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Demarcação das telas

e revolução das imagens

Celebrando a produção audiovisual indígena no Brasil

IMS Paulista: a partir de 25 de abril de 2023

A mostra Demarcação das telas e revolução das imagens: celebrando a produção audiovisual indígena no Brasil apresenta 30 filmes dirigidos ou codirigidos por cineastas indígenas de todas as regiões do país. A mostra reforça a importância política, social, econômica e estética do cinema para os povos indígenas, apresentando uma extensa variedade de linguagens, divididas em seis eixos temáticos: Imagens-espírito; Cinema indígena e resistência política; Cinema indígena e meio ambiente; Cinema indígena e animações; Cinema indígena e linguagens artísticas; e Clássicos.

Texto de apresentação da mostra no Blog do Cinema do IMS ►

Direção artística e curadoria
Graci Guarani, Takumã Kuikuro e Christian Fischgold
Produção executiva
Aline de Moraes (Iracema Oyá Cultural)
Assistentes de produção
Anna Paula Cavalcante e Gregório Moraes
SESSÃO ESPECIAL

Cinema indígena e meio ambiente + debate
Kaapora - O chamado das matas + Yarang Mamin + Sonho de fogo + Amne adji papere mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20
IMS Paulista, 25/4/2023, terça, 19h30
Exibição seguida de debate com os curadores Graci Guarani, Takumã Kuikuro e Christian Fischgold

Ver mais sobre os participantes
Cena de ATL - Acampamento Terra Livre, de Edgar Kanaykõ Xakriabá

Programação

A partir de 25 de abril de 2023

 

IMS PAULISTA

25/4/2023, terça
19h30 - Cinema indígena e meio ambiente: Kaapora - O chamado das matas + Yarang Mamin + Sonho de fogo + Amne adji papere mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20
Exibição seguida de debate com os curadores Graci Guarani, Takumã Kuikuro e Christian Fischgold

26/4/2023, quarta
18h45 - Cinema indígena e resistência política 1: Os espíritos só entendem nosso idioma + Ava Yvy Vera - A terra do povo do raio
20h - Cinema indígena e resistência política 2: Zahy - Fábula do Maracanã + Zawxiperkwer Ka'a - Guardiões da Floresta + ATL - Acampamento Terra Livre

27/4/2023, quinta
18h15 - Clássicos 1: Marangmotxíngmo Mïrang: das crianças Ikpeng para o mundo + Shomõtsi
20h - Clássicos 2: Wapté Mnhõnõ – A iniciação do jovem Xavante

28/4/2023, sexta
19h - Imagens espírito 1: Ooni + O que me leva não é mercadoria de bolso + Teko Haxy - Ser imperfeita
20h15 - Imagens espírito 2: Yãmĩyhex: as mulheres-espírito

29/4/2023, sábado
16h - Clássicos 3: Bicicletas de Nhanderú + Ma Ê Dami Xina: já me transformei em imagem
18h - Cinema indígena e linguagens artísticas: Jayankiri + O verbo se fez carne + Tamuia + Lithipokoroda + Yãy tu nũnãhã payexop: encontro de pajés + Karaiw a’e wà

30/4/2023, domingo
16h - Cinema indígena e animações: Kanau'kyba + A festa dos encantados + Konãgxeka: o dilúvio Maxakali + Mãtãnâg, a encantada + Ga vī: a voz do barro + Amazônia sem garimpo

7/5/2023, domingo
18h - Clássicos 1: Marangmotxíngmo Mïrang: das crianças Ikpeng para o mundo + Shomõtsi

10/5/2023, quarta
20h - Cinema indígena e linguagens artísticas: Jayankiri + O verbo se fez carne + Tamuia + Lithipokoroda + Yãy tu nũnãhã payexop: encontro de pajés + Karaiw a’e wà

14/5/2023, domingo
16h - Cinema indígena e resistência política 1: Os espíritos só entendem nosso idioma + Ava Yvy Vera - A terra do povo do raio
17h30 - Clássicos 2: Wapté Mnhõnõ – A iniciação do jovem Xavante

17/5/2023, quarta
20h - Clássicos 3: Bicicletas de Nhanderú + Ma Ê Dami Xina: já me transformei em imagem

