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Retrospectiva Adelia Sampaio: se eles apagam, a gente reescreve

IMS Poços, setembro a novembro de 2025

IMS Paulista, setembro de 2025

Celebrar Adelia Sampaio é reconhecer uma trajetória de mais de cinco décadas marcada por coragem e invenção no cinema brasileiro. Primeira mulher negra a dirigir um longa no país, com Amor maldito (1984), uma das primeiras obras da América Latina a tratar a lesbofobia de forma direta, Adelia abriu caminho em uma indústria marcada por exclusões. Autodidata, iniciou na Difilm e construiu sua própria produtora, assinando curtas, como Denúncia vazia, e documentários, como AI-05 – O dia que não existiu, além de produzir filmes fundamentais, como O segredo da rosa, de Vanja Orico, e Parceiros da aventura, de José Medeiros.

Esta retrospectiva integra a programação do Cinema IMS dedicada às mulheres pioneiras na direção, que já incluiu Ida Lupino, e homenagens a cineastas que marcaram a história, como Jorge Bodanzky e Billy Woodberry. Ao trazer para o centro a obra de Adelia Sampaio, o IMS reafirma a urgência de reconhecer e difundir a contribuição de uma cineasta cuja trajetória tensiona silenciamentos históricos e inscreve novas possibilidades de leitura do cinema brasileiro. Seu legado, que constitui memória, segue inaugurando caminhos que fazem de Adelia Sampaio pioneira do cinema negro feminino no país.

A programação teve início em setembro e se encerra este mês no Cinema do IMS Poços.

Blog do cinema:
Adelia Sampaio: Primeira luz do Cinema Negro Feminino, trajetória entre silenciamento e resistência - por Edileuza Penha de Souza ►


Filmes de novembro


AI-05: o dia que não existiu

Paulo Markun (direção-geral), Adelia Sampaio (direção artística) | Brasil | 2001, 57’, Arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

Documentário sobre o período da ditadura militar e os fatos que culminaram com a instituição do Ato Institucional n. 5.

Em entrevista a Vitória Felipe e Paula Azenha para a edição online do Santos Film Festival, em 2021, Adelia Sampaio conta sobre as origens do projeto: “Eu recebi um convite de Paulo Markun, que é jornalista aí de São Paulo. Ele viu esse material e disse: ‘Olha, Adelia, será que dá? Vamos fazer.’ ‘Não sei, vamos primeiro procurar pra ver se tem material.’ Aí eu conheci uma mulher mineira que foi a última taquígrafa da sessão do AI-5. Essa mulher é de Minas, se aposentou e foi embora pra Minas. E, num trânsito de rodoviária, eu descubro a conversa da mulher, inclusive o filme abre com ela contando essa história. Ela diz: ‘Eu tenho todas as cartas taquigráficas, porque, depois da sessão, eu passei um dia em Brasília e tava no lixo. Eu fiquei tão revoltada que peguei tudo e levei pra casa, e disse só vou mostrar isso quando não tiver mais nenhum ditador no poder.’ Aí eu pedi pra ver, e eram realmente coisas incríveis. Então selecionamos os políticos de mais ênfase, e fui procurar, porque naquela época não era VT, era película 16 mm. Existia a agência nacional que fazia isso. Aí eu descubro que tudo que era da sessão do AI-5 eles tinham queimado, não tinha imagem. Então eu digo pro Paulo: ’Só tem um jeito, eu vou tentar desenvolver essa história fazendo a reconstituição da cena com atores’.”

Aí começamos a organizar e, pasmem vocês, a pessoa que viabilizou a Câmara, porque eu precisava filmar lá dentro, por incrível que pareça, foi Michel Temer. Tanto é que ele tá no filme dizendo isso. Aí a TV Cultura de SP entrou com parte, e a gente conseguiu realizar o filme em 22 dias, pegando uma reconstituição e pegando filigranas de filmes que ainda existiam, trechos pequenos.”

“Eu fiz esse filme com uma força dobrada. Porque, primeiro, em 1974, eu perdi um filho pra uma borrachada da polícia. Depois eu tive o pai dos meus filhos preso por um ano e meio até ser absolvido. E eu corri atrás esse um ano e meio com duas crianças pequenas, minha filha tinha um ano na época. Eu digo: é um dever meu fazer esse registro do AI-5 pra que as pessoas tenham conhecimento, porque esse país não tem memória nenhuma. [...] Pra que isso fique aí como legado. O filme AI-5 tem uma importância política, mas tem uma importância de eu descobrir que vivi pra mostrar.”

