Maureen Bisilliat: fotografias reconstrói a trajetória de Maureen ao longo de 50 anos de profunda atividade criativa. O livro, editado pela própria fotógrafa, reúne 12 ensaios fotográficos, dispostos de forma delicada e subjetiva.
As imagens são combinadas a textos variados, resultando em parcerias artísticas formadas entre Maureen e João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Euclides da Cunha, entre outros. Esta obra é mais do que um livro de fotografia. É também uma biografia de Maureen – cuja vida foi reconstruída pela escritora e jornalista Marta Góes –, uma antologia visual das paisagens, pessoas e objetos que a marcaram ao longo da vida, uma reunião das melhores críticas já escritas sobre seu trabalho, uma bibliografia comentada pela autora, uma fonte de referências inestimáveis sobre suas publicações, exposições, vídeos e filmes.
Maureen Bisilliat (Englefieldgreen, Inglaterra, 1931), fotógrafa e documentarista, foi bolsista da Fundação Guggenheim (1970), do cnpq (1981-1987) e da Fapesp (1984-1987). Chegou ao Brasil em 1952, aqui se radicando. Iniciou na fotografia em 1962, tendo atuado por dez anos nas revistas Realidade e Quatro Rodas. Essas andanças resultaram na elaboração de um projeto traçando equivalências fotográficas dos mundos retratados por Euclides da Cunha, João Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto e Adélia Prado. De 1972 a 1977, visitou com frequência o Xingu. Em 1979, lançou, em coautoria com os irmãos Villas-Bôas, a publicação Xingu/Terra e participou com uma sala especial da xiii Bienal de São Paulo (1975). Em 1988, foi convidada por Darcy Ribeiro para contribuir na criação de um acervo de arte popular latino-americana, do qual nasceu o Pavilhão da Criatividade no Memorial da América Latina. Foi diretora deste espaço de 1989 a 2010. Em 2003, o Instituto Moreira Salles adquiriu seu acervo fotográfico. O interesse do Instituto Moreira Salles pela sua obra reavivou o interesse da própria autora por seus trabalhos, até então esquecidos nos armários do tempo. O Prêmio Porto Seguro de Fotografia, a Ordem do Ipiranga, a Ordem do Mérito Cultural e a Ordem do Mérito da Defesa, recebidos todos no ano de 2010, indicam a repercussão dessa redescoberta.