Fotografia AGNÈS VARDA Cinema
[Ixelles, Bruxelas, Bélgica, 1928 – Paris, França, 2019]
A vida de Agnès foi longa, intensa, cheia de realizações e acontecimentos. Procurou na fotografia uma profissão, frequentando cursos noturnos em que aprendeu técnicas e processos, antes de ser convidada por Jean Vilar para ser a fotógrafa oficial do Festival de Avignon e do Teatro Nacional Popular, entre 1948 e 1961.
Em 1954, escreveu, dirigiu e produziu seu primeiro longa-metragem, La Pointe Courte. A partir de então, dirigiu numerosos filmes, curtas e longas-metragens, documentários e ficções. Nesse ano, apresentou a sua primeira exposição de fotografia, no pátio da sua casa em Paris.
Em 1957, foi convidada a fotografar a China, no contexto da visita oficial de uma delegação francesa, e lá realizou mais de duas mil fotografias. Combinou a sua atividade de fotógrafa com a construção de uma obra como diretora de cinema. Foi mãe de dois filhos, Rosalie Varda (1958) e Mathieu Demy (1972).
Em 1961, o seu segundo longa-metragem, Cléo das 5 à 7 (Cléo de 5 à 7) foi amplamente aclamado.
Em 1963, foi convidada a visitar Cuba, onde fez mais de 1.800 fotografias, a partir das quais fez o filme Saudações, cubanos! (Salut les Cubains). Seus filmes começaram a ser reconhecidos em festivais, tendo obtido vários prêmios: em 1964, ganhou o Urso de Prata em Berlim com As duas faces da felicidade (Le Bonheur). Em 1968, foi para os EUA, onde acompanhou e filmou as lutas antirracistas dos Panteras Negras e as manifestações da contracultura juvenil, que fotografou.
A recepção da sua obra cinematográfica se ampliou quando obteve em 1985 o Leão de Ouro em Veneza com Os renegados (Sans toit ni loi). Em 2009, recebeu o César por As Praias de Agnès (Les Plages d’Agnès) e, em 2018, foi indicada ao Oscar por Visages, Villages. Em 2015, recebeu a Palma de Ouro Honorária no Festival de Cannes e, em 2017, o Oscar Honorário, ambos em reconhecimento ao conjunto de sua obra.
Em 2003, foi convidada a apresentar o seu trabalho na Bienal de Arte de Veneza, e apresentou a sua instalação Patatutopia. Começou então um trabalho de artista contemporânea, realizando diversas mostras individuais em instituições como a Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (Paris, 2009), o CAFA Museum (Pequim, 2012), o LACMA (Los Angeles, 2013) e o Centre Pompidou (Paris, 2016).
No Brasil, uma exposição foi dedicada a Agnès Varda em 2006 no CCBB em São Paulo. Em 2009, Varda apresentou os seus filmes em Fortaleza (CE). Documentou e apresentou essa sua visita ao país no filme Agnès de ci de là Varda (2012).
O seu trabalho integra várias coleções internacionais, entre elas a Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), o MoMA (EUA), o CAFA Art Museum (China), o Museo Nacional Reina Sofía (Madri) e o LACMA (EUA).
