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Mostra de Cinemas Africanos

Mostra de filmes

Exibição da cinematografia africana contemporânea

IMS Poços

Rua Teresópolis, 90
Poços de Caldas/MG

Quando

De 20 a 24 de novembro de 2019

Com curadoria de Ana Camila Esteves e Beatriz Leal Riesco, a Mostra de Cinemas Africanos acontece no IMS Poços, entre os dias 20 e 24 de novembro de 2019. Durante esta semana, o público poderá conferir uma cuidadosa seleção de filmes africanos e afrodiaspóricos reconhecidos em grandes festivais e respaldados pela crítica e público internacionais.

A mostra reúne dez títulos procedentes de dez países, com atenção especial à produção contemporânea. A maioria dos filmes é inédita no Brasil, chance rara de assistir a importantes produções que circularam em grandes festivais. Ao total, são sete longas e três curtas/médias de ficção.

A sessão de abertura exibirá o longa-metragem Supa Modo, do diretor queniano Likarion Wainaina, uma produção Quênia/Alemanha. A sessão acontece em parceria com o Goethe-Institut, no dia 20 de novembro, às 19h30, e conta ainda com um vídeo do diretor comentando o filme e o processo de produção.

Todas as sessões serão apresentadas pela curadora Ana Camila, que discorrerá sobre as obras e seus contextos de produção.

A Mostra de Cinemas Africanos se estabelece como um evento itinerante que coloca o Brasil na rota de circulação dos cinemas produzidos na África e sua diáspora. O evento possibilita que o público brasileiro acompanhe anualmente os lançamentos da cinematografia do continente. A mostra já passou por Salvador, Aracaju, São Paulo e Porto Alegre, e acontece pela primeira vez em Poços de Caldas, Minas Gerais.


Destaques da Curadoria

A proeminência das mulheres na programação da mostra reflete o crescimento exponencial no século 21 de filmes realizados por mulheres na África e na diáspora. As jovens diretoras africanas dominam gêneros tão heterogêneos como a comédia adolescente (Kasala!, da nigeriana Ema Edosio), e o curta-metragem poético (Irmandade, da tunisiana Meryam Joobeur).

Com uma curadoria que ressalta a diversidade de gêneros e formatos dos cinemas africanos, a mostra destaca em sua programação as experiências do cotidiano em grandes cidades africanas, absorvidas por culturas diversas que criam imaginários outros do continente através do cinema, com inovação e originalidade.

Diante do conjunto de heróis revolucionários de carne e osso que estiveram à frente das independências na África, o imaginário atual dos jovens africanos é composto por heróis dos quadrinhos e do cinema. Samantha Biffot, realizadora do Gabão, nos revela, no documentário O Africano que Queria Voar, o gabonês Luc Bendza, primeiro campeão negro de wushu da história. Sua paixão pelo Kung Fu o levou a seguir os passos dos seus heróis na ficção (Bruce Lee e Wag Yu) e voar para a China para realizar seu sonho e acabar trabalhando com Jackie Chan nas telonas.

O papel da música como ingrediente da identidade cultural e como espaço expressivo íntimo e de interação social são os fios que unem o documentário Bakosó – O Afrobeats de Cuba com o média-metragem Nora. Coreógrafa e bailarina de fama internacional, Nora Chipaumire volta ao seu país (Zimbábue) para compor um relato autobiográfico dançado, de imensa força comunicativa. Bakosó, de Eli Jacobs-Fantauzzi, nos coloca em contato com um novo estilo musical afro-cubano que está dominando as ruas de Cuba, fruto da abertura internacional do país e das possibilidades de conexão com a ancestralidade africana. Uma sessão especial traz dois filmes média-metragens de países do norte da África, de predominância árabe: Tunísia e Egito. Uma oportunidade de conhecer a força das indústrias desses dois países a partir do drama de Malek na ficção Irmandade (Tunísia), e da trajetória de Koka no documentário que leva o seu nome: Koka, o Açougueiro (Egito). Em parceria com o Institut Français e da Cinemateca Francesa ,acontecem as exibições da comédia ganesa Keteke, de Peter Sedufia, um desdobramento da influência de Nollywood (indústria cinematográfica nigeriana) sobre seus países vizinhos, além do drama de juventude Wallay, de Berni Goldblat (Burkina Faso) e a animação Aya, ambientada na Costa do Marfim.


Programação

Não há mais sessões previstas.


Ingressos

IMS Poços
Entrada gratuita, por ordem de chegada. Evento sujeito à lotação.


Filmes

Supa Modo
Likarion Wainaina | Quênia, Alemanha | 2018, 74'

20/11, quarta, 19h30

Jo, uma garota de nove anos que tem uma doença terminal, sai do hospital para viver seus últimos dias em casa com a mãe e a irmã. Seu único conforto nesse momento difícil é sonhar em ser uma superheroína. A família de Jo e a comunidade local tentam tornar seu sonho possível.

Keteke
Peter Sedufia | Gana | 2017, 98', cor

21/11, quinta, 19h30

O filme conta uma história focada no sistema de serviço ferroviário dos anos 1980 no Gana. Um casal, Boi e Atswei, que vivem em Puna, está empenhado em dar à luz seu primeiro bebê em Akete, sua cidade natal. Muito perto do parto, o casal perde o trem, único meio de transporte da periferia para a cidade. Na pressa de chegar lá, eles agravam sua situação com uma decisão errada e se encontram no meio do nada. Agora, o casal chegará a tempo para o parto ou corre o risco de perder o bebê e a mãe?