21/5/2023, domingo
16h - Cinema indígena e animações: Kanau'kyba + A festa dos encantados + Konãgxeka: o dilúvio Maxakali + Mãtãnâg, a encantada + Ga vī: a voz do barro + Amazônia sem garimpo
17h30 - Cinema indígena e resistência política 2: Zahy - Fábula do Maracanã + Zawxiperkwer Ka'a - Guardiões da Floresta + ATL - Acampamento Terra Livre

28/5/2023, domingo
18h - Imagens espírito 1: Ooni + O que me leva não é mercadoria de bolso + Teko Haxy - Ser imperfeita
19h30 - Imagens espírito 2: Yãmĩyhex: as mulheres-espírito

31/5/2023, quarta
20h - Cinema indígena e meio ambiente: Kaapora - O chamado das matas + Yarang Mamin + Sonho de fogo + Amne adji papere mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20


Sessão especial

Cinema indígena e meio ambiente + debate
Kaapora - O chamado das matas + Yarang Mamin + Sonho de fogo + Amne adji papere mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20
IMS Paulista, 25/4/2023, terça, 19h30
Exibição seguida de debate com os curadores Graci Guarani, Takumã Kuikuro e Christian Fischgold

Graci Guarani
Produtora cultural, diretora e roteirista e curadora, nascida e crescida na aldeia Jaguapiru, pertence aos povos Guarani e Kaiowá de MS e atualmente reside no T.I. Pankararu (PE). É uma das cineastas indígenas pioneiras mais atuante em produções audiovisuais no cenário do cinema brasileiro: em seu currículo, assina direção, roteiro e fotografia em mais de oito obras audiovisuais. Destaque para a direção e a fotografia do longa documental premiado internacionalmente My Blood Is Red (Needs Must Film). Foi autora no especial da Rede Globo Falas da Terra. Integra o time de direção da segunda temporada da série Cidade invisível (Netflix). Assina como chefe de roteiro o projeto de gamer animação Entre as estrelas (Split). É uma das roteiristas e diretoras da série Histórias impossíveis (Rede Globo, 2023).

Takumã Kuikuro
Idealizador do 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena. Cineasta, membro do povo indígena Kuikuro, é fundador do Coletivo Kuikuro de Cinema. Presidente do Instituto da Família do Alto Xingu (IFAX), atualmente vive na aldeia de Ipatse, no Território Indígena Xingu. Dirigiu o documentário As Hyper Mulheres (2011), juntamente com Leonardo Sette e Carlos Fausto. Tem filmes premiados em festivais como Gramado e Brasília, e no Présence da Autochtone, em Terres en Vues, Montreal. Em 2017, recebeu o Prêmio de Bolsa Honorária da Universidade Queen Mary Londres. Em 2019, foi o primeiro integrante indígena do júri no Festival de Cinema Brasileiro em Brasília. Foi idealizador e curador do 1st Brazil Indigenous Film Festival UK. Recentemente, foi curador da exposição Xingu: contatos (2022/23), no IMS Paulista, e curador do programa Arandu – Listen to the Weather Celebrating 35 Years of Indigenous Filmmaking from Brazil, que integra a programação do RAI Film Festival 2023.

Christian Fischgold
Doutor em literatura comparada pela Uerj (2018), lecionou em universidades no Brasil, Reino Unido e Angola. Foi pesquisador visitante pós-doutorado na School of Arts, Languages and Cultures, da Universidade de Manchester (2020-2021), com pesquisa sobre obras de cineastas indígenas no Brasil. Possui pós-doutorado em teoria e história literária pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-Unicamp, 2019), com pesquisas sobre antropofagia cultural e neoanimismo. Tem também desenvolvido projetos na área do cinema experimental, publicado artigos em diversas revistas acadêmicas, realizou mostras de cinema indígena em Londres e Bristol (Reino Unido), Rio de Janeiro e São Paulo.


Filmes


Cinema indígena e meio ambiente

Kaapora – O chamado das matas
Olinda Muniz Wanderley | Brasil | 2020, 20', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Uma narrativa da ligação dos povos indígenas com a Terra e sua espiritualidade, do ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e do argumento do filme.


Yarang Mamin
Kamatxi Ikpeng | Brasil | 2019, 21', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Yarang Mamin é um mergulho no dia a dia das mulheres do povo Ikpeng que coletam sementes nativas no Território Indígena do Xingu (MT). As coletoras criaram o Movimento das Mulheres Yarang, que faz parte da Rede de Sementes do Xingu. Ao longo de uma década, as Yarang coletaram 3,2 toneladas de sementes florestais, o que possibilitou o plantio de cerca de 1 milhão de árvores nas bacias dos rios Xingu e Araguaia. Um respiro em meio à devastação que corrói o que resta da floresta.


