A mostra Atravessamentos, que acontece entre os dias 7 de junho e 3 de julho na sala de cinema do IMS Paulista, dialoga com as principais reflexões apresentadas na 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo: apagamentos, resistências e diversidades de corpos e vivências até os dias atuais. A partir da escolha de três produções brasileiras, Ôrí, de Raquel Gerber, Mokoi Tekoá Petei Jeguatá – Duas aldeias, uma caminhada, de Germano Benites, Ariel Duarte Ortega e Jorge Ramos Morinico, e Para onde voam as feiticeiras, de Carla Caffé, Beto Amaral e Eliane Caffé, a mostra reflete sobre os apagamentos e as disputas por narrativas que têm suas origens enraizadas nos violentos processos de colonização. A atualização de tais reflexões é pauta urgente nas discussões sobre o direito à cidade, que se entrelaçam às pautas sobre gênero, raça e capacitismo, por exemplo. A possibilidade de visibilizar e intercruzar espaços e narrativas é uma ferramenta que entrelaça saberes e sentimentos e extrapola a dicotomia entre erudito e marginal, conformando redes de atravessamentos que afetam e ensinam sobre formas de atuação e práticas do viver em comunidade.
As sessões têm entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes da sessão.
Equipe curatorial Atravessamentos
Carolina Piai Vieira, Larissa Francez Zarpelon, Louise Lenate Ferreira da Silva, Luciene Gomes, Pedro Cardoso Smith, Pedro Vinicius Alves, Raissa Albano de Oliveira, Thiago Sousa Silva, Viviane de Andrade Sá e Sabrina Fontenele.
Parceria do IMS com:
Raquel Gerber | Brasil | 1989, 91', h264 (Acervo da artista) | Classificação indicativa: livre
Filme orientado pela voz de ôrí (conceito yorubá para uma parcela de nossa orientação no mundo-corpo), de Beatriz Nascimento. A história dos movimentos negros no Brasil entre 1977 e 1988 é contada no documentário Ôrí, lançado em 1989 pela cineasta e socióloga Raquel Gerber. Tendo como fio condutor a vida da historiadora e ativista Beatriz Nascimento, o filme traça um panorama social, político e cultural do país, em busca de uma identidade que contemple também as populações negras, e mostrando a importância dos quilombos na formação da nacionalidade. Ôrí significa cabeça, um termo de origem yorubá, povo da África Ocidental, que, por extensão, também designa a consciência negra na sua relação com o tempo, a história e a memória. Com fotografia de Hermano Penna, Pedro Farkas e Jorge Bodanzky, entre outros, música de Naná Vasconcelos e arranjos de Teese Gohl.
O filme será exibido junto a dois curtas da série Tramas & Costuras:
Cartografia dos não abraços: mandingas de encantaria, de Raquel Santos, e Memória da população negra – Possibilidades para repensar as práticas de registro e conservação do patrimônio moderno, de Eneida de Almeida, Gislaine Moura do Nascimento, Maria Isabel Imbronito e Maria Carolina Maziviero.
Também será exibido durante o debate um pequeno vídeo de Bethania Nascimento, bailarina, coreógrafa, integrante e professora do Dance Theatre of Harlem.
Programação
IMS Paulista
7/6, terça, 19h - Exibição seguida de debate com Tailane Machado Santos e Raissa Albano de Oliveira.
3/7, domingo, 19h30
Germano Benites, Ariel Duarte Ortega, Jorge Ramos Morinico | Brasil | 2008, 63', Arquivo digital (Vídeo nas Aldeias) | Classificação indicativa: livre
Jovens de duas comunidades Guarani-Mbya vivenciam hoje os impactos da colonização europeia, dos processos de urbanização e da indisponibilidade da terra como meio de subsistência e acesso à caça e à agricultura. As tentativas frustradas de venda de seu artesanato refletem o impedimento do desenvolvimento de sua própria comunidade política, econômica e cultural.
O filme será exibido junto a dois curtas da série Tramas & Costuras:
Uma casa do fogo no centro da universidade, de Maylson de Alencar Barbosa, Bárbara Carneiro Servidone, Fernanda Pereira Theodoro, Maria Isabel Magalhães Tavares de Oliveira, Giovanna Strengari Nanci Fluminhan, Nath Cordeiro da Silva, Paulo Jeremias Aires e Leandro Karaí Mirim Pires Gonçalves, e Socializando com arte'S-verdadeiros heróis, de Budga Deroby Nhambiquara.
Programação
IMS Paulista
14/6, terça, 19h - Exibição seguida de debate Pedro Vinícius Alves e Márcio Mendonça Boggarim.
3/7, domingo, 18h
Carla Caffé, Beto Amaral, Eliane Caffé | Brasil | 2020, 89', DCP (Descoloniza) | Classificação indicativa: livre
Para onde voam as feiticeiras acompanha a deriva de encenações e improvisos de sete artistas pelas ruas do centro de São Paulo em uma experiência cinematográfica que torna visível a persistência de preconceitos arcaicos de gênero e raça no imaginário comum. No centro desta narrativa polifônica, está a importância da resistência política pelas alianças de luta comum entre coletivos LGBTQIA+, negritude, indígenas e trabalhadores sem teto.
O filme será exibido junto a dois curtas da série Tramas & Costuras:
Humanização no processo de reciclagem, de Victória Rechden e Silva, e Ralo de gente, de Gabriela de Brito Teixeira e Emanuele Durval Kern.
Programação
IMS Paulista
21/6, terça, 19h - Exibição seguida de debate com Carla Caffé, Thata Lopes e Viviane de Andrade Sá e Ave Terrena.
3/7, domingo, 16h
IMS Paulista
7/6, terça
19h - Ôrí
Seguido de debate com Tailane Machado Santos e Raissa Albano de Oliveira.
14/6, terça
19h - Mokoi Tekoá Petei Jeguatá – Duas aldeias, uma caminhada
Seguido de debate Pedro Vinícius Alves e Márcio Mendonça Boggarim.
21/6, terça
19h - Para onde voam as feiticeiras
Seguido de debate com Carla Caffé, Thata Lopes e Viviane de Andrade Sá e Ave Terrena.
3/7, domingo
16h - Para onde voam as feiticeiras
18h - Mokoi Tekoá Petei Jeguatá - Duas aldeias, uma caminhada
19h30 - Ôrí
Entrada gratuita. Sujeita à lotação da sala.
Ingressos distribuídos 1 hora antes de cada sessão. Uma senha por pessoa.
IMS Paulista
Bilheteria - Praça, 5º andar
Avenida Paulista, 2424
São Paulo/SP
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.