De 27 de setembro a 3 de outubro, o IMS Rio exibe uma seleção de filmes do maliano Souleymane Cissé. A mostra inclui cinco títulos do diretor, entre curtas e longas-metragens, e um raro documentário sobre a sua obra, dirigido por Rithy Panh. A programação terá início no dia 27, às 19h, com a exibição de Yeelen ‒ A luz, filme vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 1987. Após a sessão, haverá um debate com a pesquisadora Janaína Oliveira.
Integrante de uma primeira geração de cineastas africanos, Cissé estudou cinema em Moscou. Na década de 1970, retornou ao Mali e começou a filmar seus primeiros trabalhos. O cineasta visava criar um repertório de imagens e histórias que se contrapusessem aos estereótipos negativos sobre sua cultura produzidos ao longo da dominação colonial. Segundo Janaína Oliveira, a obra de Cissé está associada às diretrizes que caracterizam as primeiras décadas do cinema do continente: “Um cinema feito por africanos, com temas africanos, para um público africano”.
Esse viés politizado, pautado no ideal de descolonização das telas, marca sobretudo a produção inicial de Cissé. Na mostra no IMS, serão exibidos quatro filmes desse primeiro momento: os curtas-metragens Fontes de inspiração (1968) e Cantores tradicionais das ilhas Seychelles (1978), e os longas Baara – O trabalho (1978) e Finyé – O vento (1982).
A seleção no IMS também inclui Yeelen – A luz (1987). Primeiro filme africano a receber o Grande Prêmio do Júri no festival de Cannes, o longa-metragem é centrado no universo dos rituais Komo, pertencentes a um código cultural específico da cultura maliana. Segundo Oliveira, o filme inaugura um novo estilo narrativo presente nas obras da segunda geração de cineastas africanos, como os burquinenses Gaston Kaboré e Idrissa Ouédraogo. “É por isso que acompanhar o desenvolvimento do trabalho de Souleymane Cissé é, também, uma oportunidade singular de viajar através da história e perceber as transformações que marcaram parte fundamental da trajetória das cinematografias africanas”, afirma a pesquisadora.
Já o documentário Cineastas do nosso tempo: Souleymane Cissé, realizado por Rithy Panh, traz uma entrevista com o cineasta maliano, que relembra sua carreira e discute questões estéticas e políticas, entrevistado também pelo pesquisador Manthia Diawara. O título integra a série Cineastas do nosso tempo, idealizada por André S. Labarthe e Janine Bazin.
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Os ingressos para as sessões de cinema do IMS são vendidos nas bilheterias dos centros culturais e no site ingresso.com.
As bilheterias vendem ingressos apenas para as sessões do dia. No site, as vendas são semanais: a cada quinta-feira são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.
IMS Rio
R$8 (inteira) e R$4 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.
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