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Rio doce

Direção

Fellipe Fernandes

Informações

Brasil
2021. 90min. 14 anos

Formato de exibição

DCP

Tiago é um jovem negro que mora em Rio Doce, na periferia de Olinda, região metropolitana do Recife. Ele trabalha numa casa de jogos eletrônicos, sofre de dor nas costas e lida com dívidas que não consegue pagar. Às vésperas de completar 28 anos, ele descobre que era filho de um homem branco de classe média alta já falecido e que tem três irmãs.

Rio Doce é o primeiro longa-metragem de Fellipe Fernandes e tem como protagonista o ator, rapper, bboy e líder comunitário Okado do Canal. “O filme é sobre a jornada de amadurecimento interior de um personagem que não se comunica”, comenta o diretor Fellipe Fernandes em entrevista à revista Continente. “Para mim, uma das maneiras de falar da incomunicabilidade de alguém é com o corpo. Como trabalhar o corpo de alguém que sente o peso do mundo, que descobre que sua mãe nunca lhe contou sobre seu pai.”

“Tinha uma coisa que não queria desde o princípio, e que era muito clara para mim e para a equipe, que era a seguinte: quando se olhava para o roteiro, e se pensava nele, muitas pessoas esperavam de cara que tudo fosse filmado com a câmera na mão, sabe? Como um ‘cinema verdade’. [...] Eu queria às vezes prolongar o tempo da cena, prolongar aquela sensação, e às vezes queria uma coisa um pouco mais estável. Mais clássica, até.”

Em entrevista ao festival Olhar de Cinema, conta ainda: “Eu cresci em Rio Doce, morei minha infância e adolescência entre Rio Doce e Jardim Atlântico, que é o bairro vizinho, onde se passa o Delírio, meu primeiro curta, que é essa região da periferia de Olinda. Muito da minha vontade de fazer cinema vinha porque eu sempre gostei muito de ver filme, de ver novela, de consumir audiovisual. E eu tenho uma família muito grande. A família da minha mãe especificamente. Ela é muito grande, mas quase todos os meus tios moram em Rio Doce, Maranguape, nessa região. E é uma família muito cheia de histórias de vida. Então, na minha cabeça, sempre se fazia um choque das histórias que eu conhecia e que eu via, das pessoas reais ao meu redor e dos espaços que eu conhecia, com as histórias que eu via de filme e televisão. E meu processo de fazer cinema sempre esteve meio que na tentativa de unir essas duas coisas. Utilizar aquela linguagem pra falar dessas coisas que eu vejo e que eu conheço.”

Em 2021, Rio Doce foi o grande vencedor do festival Olhar de Cinema, em Curitiba, no qual recebeu o prêmio Olhar e o troféu de Melhor Longa Nacional na competição e nas mostras Outros Olhares e Novos Olhares. No mesmo ano, no Festival do Rio, recebeu o prêmio principal da Première Brasil: Novos Rumos.

Depoimentos de Fellipe Fernandes extraídos dos portais:
Revista Continente (entrevista na íntegra) ►
Olhar de cinema (em vídeo, no YouTube) ►

Cena de Rio doce, de Fellipe Fernandes

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