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Zona de interesse

The Zone of Interest

Direção

Jonathan Glazer

Informações

EUA, Polônia, Reino Unido
2023. 106'min. 14 anos

Formato de exibição

DCP
Legendas em Português

Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz, e a esposa, Hedwig, desfrutam de uma vida aparentemente bucólica em uma casa com um jardim ao lado do campo de concentração.

Zona de interesse foi vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica do Festival de Cannes. Em parte inspirado no livro homônimo de Martin Amis, o filme teve também como ponto de partida a casa em que moravam Rudolf Höss, comandante do campo de concentração de Auschwitz, sua esposa Hedwig e seus filhos. “Visitei a casa e o jardim, que não é exatamente como era na época. Mas ele ainda existe”, conta Glazer. “E, estando lá, naquele espaço, o que me impressionou foi a proximidade com o campo. A casa compartilhava uma parede com Auschwitz. Tudo estava acontecendo bem ali, do outro lado do muro. E o fato de um homem ter vivido ali e ter criado sua família ali… Como você faz isso?"

“Jon me enviou o roteiro e me lembro de tê-lo lido e ficado completamente impressionado com ele”, comenta Lukasz Zal, diretor de fotografia do filme. Eu nunca tinha visto esse tipo de abordagem em um filme sobre o Holocausto. Não era a abordagem de Hollywood para esse tipo de história, que, na minha opinião, muitas vezes pode fetichizar essa história, mesmo quando se trata de como os personagens são mostrados, como os uniformes são retratados, até mesmo o uso de cores e sombras escuras. Aqui, Jonathan queria que tudo fosse brilhante e claro, tudo parecendo tão agradável, leve e normal. Lembro-me de ler isso e pensar: Eu quero fazer isso. Quero fazer esse filme porque nunca vi nada parecido antes, e ele vai ao cerne de algo que me interessa muito, que é por que as pessoas fazem o mal, como as pessoas podem tratar a matança como algo comum, como remendar um casaco ou varrer o chão.”

Zal relata que, para trabalhar em Zona de interesse, foi necessário desaprender tudo o que sabia sobre como contar uma história: “O aspecto mais importante era não fetichizar a imagem, não julgar, não tomar nenhuma decisão que você normalmente tomaria como diretor de fotografia. Jon e eu dissemos no início que a câmera desse filme deveria ser como um grande olho que vê tudo. É claro que fizemos algumas escolhas estéticas, mas eu estava tentando limitar ao máximo meu impacto nesse filme.

Uma das estratégias para trazer à tona o caráter cotidiano de um cenário de horror foi filmar as tomadas no interior da casa com cerca de uma dezena de câmeras espalhadas pelos cômodos. As câmeras rodavam em simultâneo, quase como num reality show. "Algumas tomadas duravam até 45 minutos – estávamos sempre indo e vindo. Não se sabia o que estava sendo filmado, de que ângulo ou de onde. A equipe e os monitores estavam em um prédio separado”, conta a atriz Sandra Hüller. "Poderíamos comparar com o teatro, mas, no teatro, pelo menos, é preciso estar voltado para a direção do público. Nesse caso [as câmeras], estavam ao seu redor. Uma das primeiras coisas que eu disse a Jonathan foi: ‘Não quero fazer o papel de Hedwig. Não tenho interesse nisso.’ E a resposta dele foi: ‘Este não é um filme biográfico. É uma conexão entre o passado e o presente.’ E as câmeras na casa ajudaram com isso, eu acho."

"É um filme feito a partir de um profundo sentimento de raiva”, conclui Glazer. “Eu não estava interessado em fazer uma peça de museu. Não queria que as pessoas tivessem a distância segura do passado e saíssem sem se incomodar com o que vissem. Eu queria dizer não, não, não – deveríamos nos sentir profundamente inseguros em relação a esse tipo de horror primordial que está por trás de tudo."

Depoimentos do diretor Jonathan Glazer e da atriz Sandra Hüller à revista Rolling Stone (na íntegra, em inglês) ►
Depoimento do diretor de fotografia Lukasz Zal à revista Hollywood Reporter (na íntegra, em inglês) ►

Cena de Zona de interesse, de Jonathan Glazer

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