Sonho de fogo
Alberto Alvares | Brasil | 2020, 7', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Este curta-metragem retrata a interpretação de um sonho de fogo – um presságio de doença, segundo as tradições do povo Guarani-Nhandewa. Filmado antes da pandemia de covid-19, o filme é uma premonição dos sábios da floresta. Na aldeia, os anciãos que interpretam os sonhos enfatizam a importância de preservar as árvores que respiram fumaça e nos protegem da terrível doença que está por vir. A narrativa invoca uma reflexão coletiva sobre a forma como lidamos com o meio ambiente.


Amne adji papere mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20
Kamikia Kisêdjê | Brasil | 2012, 11', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Manifesto das mulheres Kisêdjê contra o desmatamento das florestas e a poluição dos rios. Kamikia Kisêdjê e o Coletivo Kisêdjê de Cinema resolveram produzir uma mensagem do seu povo para a RIO+20. As mulheres tomaram a frente dos depoimentos, expressando com contundência sua apreensão com relação à devastação da Amazônia e ao futuro dos seus netos.

 

Programação

IMS Paulista
25/4/2023, terça, 19h30
Exibição seguida de debate com os curadores Graci Guarani, Takumã Kuikuro e Christian Fischgold

31/5/2023, quarta, 20h


Cinema indígena e resistência política

Cinema indígena e resistência política 1

Os espíritos só entendem nosso idioma
Cileuza Jemjusi, Robert Tamuxi e Valdeilson Jolasi | Brasil | 2019, 5', DCP | Classificação indicativa: livre

Apenas quatro anciãos da população Manoki na Amazônia brasileira ainda falam o idioma indígena, um risco iminente de perderem o meio pelo qual se comunicam com seus espíritos. Apesar desse ser um assunto difícil, os mais jovens decidem narrar em imagens e palavras a sua versão dessa longa história de relações com os não indígenas, falando sobre as suas dores, seus desafios e seus desejos. Apesar de todas as dificuldades do contexto atual, a luta e a esperança ecoam em várias dimensões do curta-metragem, indicando que “a língua Manoki viverá!”.


Ava Yvy Vera − A terra do povo do raio
Genito Gomes, Valmir Gonçalves Cabreira, Jhonn Nara Gomes, Jhonatan Gomes, Edina Ximenez, Dulcídio Gomes, Sarah Brites e Joilson Brites | Brasil | 2017, 52', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

"Aqui é o coração da terra. Estamos lutando pelo coração da terra, deste território. Não lutamos só por este pedaço, mas por todos os territórios do coração da terra. Esse é o nosso lugar. Nós Avá somos descendentes do coração da terra.”  - Rezador Valdomiro Flores, Tekoha Guaiviry, 2014.

Cinema indígena e resistência política 2

Zahy − Fábula do Maracanã
Zahy Tentehar e Felipe Bragança | Brasil | 2012, 5', arquivo digital | Classificação indicativa: 14 anos

Zahy Tentehar, 23 anos, é uma das líderes indígenas de uma aldeia criada ao lado do Maracanã, no antigo Museu do Índio, no Rio de Janeiro, ameaçado de demolição. Neste vídeo, criado a quatro mãos com Felipe Bragança, Zahy, pajé e contadora de histórias de sua aldeia, lança um novo olhar sobre o local onde vive.


Zawxiperkwer Ka’a – Guardiões da Floresta
Jocy Guajajara e Milson Guajajara | Brasil | 2019, 50', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Nos limites do “complexo verde” formado pelas terras indígenas Caru, Awá, Alto Rio Guamá e Alto Turiaçu dos Guajajara e Awá Guajá, que tiveram seis lideranças assassinadas em um ano, os Guardiões da Floresta lutam para proteger seu território, a última área de floresta contínua no estado do Maranhão. O filme investiga a tensão desses enfrentamentos na reserva do Caru.


ATL – Acampamento Terra Livre|
Edgar Kanaykõ Xakriabá | Brasil | 2017, 7', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Em abril de 2017, em Brasília, povos de todas as regiões do país e das mais diversas etnias reuniram milhares de lideranças, jovens, mulheres indígenas, fazendo o maior Acampamento Terra Livre da história, para exigir os direitos indígenas que são vilipendiados sistematicamente. Filmado por Edgar Kanaykõ Xakriabá.