 

Programação

IMS Poços
8/11, sábado, 16h


Parceiros da aventura

José Medeiros | Brasil | 1979, 92’, cópia 16 mm (CTAv) | Classificação indicativa: 14 anos

O miserável trio formado pelo bandido Vaselina, sua amante Ana Maria e o amigo Fumaça buscam formas de ganhar qualquer quantidade de dinheiro possível com a venda de drogas fornecidas por um traficante barra pesada. Vaselina, com o auxílio de Benedito, resolve roubar um carro para ajudar nos negócios; o problema é que, junto com o carro, eles acabam sequestrando uma menina que dormia no banco de trás do veículo.

"Eu e meu grande amigo dileto: José Medeiros, que nutria o sonho de dirigir um longa-metragem, me falou a respeito de dirigir um filme, então eu disse pra ele: ‘Se você vai dirigir, eu vou ser a produtora, vamos fazer um filme, com você dirigindo, nem que seja o último, o primeiro e único filme seu, Zé Medeiros’, que era considerado na época o grande fotógrafo de cinema, o mais premiado”, relata Adelia Sampaio em seu canal de YouTube. “Começamos a pensar numa história, é quando nós ganhamos uma sinopse de um historiador que era incrível, João Felício dos Santos, que foi o historiador de Chica da Silva. Ele nos entregou uma sinopse chamada Parceiros da aventura, em que se discutia as dificuldades intrínsecas da classe baixa do Brasil.”

“Só que aí, quando a gente conseguiu pensar em viabilizar o filme, João Felício morreu, então nós fomos atrás do José Louzeiro, que era nosso amigo pessoal e o Louzeiro se propôs a desenvolver o roteiro. E eu e o Zé tínhamos uma proposta muito séria, que era fazer um filme que tivesse intrinsecamente pelo menos 70% de atores negros. Conversamos com os atores e demos entrada na Embrafilme, e a Embrafilme nos respondeu dizendo que era um absurdo querer fazer um filme com negros, até porque negro não vendia. Eu arrumei uma confusão com isso, o Zé também, acabamos indo pro jornal, demos uma nota a respeito de protesto, e eles recuaram dentro da Embrafilme, e o filme prosseguiu no projeto [de financiamento], que na época acho que anunciaram 40 ou 60 filmes que seriam agraciados.”

“Quando saiu a relação dos filmes, o menor orçamento era o nosso, e aí a gente entendeu que não ia adiantar, que aquilo era uma maneira de tirar nosso tapete, porque tinha umas coisas rebuscadas do roteiro, tinha cenas aéreas, era um filme com requintes. E com isso eu tenho sempre que saudar a minha irmã Eliana Cobbett, que era a produtora-executiva e disse: ‘Nem que eu tenha que pagar um jantar pra qualquer pessoa com helicóptero, mas nós vamos ter o helicóptero para fazer o filme’, e a gente acabou fazendo o filme.”

“O filme foi pra Gramado, ele ganhou prêmios e se pagou, porque ‘preto não vende’. Porque se vendesse…”

“Anos se passaram, um dia estou numa reunião sobre a questão da cor, aí uma jovem ligada ao cinema negro afirma, categoricamente, que não existe filmes com mais de 30% de atores negros. Eu disse pra ela: ‘Então você não conhece Parceiros da aventura’. Resultado, a gente deixou isso como registro de marca, e tem pessoas incríveis no filme; tem o Paulo Moura, que é um músico internacionalmente conhecido, fazendo um personagem como ator e como músico na vida real; tem Isabel Ribeiro, que é a branca, a gente falava que era a branca do filme, uma das atrizes mais premiadas que o cinema já teve; e o resultado do trabalho do Milton Gonçalves, que é uma coisa de doer a alma.”

“Conseguimos com isso fazer o filme, e o filme tá aí, é preciso a gente acreditar que um filme com 70% de atores negros vende. E tá provado, Parceiros da aventura tá aí."

 Depoimento de Adelia Sampaio extraído de seu canal no YouTube ►

 

Programação

IMS Poços
15/11, sábado, 16h


Chuvas de verão

Carlos Diegues | Brasil | 1978, 93’, Arquivo digital (Luz Mágica Produções) | Classificação indicativa: 16 anos

Ao se aposentar, Afonso decide viver com tranquilidade no subúrbio onde mora. Em sua primeira semana de ócio, em um tórrido verão, Afonso se envolve com os problemas de sua filha, de seus amigos e de sua vizinhança, aprendendo com eles a viver novamente. Até sua convivência com Isaura, vizinha de tantos anos, se modifica. Os dois iniciam uma relação de amizade, amor e respeito.

