Dino Sani, Jair Marinho, os dois mais à esquerda da foto, e Rivelino no canto à direita, no que é obviamente um treino do Corinthians nas Laranjeiras; o time estaria aqui se preparando para algum jogo no Rio. A foto é de 1967, pinçada do arquivo dos Diários Associados-RJ sob a guarda do IMS. Rivelino, ainda quase imberbe, está na flor dos 21 anos. Que sorte ter Dino a seu lado no meio-campo. Que sorte Dino ter voltado da Itália para onde estava Rivelino, no Corinthians. O “oriundo”, que é como os italianos chamam os não-italianos de sangue italiano, saíra do São Paulo depois da Copa de 58 para ser cérebro e medula do Milan campeão europeu. E, ao voltar, foi para o Corinthians que voltou.
A Copa de 58. Dino jogou dois jogos, os primeiros do Brasil, contra a Áustria, 3 a 0, e contra a Inglaterra, 0 a 0. Era o mesmo que um Didi. E aí é que está. Dino era um jogador fabuloso, inteligentíssimo, elegantíssimo e com a visão de jogo do Didi. Só que a orquestra não precisava de dois maestros – e então foi melhor manter o carioca para jogar numa linha quase toda carioca (com apenas um paulista de cada vez, primeiro Mazola, depois Pelé), e trocar Dino por um spalla da altíssima categoria de Zito.
De novo: que sorte a nossa, então, termos tido lá no comecinho o futebol nervoso, elétrico, explosivo daquele também “oriundozinho” Rivelino sob supervisão de um professor do nível de Dino Sani, este, aqui, já aos 35 anos.
Detalhe: pelo riscado do diagramador na cópia papel da foto, Rivelino foi o destaque do jornal do dia seguinte.
Cássio Loredano é caricaturista e consultor do IMS.