Em 1875 e 1876, Marc Ferrez integra como fotógrafo a Comissão Geológica do Império, chefiada pelo cientista norte-americano Charles Frederick Hartt (1840-1878), que visava a pesquisar as formações rochosas das diferentes províncias do país. Nesse trabalho, realizado ao longo de uma expedição ao Norte e Nordeste, o artista dá corpo a uma documentação visual que inclui, entre outros aspectos, vistas dos recifes de Pernambuco, o baixo rio São Francisco e a cachoeira de Paulo Afonso, além de fotografias de madrepérolas, corais e paisagens.
Em 1870, Ferrez apresenta-se como fotógrafo oficial da Marinha Imperial. Nas missões das quais participou, documentou embarcações e portos, enquanto desenvolvia técnica inédita para captar imagens de veleiros e vapores. Como estas tinham de ser realizadas enquanto estava no interior de outras embarcações – o que amplificava as dificuldades técnicas –, Ferrez concebeu um sistema que lhe permitia contrapor-se ao movimento das ondas e, dessa maneira, obter registros com o horizonte sempre alinhado.
Destacam-se ainda na riqueza documental contida no Acervo Marc Ferrez paisagens do Rio de Janeiro e seus arredores; imagens de diversas regiões do país; cenas urbanas, com imagens da arquitetura oitocentista; estradas de ferro em construção; obras de canalização e abastecimento; personalidades públicas e personagens anônimos típicos, que expressam as diferentes camadas sociais e ocupações de trabalho, bem como a diversidade étnica brasileira. Ferrez também produziu imagens de valor etnográfico inestimável, como as dos índios Botocudo no sul da Bahia e dos Bororo em Goiás. Igualmente preciosos são os registros de trabalhadores em minas e fazendas de gado em Minas Gerais, bem como nas fazendas de café de São Paulo e Rio de Janeiro, na década de 1880.
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