 

Programação

IMS Poços
22/11, sábado, 18h30


Filmes anteriores


Denúncia vazia + Scliar, A persistência da Paisagem + O mundo de dentro + Olhar dos anos 60 + Adulto não brinca

Classificação indicativa da sessão: 14 anos

 

Denúncia vazia
Adelia Sampaio | Brasil | 1979, 8’, Arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

Sem recursos para o aluguel de outro apartamento, dois velhinhos resolvem suicidar-se depois de receberem uma intimação de despejo.

Denúncia vazia é o primeiro filme dirigido e roteirizado por Adelia Sampaio, que já tinha uma carreira na direção de produção de filmes. “Passar de diretora de produção para direção já é uma coisa complexa”, disse em entrevista à revista Filme Cultura, publicada em 1988. “Partindo da premissa de que cinema é efetivamente uma arte muito elitista, eu não estou inclusa nesse padrão. Sou uma mulher, também é uma coisa meio complicada, não dão muito crédito. Embora para mim, a dificuldade no que tange a montar uma estrutura para realizar um trabalho meu, não foi muito complicado, em função de muitas pessoas com as quais trabalhei no cinema e que, de certa forma, me conheciam. Agora, dessas pessoas, eu conto a dedo as que acreditavam na possibilidade de eu ter condições, realmente, de dirigir um trabalho. O Denúncia vazia foi a primeira arrancada, numa tentativa de manipular o plano, de saber o eixo, quer dizer, a coisa técnica de cinema. E pegando o Rodolfo Arena, que, para mim, é uma pessoa muito importante, eu tinha o maior carinho e um grande respeito por ele, pela trajetória profissional dele. O Arena disse para mim uma coisa muito engraçada: ‘Você não se preocupe com a minha ribalta, eu quero ver se você realmente aprendeu tudo isso que você diz estar pronta pra fazer. Eu não vou te dar a minha contribuição, apenas vou ceder minha imagem e meu trabalho de ator. Agora, se você me dirigir errado, eu vou sair errado no filme.’ E, depois de pronto, uma das pessoas que mais defenderam o filme foi o Arena. Ele achou que eu consegui passar uma coisa que é a angústia e a sensibilidade daqueles velhos. Isso, para mim, foi muito importante. E, na parte técnica, eu estava fazendo o meu primeiro curta-metragem com um fotógrafo que também estava fotografando pela primeira vez, e que foi, durante muitos anos, assistente do José Medeiros, que é o Paulão [Paulo Cesar Mauro]. De certa forma, também há uma coisa do cinema brasileiro: quando o filme fica muito bom e é de um estreante, a pessoa logo justifica: ‘Não, isso é de um fotógrafo que era muito experiente e que deu as dicas’. E eu escolhi o Paulão também por causa disso.”

Entrevistada em 2016 no programa Espelho, de Lázaro Ramos, Adelia conta: “O curta foi para o festival de Brasília, e, pra minha surpresa, uma filha dos velhinhos tava lá. E me disse: ‘Que louco, como é que você adivinhou que mamãe tinha mania de ver álbum de fotografias, tomar chazinho, enfim...’. Eu fiquei muito gratificada com o Denúncia por isso.”

Entrevista da diretora Adelia Sampaio à revista Filme Cultura (na íntegra) ►
Entrevista da diretora Adelia Sampaio no programa Espelho, de Lázaro Ramos (disponível para assinantes Globoplay) ►

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Scliar, A persistência da Paisagem
Adelia Sampaio | Brasil | 1991, 16’, Arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

Scliar, um pintor do mundo, mergulhado no tempo de seu silêncio. Tudo que o artista buscava trazer para a pele e o coração de sua pintura é a vibração interior de cada habitante do mundo. A vibração cromática não vem das tintas, e sim da terra que colhe a cada lugar que visita. Scliar usava terra para dar cor às suas telas.

Filme feito em paralelo à exposição homônima do artista plástico Carlos Scliar em 1991 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

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 O mundo de dentro
Adelia Sampaio | Brasil | 2018, 8’, Arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

O mundo de dentro aborda a geração dos anos 1960, especialmente o choque causado pelos casos de HIV/aids que começaram a surgir no período pós-ditadura no Brasil.

