Esta edição dos Cadernos de Literatura Brasileira é dedicada ao grande poeta Carlos Drummond de Andrade. Desde sua estreia, em 1921 até sua morte, em 1987, Drummond sustentou uma trajetória marcante na vida intelectual do Brasil. O retrato de sua trajetória como autor e tradutor começa a se desenhar em “Memória seletiva”, na qual Eduardo Coelho desvenda seus caminhos desde as Gerais até Copacabana. Na seção “Confluências”, o assunto é a amplitude de sua obra, com lembranças de encontros entre Drummond e o poeta Armando Freitas Filho e análises do ensaísta Silviano Santiago sobre temas como infância, maturidade, velhice e família na obra do poeta. O universo de Drummond não estaria completo, porém, sem que nos aproximássemos de suas palavras – presentes nos trechos selecionados por Michel Laub em “Drummond por ele mesmo” – e sem que percorrêssemos, em “Geografia pessoal”, Itabira, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, por meio das fotografias de Edu Simões. Em “Manuscritos”, estão reproduzidos os datiloscritos dos poemas “Nota social”, escrito em 1923 e publicado em Alguma poesia(1930), e “Carta a Stalingrado”, de 1942, publicado em A rosa do povo (1945). Além disso, a edição dos Cadernos traz a público um manuscrito de 1911 do então aluno Carlos D.A.
O universo ficcional de Drummond está contemplado nos “Ensaios”: seis textos que procuram oferecer uma visão ampla sobre os gêneros e os temas trabalhados pelo autor, assinados por Humberto Werneck, Eucanaã Ferraz, Murilo Marcondes de Moura, Ivan Marques, Ferreira Gullar e Antonio Carlos Secchin. Em “Guia”, elaborado por Eduardo Sterzi, há um extenso roteiro de referências bibliográficas, englobando a ampla produção de Drummond e a extensa produção sobre ele. Completa a edição dos Cadernos de Literatura Brasileira o anexo especial “Memória crítica”, com três textos que são referência fundamental para se compreender a obra de Drummond.
Nascido em Itabira (MG), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), foi um dos grandes poetas brasileiros. Parte de seu acervo está sob a guarda do IMS desde 2010. Fazem parte do acervo: cartas, desenhos, e publicações do próprio escritor.