
“(...) a violência é o curso natural da incomunicabilidade. Cultivamos com orgulho a imagem de um povo trabalhador e resiliente, mas precarizamos todos os aspectos da vida da classe trabalhadora. Menosprezamos seus desejos e suas revoltas. Então caos é o que lhes resta. Meu foco não está tanto na ‘revolução armada’, que pressupõe uma organização mais complexa, mas no caos primordial, na rachadura que levará ao estouro da barragem. Esse caos me interessa enquanto cidadão e contador de histórias, pois ele pode se transformar em qualquer coisa, expor pessoas, respingar em qualquer um. Mas ele também é fruto de uma construção histórica muito antiga, colonial, na qual nosso ‘pacto de cordialidade’ sempre atuou para suprimir um contato mais franco entre as classes. Não concordo com a violência, mas não me surpreende quando ela ocasionalmente irrompe.”
“A violência rompe o ordinário. É por isso que o cinema a ama – e é por isso que muitos amam o cinema. No entanto, por mais chocante que seja a violência narrativa de Propriedade, ela atua para evidenciar a violência histórica. Essa sim, mais insidiosa, dá motivação aos personagens e pode reverberar na experiência pessoal dos espectadores. Usar a violência como um cavalo de Troia é uma das possibilidades que mais me atrai no cinema de gênero.”
A estreia de Propriedade faz parte do projeto Sessão Vitrine Petrobras.
Entrevista do diretor Daniel Bandeira ao site do Instituto Goethe (na íntegra).
Contém recursos de acessibilidade: em Libras, legendas descritivas e audiodescrição. Para retirar o equipamento com recursos, consulte a bilheteria do IMS Paulista. Em caso de dúvidas, entrar em contato pelo telefone (11) 2842-9120 ou pelo e-mail [email protected]
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Vendas
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Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.
Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.
Devolução de ingressos
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IMS Paulista
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Paulista e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.
IMS Poços
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$7,50 (meia).
Bilheteria: de segunda a sexta, das 13h às 19h. Sábados e domingos, das 9h às 19h, na recepção do IMS Poços.
Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Poços e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.