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Fotógrafos imigrantes no acervo do IMS

23 de junho de 2020

Desde seus fundamentos, no século XIX, a fotografia no Brasil contou com a colaboração de profissionais estrangeiros que se fixaram no país em busca de novos mercados ou como refugiados, por razões políticas ou econômicas. Em todos os lugares, o trânsito global de fotógrafos proporcionou a migração de experiências técnicas e estéticas, mas também de vivências pessoais muitas vezes traumáticas. Neste curso online gratuito e gravado, três pesquisadores falam sobre três fotógrafos imigrantes presentes no acervo do IMS: Peter Scheier, Madalena Schwartz e David Zingg, que imigraram para o Brasil em diferentes momentos do século XX. Com experiências muito distintas entre si, as três trajetórias trazem dados fundamentais para a compreensão do desenvolvimento da fotografia no campo comercial e artístico no país.

Peter Scheier e a modernidade encenada, com Heloisa Espada

Nascido em Glogau, Alemanha, numa família judaica, Peter Scheier refugiou-se no Brasil em 1937. Tornou-se fotógrafo em São Paulo, onde atuou por meio do Foto Estúdio Peter Scheier, entre o início dos anos 1940 e 1975. Heloisa Espada aborda a trajetória diversificada do fotógrafo, sua experiência na revista O Cruzeiro, a colaboração com arquitetos modernos e sua atuação nos campos da fotografia publicitária e social.

 

A fotografia de Madalena Schwartz, com André Pitol

Analisando a produção fotográfica de Madalena Schwartz, André Pitol destaca aspectos singulares de sua trajetória e contribuição para a fotografia no Brasil, comentando a experiência migratória que a trouxe a São Paulo e a sua participação no Foto Cine Clube Bandeirante num momento de novas perspectivas da arte fotográfica, além da circulação de suas imagens em exposições até as recentes recomposições de sua poética na forma de fotolivros.

 


David Zingg: O Brasil não é para principiantes, com Angelo Manjabosco

A frase do título teria sido dita por Tom Jobim em conversa com o norte-americano David Zingg em 1961, ano em que o fotógrafo abandonou uma promissora carreira em revistas como Look e Show para fixar residência no Rio de Janeiro. No Brasil, trabalhou para jornais e revistas como Manchete, Realidade e Vogue, além de desenvolver projetos independentes. Nesta aula, Angelo Manjabosco mostra exemplos do trabalho de Zingg em diferentes contextos, com ênfase nas suas principais contribuições para a fotografia brasileira.


Sobre os mestres dos cursos

Heloisa Espada é doutora em História da Arte pela USP e curadora de artes visuais do Instituto Moreira Salles desde 2008. É autora de Geraldo de Barros e a fotografia e Monumentalidade e sombra: o centro cívico de Brasília por Marcel Gautherot, entre outros. É curadora da exposição Arquivo Peter Scheier.

André Pitol é doutorando em Artes Visuais pela ECA-USP. Pesquisador com foco em fotografia, história e crítica de arte, desenvolveu os trabalhos Alair Gomes: fotografia, crítica de arte e sexualidade e “Ask me to send these photos to you”: a produção artística de Alair Gomes no circuito norte-americano.

Angelo Manjabosco é pesquisador e mestre em Estética e História da Arte pela USP. Sua dissertação trata das fotografias de David Zingg, George Love e Lew Parrella publicadas na revista Realidade (1966-1972). Trabalha na coordenadoria de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles.