Convidados chegam a um terreno baldio no Harlem. O anfitrião é um escritor, e a ocasião é a celebração, com amigos e conhecidos, da publicação de seu último livro. Enquanto a comida é servida, todos aguardam a chegada do escritor para a sessão de autógrafos. Um autor que nunca virá. Esperando o autor poderia ser seu título. Enquanto isso, os moradores do bairro adentram o filme, ao transitarem pelo terreno. Os convidados-atores são brancos de classe média; os “intrusos” são afro-americanos. Os personagens, por alguma razão, não conseguem sair do terreno e, por sua vez, o mundo exterior não para de transitar dentro do filme. É como se Frank afirmasse que, no fim das contas, toda imagem cinematográfica é documental por natureza, mas também toda situação no mundo real, com a câmera ligada, é produto da imaginação. Com esse tipo de interferência, Frank explora mais uma vez os limites entre o documentário e a ficção no cinema, construindo um potente comentário tanto sobre o mundo da arte quanto sobre segregação nos Estados Unidos – e sobre como a arte torna-se segregação quando não é libertação.

R$8 (inteira) e R$4 (meia). Vendas na recepção do IMS Paulista