 

Programação

IMS Paulista
26/4/2023, quarta
18h45 - Cinema indígena e resistência política 1
20h - Cinema indígena e resistência política 2

14/5/2023, domingo
16h - Cinema indígena e resistência política 1

21/5/2023, domingo
17h30 - Cinema indígena e resistência política 2


Clássicos

Clássicos 1

Marangmotxíngmo Mïrang: das crianças Ikpeng para o mundo
Kumaré Ikpeng, Karané Ikpeng, Natuyu Yuwipo Txicão | Brasil | 2001, 35', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Quatro crianças Ikpeng apresentam sua aldeia respondendo à vídeo-carta das crianças da Sierra Maestra em Cuba. Com graça e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas, seu modo de vida. Conhecemos as personagens que compõem o seu mundo quotidiano - desde os pintinhos ao chefe da aldeia - e vemos as crianças ajudando nas tarefas, aprendendo a caçar, ir para a escola e brincar. Frequentemente se comparando e se contrastando com as gerações anteriores, eles estão cientes de sua herança cultural e de como ela mudou desde a época de seus avós. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que respondam à sua vídeo-carta. Vencedor de diversos prêmios em importantes festivais na América Latina e dos EUA, trata-se de um filme paradigmático para a produção indígena brasileira.


Shomõtsi
Wewito Piyãko | Brasil | 2001, 42', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Shomõtsi é um Ashaninka espirituoso e cativante, um pai que criou seus filhos sozinho. Vizinho e amigo do cineasta, ele discute os usos Ashaninka da tintura de urucum, da mandioca e da coca. Ao contrário dos brancos, diz ele, os Ashaninkas respeitam o poder medicinal da coca. Shomõtsi e dois outros idosos vão a uma cidade vizinha para receber suas pensões. Eles têm que montar acampamento durante a noite esperando seu dinheiro e reclamando do materialismo dos lojistas brasileiros. Depois de fazer algumas compras modestas, Shomõtsi volta alegremente para a aldeia. Um dos filmes que marca a virada do século, foi premiado em importantes festivais na América Latina e no Canadá.

 

Clássicos 2

Wapté Mnhõnõ – A iniciação do jovem Xavante
Divino Tserewahú | Brasil | 1999, 56', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

O Wapté Mnhõno é o ritual de iniciação do rapaz Xavante. Um evento importante na vida social Xavante, que mobiliza toda a comunidade e uma série de atividades para os jovens, como correr com toras e bater água no rio. A convite de Divino Tserewahú, da aldeia Xavante Sangradouro, quatro Xavantes e um Suyá realizam pela primeira vez o registro do ritual, enquanto diversos membros da aldeia elucidam o significado dos segmentos desse complexo cerimonial. O filme foi exibido em diversos festivais pelo mundo, e premiado na Itália, na Bolívia e no Brasil. Divino Tserewahú é um dos primeiros indígenas a se consolidar como cineasta, e seus filmes são responsáveis por demarcar um primeiro momento do cinema indígena no Brasil.

 

Clássicos 3

Bicicletas de Nhanderú
Ariel Duarte Ortega e Patricia Ferreira (Keretxu) | Brasil | 2011, 48', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões (RS). O filme mostra como a influência do “homem branco” ameaça a religiosidade desse povo, que tem se deixado levar por hábitos como o consumo de álcool, festas e jogos que, segundo a crença da aldeia, fazem mal ao espírito. Apresentando uma linguagem que questiona valores éticos e estéticos no interior da comunidade, e também fora dela, o filme encerra um ciclo ao mesmo tempo que abre as portas para um novo período para cineastas indígenas no Brasil.

 

Ma Ê Dami Xina: já me transformei em imagem
Zezinho Yube | Brasil | 2008, 31', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Comentários sobre a história de um povo, feito pelos realizadores dos filmes e por seus personagens. O diálogo crítico com imagens de arquivo (fotográficas e cinematográficas) realizadas por não indígenas transformou o filme em um relato contundente do ressurgimento cultural dessa comunidade visto pelos olhos de sua memória coletiva. Do tempo do contato, passando pelo cativeiro nos seringais, até o trabalho atual com o vídeo, os depoimentos dão sentido ao processo de dispersão, perda e reencontro vividos pelos Huni Kui.