O Africano que queria voar
The African Who Wanted to Fly
Samantha Biffot | Gabão, França, Bélgica, China | 2016, 70min, cor

22/11, sexta, 19h30

Gabão, 1979. Luc, um menino de nove anos, vê um filme de Kung Fu pela primeira vez e tem uma revelação: chineses sabem voar. Ele fica obcecado em aprender a voar também. Depois de 31 anos vivendo na China, dominando as artes marciais e atuando em filmes de Kung Fu, ele alcança seu sonho.

Bakosó: O Afrobeats de Cuba + Nora

23/11, sábado, 14h30

Bakosó: AfroBeats de Cuba
Eli Jacobs-Fantauzzi |Cuba | 2019, 48min, cor, DCP

O filme segue o DJ Jigüe até sua cidade natal, Santiago de Cuba, para encontrar inspiração em novos sons. Ele acredita que o Afrobeats ajudou a criar um novo gênero, o Bakosó, um belo intercâmbio sonoro e cultural entre Cuba e África.

Nora
Alla Kovgan e David Hinton | Moçambique, Estados Unidos, Reino Unido | 2008, 35min, cor

“Nora” é baseado nas memórias de infância da dançarina autoexilada Nora Chipaumire, que nasceu no Zimbábue em 1965. Usando performance e dança, ela conta sua história em um poema de som e imagens que se movem rapidamente. A trilha original foi composta pela lenda zimbabuana Thomas Mapfumo.

Kasala
Kasala!
Ema Edosio | Nigéria | 2018, 90', cor

23/11, sábado, 16h

Um jovem de um subúrbio de Lagos leva o carro de seu tio para se divertir com os amigos. As coisas se complicam quando eles têm um acidente e apenas cinco horas para coletar dinheiro e consertar o dano antes que seu tio retorne. Uma comédia em ritmo acelerado que, segundo a própria diretora, é um reflexo de sua vida na Nigéria.

Koka, o Açougueiro + Irmandade

24/11, domingo, 14h

Koka, O Açougueiro
Koka - The Butcher
Bence Máté | Alemanha, Egito | 2018, 38', cor

O documentário acompanha a vida de Koka, um respeitado treinador de pombos que mora na conservadora Cidade do Lixo, em Cairo (Egito). Enquanto uma importante corrida de pombos se aproxima, o jovem de 30 anos enfrenta a pressão social para abandonar sua paixão pelos pombos e construir uma família. Uma corrida contra o tempo começa no peculiar mundo onde os pombos são a principal fonte de honra e orgulho. Pela primeira vez, as lendárias corridas de pombos do Cairo são registradas em filme.

Irmandade
Brotherhood
Meryam Joobeur | Canadá, Tunísia, Catar, Suécia | 2018, 25', cor

Mohamed é um rígido pastor que vive na zona rural da Tunísia com sua esposa e dois filhos. Mohamed fica profundamente abalado quando seu filho mais velho, Malik, retorna para casa após uma longa viagem com uma misteriosa nova esposa. A tensão entre pai e filho aumenta ao longo de três dias até atingir o limite.

Aya
Yopougon, Marguerite Abouet e Clément Oubrerie | França, Costa do Marfim | 2012, 87', cor

24/11, domingo, 15h30

Aya é uma jovem que quer estudar medicina. Mora em Yopougon, uma comunidade pobre perto de Abidjan, a cidade mais rica da Costa do Marfim. Ela e suas amigas gostam de se divertir e dançar. Sonham com amores e com muita riqueza. Como em muitos lugares pequenos, em Yopougon as notícias correm rapidamente, às vezes, gerando conflitos. O desenho reproduz preciosamente a geografia, os costumes e a vida local. Revela aspectos das relações sociais e familiares de um povo que influenciou em muito a cultura brasileira. Baseado nas histórias em quadrinhos dos mesmos autores do filme.

Wallay
Berni Goldblat | França, Burkina Faso, Qatar | 2017, 84’, cor

24/11, domingo, 17h

Ady, um menino de 13 anos, não escuta mais seu pai, que o cria sozinho no sul da França. O pai decide, então, confiar Ady ao seu tio Amadou no período de férias de verão, em uma região rural de Burkina Faso, seu país de origem. Lá, aos 13 anos de idade, ele deve-se tornar um homem, mas convencido de que está só de férias, Ady entende as coisas de maneira diferente.


Sobre as curadoras

Ana Camila Esteves (Brasil) é natural de Salvador-BA, bacharel em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, mestre e doutoranda em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela mesma universidade. No mercado da cultura desde 2009, atua na área de planejamento estratégico em comunicação e no desenvolvimento, criação, coordenação e execução de projetos culturais e corporativos. Como pesquisadora, atualmente cursa o doutorado na UFBA, onde estuda as narrativas do urbano nos cinemas africanos. Curadora colaboradora do Africa in Motion Film Festival (Escócia), idealizadora e curadora da Mostra de Cinemas Africanos (Brasil).

Beatriz Leal Riesco (Espanha) é pesquisadora, professora, crítica e curadora especializada em arte e cinema contemporâneos da África, Europa e Oriente Médio. Combina seu trabalho como conferencista e professora com a escrita jornalística e acadêmica em publicações como El País, Cinema Journal, Secuencias, Caracteres, Ars Magazine, Asymptote, Hyperion, Rebelión, Okayafrica y Écrans. Com residência entre os EUA e a Europa, desde 2011 é programadora do New York African Film Festival e África Imprescindible (Espanha). Co-fundadora do Wallay Festival de Cinema Africano de Barcelona (2018), já foi júri em vários festivais internacionais de cinema. Como curadora independente já trabalhou com centros de arte contemporânea reconhecidos internacionalmente como Artium, Azkuna Zentroa, CCCB, Tabakalera, MUSAC, e La Virreina Centre de La Imatge, assim como para cinematecas como Filmoteca de Navarra, Filmoteca Española, Filmoteca de Catalunya, entre outras.


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