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Uýra − A retomada da floresta

Direção

Juliana Curi

Informações

Brasil, EUA
2022. 70min. 12 anos

Formato de exibição

DCP

Uýra, uma artista trans indígena, viaja pela Amazônia em uma jornada de autodescoberta, usando a arte performática para ensinar aos jovens indígenas que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da Floresta Amazônica. Em um país que mata o maior número de jovens trans, indígenas e ambientalistas em todo o mundo, Uýra lidera um movimento crescente por meio das artes e da educação, ao mesmo tempo que promove a união e inspira os movimentos LGBTQIAP+ e ambientalistas no coração da Floresta Amazônica. As performances de Uýra se inspiram no ciclo ecológico que espelha as lutas sociais: a destruição do solo e a violência contra a vida, seguidas pelo ressurgimento de plantas jovens que germinam rapidamente e abrem caminho para um ecossistema renovado e mais forte.

“O diálogo, sincero e com respeito, é um caminho de cura para os mundos. Ou melhor, é a ponte para se construir outros mundos”, comenta Uýra em entrevista a Juliana Gusman. “O filme é um convite ao diálogo: apresenta as violências, forças e lutas em Brasil, para que o Brasil e os mundos conheçam de verdade as Amazônias. Eu poderia não querer diálogos, como já não quis. Há séculos os brancos adentram em nossos territórios e vidas, sem querer diálogo algum: só roubando, matando, nos escravizando ou apagando. Insisto no diálogo, quando também me autorizo a gravar o filme, e peço licença à minha gente pra isso, não para uma possível pacificação destes mundos. Eles continuarão em guerras. Precisamos de diálogos, com gentes dos mundões, para garantir a proteção das florestas e ecologias onde habitamos, a da Amazônia. Precisamos de diálogo para nos contar da forma correta, para além dos estereótipos racistas que existem sobre nós, pessoas indígenas e LGBTQI+. É por meio dos diálogos que também acessamos estes espaços de valor econômico e simbólico, de onde historicamente somos excluídos. São nesses diálogos que provocamos curas antigas e profundamente presentes no agora, onde redemarcamos nossos saberes, culturas e valores. Carregamos infinitas vozes, muitas que nem são de gente.”

Entrevista da diretora Juliana Curi ao portal Mídia Ninja (na íntegra) ►

Cena de Uýra − A retomada da floresta, de Juliana Curi

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