 

Programação

IMS Paulista
27/4/2023, quinta
18h15 - Clássicos 1: Marangmotxíngmo Mïrang: das crianças Ikpeng para o mundo + Shomõtsi
20h - Clássicos 2: Wapté Mnhõnõ – A iniciação do jovem Xavante

29/4/2023, sábado
16h - Clássicos 3: Bicicletas de Nhanderú + Ma Ê Dami Xina: já me transformei em imagem

7/5/2023, domingo
18h - Clássicos 1: Marangmotxíngmo Mïrang: das crianças Ikpeng para o mundo + Shomõtsi

14/5/2023, domingo
17h30 - Clássicos 2: Wapté Mnhõnõ – A iniciação do jovem Xavante

17/5/2023, quarta
20h - Clássicos 3: Bicicletas de Nhanderú + Ma Ê Dami Xina: já me transformei em imagem


Imagens espírito

Imagens espírito 1

Ooni
Liliy Baniwa e Naiara Alice Bertoli | Brasil | 2021, 7', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Ooni”, na língua Baniwa, quer dizer “água”. Água preta do rio Negro, água branca para matar a sede depois de um dia de trabalho na roça. Água de igarapé para se banhar, água para o pajé benzer e curar da doença, água que as mulheres carregam sobre suas cabeças. Água parada do lago que assoreou, água suja da cidade que vai cerceando as comunidades. Mulheres Baniwa da comunidade de Itacoatiara-Mirim, cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), trazem no seu corpo-água histórias e danças que compõem suas formas de resistência.


O que me leva não é mercadoria de bolso
Barbara Leite Matias | Brasil | 2022, 6', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Este vídeo forma parte de um conjunto de materiais criados pela artista para a série Co-sentindo com ternura radical: ações rituais de arte-vida para ressintonização metabólica. “Eu sou semente abrindo olho e nascendo. Furando o tecido e lambendo a carne, se hidratando entre líquidos vermelhos das veias que estão na terra e em mim. URUCUM.”


Teko Haxy - Ser imperfeita
Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Sophia Pinheiro | Brasil | 2018, 39', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Um encontro íntimo entre duas mulheres que se filmam. O documentário experimental é a relação de duas artistas, uma cineasta indígena e uma artista visual e antropóloga não indígena. Diante da consciência da imperfeição do ser, entram em conflitos e se criam material e espiritualmente. Nesse processo, se descobrem iguais e diferentes na justeza de suas imagens.

 

Imagens espírito 2

Yãmĩyhex: as mulheres-espírito
Sueli Maxakali e Isael Maxakali | Brasil | 2019, 76', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Após passarem alguns meses na Aldeia Verde, as yãmĩyhex (mulheres-espírito) se preparam para partir. Sueli e Isael Maxakali registram os preparativos e a grande festa para sua despedida. Durante os dias de festa, uma multidão de espíritos atravessa a aldeia. As yãmĩyhex vão embora, mas sempre voltam com saudades dos seus pais e das suas mães.

 

Programação

IMS Paulista
28/4/2023, sexta
19h - Imagens espírito 1: Ooni + O que me leva não é mercadoria de bolso + Teko Haxy - Ser imperfeita
20h15 - Imagens espírito 2: Yãmĩyhex: as mulheres-espírito

28/5/2023, domingo
18h - Imagens espírito 1: Ooni + O que me leva não é mercadoria de bolso + Teko Haxy - Ser imperfeita
19h30 - Imagens espírito 2: Yãmĩyhex: as mulheres-espírito


Cinema indígena e linguagens artísticas

Jayankiri
Natali Mamani | Brasil | 2021, 10', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Jayankiri, em Aymara "pessoa que mora longe". Entre danças, performances e um ser espiritual, que simboliza Jayankiri, este filme ensaio fala sobre a nostalgia gerada pelos deslocamentos de território de pessoas andinas, perdidas entre as possibilidades do "e se" e as memórias de vidas interrompidas pela colonização, que impactam no presente por meio da imigração.

"quantos fins do mundo ainda teremos que aguentar?"

"quantos forem necessários"

 

O verbo se fez carne
Ziel Karapotó | Brasil | 2019, 6', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Um filme-performance sobre o corpo como ferramenta de luta e de denúncia da invasão europeia e da colonização. 