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Olhar dos anos 60
Adelia Sampaio | Brasil | 2024, 5’, Arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

Uma geração alegre, inquieta e enérgica, que protagonizou muitas revoluções e movimentos de contracultura, devastada pela ditadura militar e pela aids.

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Adulto não brinca
Adelia Sampaio | Brasil | 1980, 8’, Arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

A tradição da malhação do Judas no subúrbio. O boneco é colocado na rua como um cadáver, e um bando de crianças se vê às voltas com as consequências dessa inovação.

 

 

Programação

IMS Paulista
19/9, sexta, 19h30
21/9, domingo, 17h45

IMS Poços
25/10, sábado, 16h


Xica da Silva

Carlos Diegues | Brasil | 1976, 117’, DCP (Cinemateca Brasileira), restauração 2K | Classificação indicativa: 16 anos

Na segunda metade do século XVIII, a mulher negra escravizada Xica da Silva torna-se o centro das atenções no distrito Diamantino, onde estão as minas mais ricas do país. João Fernandes, representante da Coroa Portuguesa, apaixona-se por Xica e a transforma na Rainha do Diamante, satisfazendo todos os seus desejos extravagantes. Alertado pelos inimigos do casal, o rei de Portugal manda um emissário a fim de impedir que cresça o poder de Xica na colônia.

 

Programação

IMS Paulista
20/9, sábado, 22h
30/9, terça, 20h

IMS Poços
11/10, sábado, 19h


Adulto não brinca + Amor Maldito

Classificação indicativa da sessão: 16 anos

 

Adulto não brinca
Adelia Sampaio | Brasil | 1980, 8’, Arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 14 anos

A tradição da malhação do Judas no subúrbio. O boneco é colocado na rua como um cadáver, e um bando de crianças se vê às voltas com as consequências dessa inovação.

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Amor maldito
Adelia Sampaio | Brasil | 1984, 76’, cópias 35 mm (CTAv) e arquivo digital (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: 16 anos

Em um tribunal conservador e preconceituoso, Fernanda é acusada de assassinar Sueli, sua namorada que cometeu suicídio.

Amor maldito carrega a marca do pioneirismo em muitos sentidos: primeiro longa-metragem dirigido por uma mulher negra no Brasil, pioneiro na abordagem explícita de um relacionamento lesboafetivo e também na forma de financiamento e produção em cooperativa. O projeto é inspirado em um caso real, a ponto de as falas dos advogados serem copiadas dos autos do processo. Em uma entrevista publicada em 1988 na edição 48 da revista Filme Cultura, Adelia discorre sobre o filme:

“O projeto nasceu a partir de recortes de jornais que o [roteirista] José Louzeiro tinha, porque é uma história verídica. A gente reuniu os atores, sem nenhuma perspectiva de dinheiro objetiva para dirigir o trabalho, e o roteiro fluiu através de várias reuniões que fizemos na casa do Louzeiro. Foram notícias de jornais, baseadas num papo, e, para espanto da gente, deu manchete uma vez na Última Hora, a coisa ganhou um cheiro de sensacionalismo.”

“Eu fiquei muito assustada com a forma como a coisa era jogada no jornal. As pessoas esqueceram ali de ponderar o ser humano, e isso me preocupa muito. Eu, inclusive, fui assistir uma das sessões do julgamento, e fiquei mais impressionada ainda porque, na verdade, todo réu tem o direito de requerer um julgamento a portas fechadas. De repente, essa moça não teve esse direito que lhe é facultado, foi uma coisa que me impressionou, e depois porque tenho uma certa experiência de tribunal, não tribunal do ponto de vista do crime comum, mas acompanhei julgamentos no Tribunal Militar e fui comparar com um tribunal comum, que é uma coisa pesada. [...] Depois eu consegui localizar a moça que já estava absolvida e tal, tivemos uma entrevista com ela. Eu disse o seguinte: ‘Olha, a gente está querendo fazer um filme sobre a história, e eu queria dizer que, quando a gente tiver esse material escrito, eu dou para você avaliar; se tiver alguma coisa que possa lhe agredir, eu prefiro tirar’. Aí ela me disse uma coisa muito louca: não queria ler roteiro e qualquer coisa que se pusesse nesse roteiro não seria nunca tão violenta quanto o que ela passou, porque ela perdeu amigos, emprego etc., por uma coisa que, de repente, ela foi absolvida. O filme está querendo mostrar isso, porque eu acho que é importante ser dito.

