A relação entre fotografia e arquitetura moderna estruturou-se entre os anos 1930 e 1950 de maneira estreita e profunda.
Diversos arquitetos do período mantiveram um relacionamento prolongado com fotógrafos de sua predileção, como Le Corbusier e Lucien Hervé, na França, Richard Neutra e Julius Shulman, nos EUA, e Oscar Niemeyer e Marcel Gautherot, no Brasil.
A linguagem da fotografia moderna de arquitetura se consolida nos anos 1940 e diversos fotógrafos darão continuidade a essa relação paradigmática da imagem como mediadora da obra e do projeto arquitetônico. Para ingressar nas correntes em voga do discurso arquitetônico, uma edificação precisava ser fotografada e publicada em revistas especializadas de arquitetura e design, canais de comunicação visual que cresciam em qualidade nesse período em função dos avanços da indústria gráfica no campo da rotogravura e da impressão em offset.
Chico Albuquerque realiza, dentro dessa perspectiva, trabalhos relevantes de documentação de arquitetura moderna e também de interiores de residências e ambientes comerciais. Registra diversas obras de arquitetos do período, em especial na cidade de São Paulo, como o edifício Esplanada, projetado por Lucjan Korngold, as edificações e os pavilhões do parque Ibirapuera para o IV Centenário da Cidade de São Paulo, por Oscar Niemeyer, a residência de Oscar Americano, por Oswaldo Bratke, o edifício Louveira, projeto de João Batista Vilanova Artigas, e a Casa de Vidro, projetada por Lina Bo Bardi para ser sua própria residência.
A clara predileção de Chico Albuquerque pela documentação da arquitetura moderna, com seus elementos marcantes de forma, transparência e luz, está diretamente relacionada à experimentação de linguagem que desenvolveu no espaço urbano da cidade de São Paulo e também aos desafios que a fotografia de publicidade lhe colocava. Há aqui, novamente, uma grande proximidade entre as diversas áreas da fotografia aplicada que marcaram a produção do estúdio fotográfico de Chico Albuquerque, em especial durante os anos 1950.