 

Tamuia
Denilson Baniwa | Brasil | 2021, 11', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Guanabara, data desconhecida. Kunhambebe e seu grupo preparam-se para encontrar o Conselho Tamoio. A reunião irá definir os próximos passos na guerra contra os invasores. Sem que Kunhambebe soubesse, um de seus companheiros havia entregado os planos Tamoio aos inimigos. A caminho do local de encontro, seu comboio foi atacado. Ele consegue escapar. Ferido e sem armas, procura abrigo numa casa abandonada. Lá ele deixa uma mensagem para seu filho, Kunhambebe Mirim.

 

Lithipokoroda
Lilly Baniwa | Brasil | 2020, 28', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Lithipokoroda é uma performance manifesto produzida por artistas indígenas da cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM). Uma mulher ancestral adormece, anda pela floresta e atravessa a cidade em direção à Maloca, a casa do conhecimento dos povos indígenas. A floresta está destruída pelas mãos dos brancos. Mas, para os povos indígenas, os conhecimentos ancestrais estão vivos em seus corpos. Vemos jovens indígenas do século XXI, da cidade mais indígena do Brasil, que têm a floresta como sua casa e utilizam a tecnologia como ferramenta de denúncia. Um basta para as invasões genocidas, para as violências perpetuadas por séculos pelos missionários, padres e pastores. Por tanto sangue derramado, por tantas proibições, preconceitos e perseguições das culturas originárias!

 

Yãy tu nũnãhã payexop: Encontro de pajés
Sueli Maxakali | Brasil | 2021, 28', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Em julho de 2020, em plena pandemia de covid-19, cerca de 100 famílias Tikmῦ’ῦn-Maxakali deixaram a reserva de Aldeia Verde (Ladainha, MG) em busca de uma nova terra. A tensão causada pelo isolamento tornou mais urgente a necessidade de uma terra rica em matas e, sobretudo, água, na qual fosse possível fortalecer as relações com os povos-espíritos Yãmĩyxop através de cantos, rituais, festas e brincadeiras.

 

Karaiw a’e wà
Zahy Tentehar | Brasil | 2022, 15', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Em Karaiw a’e wà (2022), videoinstalação desenvolvida para a mostra Nakoada: estratégias para a arte moderna, Zahy Tentehar resgata a palavra “karaiw”, que significa “civilizado”, para questionar a construção do indígena “selvagem” e “bárbaro”, imagem enraizada pela colonialidade. Na obra, a invenção da civilidade é colocada à prova juntamente com os ideais de progresso, intelectualidade e modernização.

 

Programação

IMS Paulista
29/4/2023, sábado, 18h
10/5/2023, quarta, 20h


Cinema indígena e animações

Kanau’kyba
Gustavo Caboco e Pedra do Bendegó | Brasil | 2021, 11', DCP | Classificação indicativa: 10 anos

Kanau’kyba” significa “caminhos das pedras” na língua Wapichana.
Atravessamos diferentes paisagens que conectam as pedras do céu às pedras da terra ancestral. Das caminhadas nas pedras terrenas na Serra da Lua, em Roraima, na Terra Indígena Canauanim, nos conectamos às pedras no Paraná, na cidade de Kurityba. Campo em chamas. Das cinzas no Museu Nacional do Rio de Janeiro e a pedra do meteorito Bendegó ao recado da borduna: não apagarão a nossa memória.

 

A festa dos encantados
Masanori Ohashy | Brasil | 2016, 14', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

A festa dos encantados é uma animação baseada no mito do povo Guajajara que conta a origem de seus rituais. Narra a saga de um Guajajara procurando seu irmão perdido. Encontrado em um mundo subterrâneo habitado por seres encantados, permanece aprendendo todos os rituais e cânticos. Com saudade da família, volta para o seu povo e passa a contar a sua história e ensinar para todos os parentes tudo o que havia aprendido com aqueles seres. Antes disso, de acordo com o mito, os Guajajara não realizavam seus rituais.

 

Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali
Isael Maxakali e Charles Bicalho | Brasil | 2016, 13', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Konãgxeka”, na língua Maxakali, quer dizer “água grande”. Trata-se da versão Maxakali da história do dilúvio. Como um castigo, por causa do egoísmo e da ganância dos homens, os espíritos Yãmîy enviam a “grande água”. Isael representa o povo indígena Maxakali, de Minas Gerais e o filme é falado em Maxakali, com legendas. As ilustrações para o filme foram feitas por indígenas Maxakali, durante oficina realizada na Aldeia Verde, no município de Ladainha (MG).