O filme tem muito a minha visão de mundo. A mulher, a maneira como ela é vista, a maneira como ela é tratada. Isso a gente procurou colocar no filme com muita clareza, cada personagem apresenta uma proposta; a personagem Neusa Amaral, que é uma manicure, é a única pessoa verdadeira nesse tribunal: é a personagem da Maria Letícia, que é irmã da miss [...]. É um carrossel de mentiras, a mentira me assusta muito. A mentira é o que faz muita coisa rolar negativamente em termos da vida. É a mentira política, é a mentira pessoal, é a mentira financeira.”

Entrevista da diretora Adelia Sampaio à revista Filme Cultura (na íntegra) ►

 

Programação

IMS Paulista
16/9, terça, 19h
O filme Amor maldito será exibido em cópia 35mm.
Sessão seguida de debate com Adelia Sampaio, Edileuza Penha de Souza e Renata Martins

27/9, sábado, 18h
O filme Amor maldito será exibido em cópia 35mm.

IMS Poços
20/9, sábado, 16h
O filme Amor maldito será exibido em arquivo digital


O seminarista

Geraldo Santos Pereira | Brasil | 1977, 94’, cópia 16 mm (CTAv) | Classificação indicativa: 14 anos

Eugênio, filho de fazendeiro, se apaixona por Margarida, uma menina pobre que mora na fazenda da família, nos arredores de Ouro Preto. Para evitar o romance, os pais do rapaz decidem mandá-lo para um seminário católico para ser padre. Pouco antes de sua ordenação, ele reencontra Margarida, e os antigos sentimentos dos dois emergem mais uma vez.

Produzido por Adelia Sampaio, o filme é baseado no romance homônimo de Bernardo Guimarães e recebeu o prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Gramado de 1977 e o Prêmio APCA de Melhor Filme e Figurino em 1978.

 

Programação

IMS Paulista
17/9, quarta, 20h
27/9, sábado, 16h


Rio, Zona Norte

Nelson Pereira dos Santos | Brasil | 1957, 80’, DCP (Afinal Filmes), restauração 2K | Classificação indicativa: 12 anos

O sambista Espírito da Luz, interpretado por Grande Otelo, é um homem desiludido. Ao fazer uma viagem de trem pelo subúrbio, acaba caindo nos trilhos. Enquanto espera ajuda, relembra o tempo em que cantava em grandes festas, além de tragédias pessoais.

 

Programação

IMS Paulista
18/9, quinta, 20h
28/9, domingo, 20h

IMS Poços
21/9, domingo, 16h


O segredo da rosa

Vanja Orico | Brasil | 1974, 80’, DCP (Acervo de Adolfo Rosenthal), digitalização 4K | Classificação indicativa: 14 anos

As amigas Severina e Maria José lutam para sobreviver em um subúrbio do Rio de Janeiro. A primeira é viúva e vende flores, e a segunda tem um amante que pouco ajuda nas despesas. Seus filhos vendem amendoim nas ruas. Um dia, as crianças se perdem e são reencontradas na casa de Jaks, que oferece a Severina a venda de uma certa mercadoria suspeita, disfarçada entre as rosas.

Produzido por Adelia Sampaio, que também atuou como assistente de fotografia, O segredo da rosa terá sua nova digitalização 4K, produzida por Adolfo Rosenthal, em exibição nesta mostra.

 

Programação

IMS Paulista
26/9, sexta, 19h
28/9, domingo, 18h15

IMS Poços
28/9, domingo, 16h


Programação de novembro

IMS Poços

8/11/2025, sábado
16h - AI-05: O dia que não existiu

15/11/2025, sábado
16h - Parceiros da aventura

22/11/2025, sábado
18h30 - Chuvas de verão


Programações anteriores

IMS Poços

20/9/2025, sábado
16h - Adulto não brinca + Amor Maldito

21/9/2025, domingo
16h - Rio, Zona Norte

28/9/2025, domingo
16h - O segredo da rosa

11/10/2025, sábado
19h - Xica da Silva

25/10/2025, sábado
16h - Denúncia vazia + Scliar, A persistência da Paisagem + O mundo de dentro + Olhar dos anos 60 + Adulto não brinca

 

IMS Paulista

16/9/2025, terça
19h - Adulto não brinca + Amor Maldito*
Sessão seguida de debate com Adelia Sampaio, Edileuza Penha de Souza e Renata Martins
*Sessão gratuita

