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Contraste

Esta edição dos Cadernos de Literatura Brasileira dedicada a Mario Quintana traz uma série de textos, depoimentos, fotografias e análises que têm como objetivo explicar um dos maiores enigmas do cenário cultural brasileiro: por trás de uma imagem de modéstia pessoal e de simplicidade estética que consagrou a popularidade de Quintana, existe uma obra de decifração complexa. O escritor, que expandiu a recepção da poesia entre o grande público, saiu do município de Alegrete, no Rio Grande do Sul, para fixar-se em Porto Alegre, e assimilou dois tópicos da poesia moderna, em geral, e modernista, em particular: o tema da cidade e uma linguagem contaminada pela fala comum. O lançamento do livro marcou a transferência do acervo de manuscritos e documentos de e sobre Mario Quintana para o Instituto Moreira Salles.

Na publicação, o crítico literário Fábio Lucas descreve a capacidade do escritor de acertar o caminho da comunicação com o público brasileiro. Na seção “Confluências”, o leitor encontrará depoimentos de pessoas que conviveram com o escritor ou que tiveram proximidade com ele pela leitura de seus textos. A ironia e o humor de Quintana também são celebrados por um mestre no assunto, o cronista Luis Fernando Verissimo. No plano documental, a publicação do ims traz, em “Manuscritos e inéditos”, esboços, documentos e um texto desconhecido de Quintana: o aforismo-manifesto “Do individual e do universal”, que se comunica com outros fragmentos do poeta.