 

Mãtãnãg, a encantada
Shawara Maxakali e Charles Bicalho | Brasil | 2019, 14', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

A índia Mãtãnãg segue o espírito de seu marido, morto picado por uma cobra, até a aldeia dos mortos. Juntos eles superam os obstáculos que separam o mundo terreno do mundo espiritual. Uma vez na terra dos espíritos, as coisas são diferentes: outros modos regem o sobrenatural. Mas Mãtãnãg não está morta, e sua alma deve retornar ao convívio dos vivos. De volta à sua aldeia, reunida a seus parentes, novas vicissitudes durante um ritual proporcionarão a oportunidade para que, mais uma vez, vivos e mortos se reencontrem. Falado em língua Maxakali e legendado, Mãtãnãg se baseia em uma história tradicional do povo Maxakali. As ilustrações para o filme foram realizadas em oficina na Aldeia Verde, no município de Ladainha (MG).

 

Ga vī: a voz do barro
Ana Letícia Meira Schweig, Angélica Domingos, Cleber Kronun de Almeida, Eduardo Santos Schaan, Geórgia de Macedo Garcia, Gilda Wankyly Kuita, Iracema Gãh Té Nascimento, Kassiane Schwingel, Marcus A. S. Wittmann, Nyg Kuita e Vini Albernaz | Brasil | 2021, 11', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Animação criada através das memórias narradas por Gilda Wankyly Kuita e Iracema Gãh Té Nascimento, com imagens e sons captados na Terra Indígena Kaingang Apucaraninha (PR), durante o encontro de mulheres Ga vī: a voz do barro, conversando com a terra (2021).

 

Amazônia sem garimpo
Julia Bernstein e Tiago Carvalho | Brasil | 2022, 7', DCP | Classificação indicativa: 14 anos

Uma animação sobre os perigos trazidos pela atividade garimpeira para o ambiente e a saúde dos seres humanos.

 

Programação

IMS Paulista
30/4/2023, domingo, 16h
21/5/2023, domingo, 16h


Local de produção dos filmes e da etnia do povo retratado
AMAZONAS
1. Baniwa | Lilly
RORAIMA
2. Yanomami | Criação coletiva com o povo Munduruku do Pará e (Julia Bernstein e Tiago Carvalho)
3. Wapichana | Gustavo Caboco
PARÁ
4. Munduruku | criação coletiva com o povo Yanomami de Roraima e (Julia Bernstein e Tiago Carvalho)
MARANHÃO
5. Guajajara | Jocy, Milson e (Masanori Ohashi)
CEARÁ
6. Kariri | Barbara Leite Matias
ACRE
7. Asheninka | Wewito Piãko
8. Huni Kuin | Zezinho Yube
MATO GROSSO
9. Manoki | Cileuza Jemjusi, Robert Tamuxi e Valdeilson Jolasi
10. Ikpeng | Kumaré, Karané e Natuyu Yuwipo Txicão
11. Kisêdjê | Kamikia
12. Xavante | Divino Tserewahú
SERGIPE
13. Karapotó | Ziel
MINAS GERAIS
14. Xakriabá | Edgar Kanaykõ
15. Maxakali | Sueli, Isael, Shawara e (Charles Bicalho)
BAHIA
16. Tupinambá | Olinda Muniz Wanderley
MATO GROSSO DO SUL
17. Guarani-Kaiowá | Direção coletiva. Ver Ava Yvy Vera − A terra do povo do raio, parte de Cinema Indígena e resistência política
18. Guarani-Nhandewa | Alberto Alvares
PARANÁ
19. Kaingang | Direção coletiva. Ver Ga vī: a voz do barro, parte de Cinema Indígena e animações
3. Wapichana | Gustavo Caboco
SÃO PAULO
20. Aymara | Natali Mamani
RIO DE JANEIRO
21. Zahy Tentehar, Denilson Baniwa e (Felipe Bragança)
RIO GRANDE DO SUL
22. Mbyá- Guarani | Patrícia Yxapi, Ariel Ortega e (Sophia Pinheiro)

 

Os nomes de diretores e parceiros de criação não indígenas foram mantidos entre parênteses.

Ingressos

Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos no site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.

Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.

Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.


IMS Paulista

R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.

A bilheteria vende ingressos apenas para as sessões do dia. No ingresso.com, a venda é semanal: toda quarta-feira, às 18h, são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.

Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.


Exposição relacionada