Em 1964, a mocinha de 18 anos Thereza de Oliveira da Silva ganhava o primeiro lugar do concurso “Realize seu sonho”, promovido pela revista Claudia. Pedia uma festa de casamento com garçom e bufê, mas principalmente com a presença do cronista de sua predileção: Paulo Mendes Campos. Ao pé do altar e acompanhado da mulher, Joan Mendes Campos, ele apadrinhou o casal e, na festa de realização do sonho da noiva, leu a crônica “Para Thereza”, em substituição ao costumeiro discurso.
Ao longo da vida, a afilhada concretizou o desejo do cronista, que lhe escrevera: “Nenhum dinheiro do mundo pode comprar este generoso sentimento do milagre que é viver, sonhar”. Veja o depoimento de Thereza hoje, viúva de José Francisco de Sousa Leite, com quem teve três filhos. Ela conservou o hábito de sonhar e viver com esperança, a despeito da dureza com que a vida tem lhe tratado.
(Elvia Bezerra, coordenadora de Literatura do IMS, escreveu em 9 de julho: “Quem viu o vídeo ‘De Paulo para Thereza’, publicado aqui na seção Notícias, certamente se encantou com o depoimento da senhora de 68 anos, leitora apaixonada de Paulo Mendes Campos. Não imaginávamos, e quem poderia imaginar que Thereza de Oliveira teria a entrevista definitiva dali a dois meses? Pois ontem, dia 8 de julho, o verso do famoso poema de Alan Seeger, citado por Paulo Mendes Campos no Diário da Tarde, deve ter ecoado no inconsciente de sua admiradora: ‘Terei uma entrevista com a morte e jamais a essa entrevista faltarei’.”)
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