Por Dentro dos Acervos
Erico transcendental
Erico Verissimo não gostava tanto assim de Olhai os lírios do campo, romance que lançou em 1938 e fez um sucesso estrondoso entre leitores e críticos, ganhando adaptação cinematográfica já nos anos 1940. “Sua popularidade às vezes chega a me deixar constrangido”, afirmou certa vez, como revela Gustavo Zeitel.
O foco é o afeto
O Brasil comemora no próximo sábado o segundo Dia dos Namorados consecutivo em meio à pandemia de covid-19. Celebrá-lo sem descumprir os protocolos de isolamento social pode ser desafiador, mas é próprio da afeição cuidar de quem se ama. Afinados com a data, garimpamos imagens do acervo de Fotografia do IMS que ajudam a colocar o afeto em foco. (Foto: David Zingg)
Caderno de erudito: Paulo Mendes Campos
Estudioso disciplinado, Paulo Mendes Campos era o tipo que se dedicava a aprender a língua de um país antes de empreender uma viagem. Foi assim com o russo, minuciosamente anotado num caderno que levou em visita à União Soviética (na foto, ele está à esquerda, com as mãos para trás, no museu Hermitage), Polônia e China em 1956. (Elvia Bezerra).
Olhares sobre o Xingu
Primeira grande terra indígena demarcada no Brasil, o Parque Indígena do Xingu, criado em 1961, tem parte de sua história contada nos acervos do IMS. O instituto abriga arquivos de Alice Brill, Henri Ballot, José Medeiros (imagem em destaque) e Maureen Bisilliat, cujas fotos da região a partir da década de 1940 foram ponto de partida do podcast Xingu, terra marcada. (Guilherme Freitas)
José Medeiros, o centenário de um mito
Um dos mais importantes fotógrafos de sua geração, aquela que, a partir dos anos 1940, renovou a linguagem fotográfica na imprensa brasileira, José Medeiros completaria 100 anos em 18/5. Para celebrar a data, o IMS, guardião de seu acervo, disponibiliza um extenso dossiê sobre ele e um link para suas fotos. (Nani Rubin)
Caderno de Londres: Otto Lara Resende
Viajante que absorvia o entorno, mas não deixava de se manter conectado ao mundo interno, Otto Lara Resende anotou num caderno observações e acontecimentos de uma viagem a Londres, em 1982. Nele, comentou a Guerra das Malvinas/Falklands, mas fez também uma curiosa reflexão sobre a fé. (Elvia Bezerra)
Lygia, estranha e translúcida
Nos 98 anos de Lygia Fagundes Telles, Gustavo Zeitel analisa os contos de Antes do baile verde e destaca itens do acervo da autora sob a guarda do IMS, como um esboço nunca publicado para a capa do livro e as muitas fotos com a grande amiga Hilda Hilst, com quem jamais conversava sobre literatura.
Caderno de aluna: Ana Cristina Cesar
Um dos muitos cadernos de Ana Cristina Cesar sob a guarda do IMS tem o nome de “Proposta do Luiz”. Refere-se a Luiz Costa Lima, crítico literário e seu professor na PUC em 1977, onde ela concluía o curso de extensão de teoria literária. Nele, fica flagrante a sua capacidade de se entregar a devaneios e, ao mesmo tempo, reter o que absorvia nas aulas. (Elvia Bezerra)