17/9/2025, quarta
20h - O seminarista

18/9/2025, quinta
20h - Rio, Zona Norte

19/9/2025, sexta
19h30 - Denúncia vazia + Scliar, A persistência da Paisagem + O mundo de dentro + Olhar dos anos 60 + Adulto não brinca

20/9/2025, sábado
16h - AI-05: o dia que não existiu
17h30 - Parceiros da aventura
22h - Xica da Silva

21/9/2025, domingo
17h45 - Denúncia vazia + Scliar, A persistência da Paisagem + O mundo de dentro + Olhar dos anos 60 + Adulto não brinca
19h - Chuvas de verão

23/9/2025, terça
20h - Parceiros da aventura

24/9/2025, quarta
20h - Chuvas de verão

25/9/2025, quinta
20h - AI-05: o dia que não existiu

26/9/2025, sexta
19h - O segredo da rosa

27/9/2025, sábado
16h - O seminarista
18h - Adulto não brinca + Amor Maldito

28/9/2025, domingo
18h15 - O segredo da rosa
20h - Rio, Zona Norte

30/9/2025, terça
20h - Xica da Silva


Debate


Participantes

Adelia Sampaio
É diretora e produtora de cinema. Reconhecida como a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem de ficção com circulação comercial no Brasil, criou a própria produtora em 1979, com o apoio da sua irmã Eliana Cobbett. No mesmo ano, fez a sua estreia como diretora com o curta-metragem Denúncia vazia. No ano seguinte, dirigiu o também curta-metragem Adulto não brinca. Em 1984, lançou o longa-metragem Amor maldito. Como produtora, realizou diversos filmes, como Parceiros da aventura, de José Medeiros, Ele, ela, quem?, de Luís de Barros, e O segredo da rosa, de Vanja Orico. Em 2001, ao lado do jornalista Paulo Markun, fez a direção artística do documentário AI-05: o dia que não existiu. Na década de 2010, foi convidada pela pesquisadora e documentarista Edileuza Penha de Souza a participar da criação da Mostra Competitiva de Cinema Negro Adelia Sampaio. Entre as obras dirigidas nos últimos anos, estão os curtas O mundo de dentro (2018) e Olhar dos anos 60 (2024).

Edileuza Penha de Souza
Professora, realizadora e pesquisadora, é pós-doutora em comunicação e doutora em educação pela Universidade de Brasília (UnB). Foi aluna da Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de los Banõs (EICT), Cuba. Organizou a Coleção: Negritude, cinema e Educação – Caminhos para a implementação da lei 10.639/2003 (Belo Horizonte: Mazza). Foi roteirista e diretora dos curtas-metragens Vão das almas (2023, Filhas de lavadeiras (2019), Mulheres do barro (2015), Sem limites (2013), Um peso por brincadeira (2013) e Conta contos – A arte de ouvir e contar histórias (2010). Filhas de lavadeiras, foi premiado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como Melhor Curta-Metragem Documental e recebeu diversas outras premiações, como no 25º Festival É Tudo Verdade e o Prêmio César, da Academia Francesa de Cinema (2022). É idealizadora e coordenadora da Mostra Competitiva de Cineastas e Produtoras Negras Adelia Sampaio e foi curadora e jurada de diversos festivais e mostras de cinema nacionais e internacionais. Acaba de lançar seu primeiro longa-metragem, Vozes e vãos (2025).

Renata Martins
Autora, diretora e criadora do projeto Empoderadas. Roteirizou as séries Pedro e Bianca, Malhação: viva a diferença e Histórias (im)possíveis (Rede Globo). Organizou o livro Empoderadas: narrativas incontidas do audiovisual brasileiro (2021) e dirigiu os curtas Aquém das nuvens (2012) e Sem ssas (2019). Em 2024, venceu o edital Ruth de Souza para dirigir seu primeiro longa.


Ingressos

Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos online ou na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.

Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.

Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.

Devolução de ingressos
Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.

Sessões com debate
As sessões com debate são gratuitas. Sujeita à lotação da sala.
Distribuição de senhas 60 minutos antes do evento. Limite de 1 senha por pessoa.


IMS Paulista

Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.

Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Paulista e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês.

Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.


IMS Poços

Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Bilheteria: de terça a sexta, das 13h às 19h. Sábados e domingos, das 9h às 19h, na recepção do IMS Poços.

Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Poços e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês. Os preços variam de acordo com o filme ou a mostra.

Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.