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A edição dos Cadernos de Literatura Brasileira dedicada a Rubem Braga reúne textos, imagens e documentos que redimensionam o lugar da crônica, entendida como maior contribuição das letras brasileiras para a história dos gêneros literários, e de Rubem Braga, como cronista maior dessa tradição.

A vida do escritor é apresentada na seção “Memória seletiva”, que descreve como Braga saiu de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, e se tornou o fundador da crônica brasileira moderna. Na seção “Confluências”, o leitor encontrará depoimentos de personalidades que conviveram com Rubem Braga, como os jornalistas Cláudio Mello e Souza e Danuza Leão, e o escritor Boris Schnaiderman, que contrasta suas experiências como pracinha da feb, na Segunda Guerra, com as reportagens que Braga produziu como correspondente durante a campanha brasileira na Itália.

No ensaio “O urso de Ipanema”, o jornalista Humberto Werneck narra as idas e vindas do escritor errante que morou em diversas capitais brasileiras, até se estabelecer, em 1940, no Rio de Janeiro. Já a seção “Geografia pessoal” é composta por 67 imagens do fotógrafo Edu Simões. Nela, as cidades do Rio de Janeiro e de Cachoeiro do Itapemirim são redesenhadas por meio de suas vegetações. José Castello é autor do ensaio “Braga na fronteira”, texto em que descreve a recusa de Rubem Braga às identidades de escritor e de jornalista, se estabelecendo em um território livre entre os dois. Também em forma de ensaio, o jornalista Sérgio Augusto conta, nesta edição dos Cadernos, a história da crônica no Brasil, afirmando que “Rubem Braga nunca desperdiçou seu tempo reclamando das limitações da crônica ou tentando teorizá-la”. A seção “Rubem Braga por ele mesmo”, organizada por Humberto Werneck e pelo escritor Michel Laub, reúne reflexões de Braga sobre cotidiano e poder, amores e desamores, velhice e morte, todas retiradas de suas crônicas. Esta edição traz ainda um “Guia” com a bibliografia selecionada do autor.