Mandacaru é uma coletânea de poemas manuscritos que permanecia inédita até ser descoberta no Fundo Rachel de Queiroz do Instituto Moreira Salles. O livro revela a inquietação da escritora muito jovem – ainda com 17 anos – na busca por seu estilo natural, que encontraria em 1930, quando publicou o romance O quinze.
Em Mandacaru, Rachel de Queiroz tratou de temas e de personagens que desenvolveria não só nos romances posteriores, como também nas crônicas e no teatro. Todos os dez poemas de Mandacaru são acompanhados de fac-símiles dos manuscritos, entre os quais “O êxodo”, “Meu padrinho” e “Lampião”. Datados de 1928, os poemas revelam o entusiasmo com que a autora procurou se integrar ao movimento modernista. Elvia Bezerra, organizadora da edição, é autora do texto de abertura do livro, no qual analisa os primeiros passos de Rachel de Queiroz como jornalista na imprensa do Ceará, desde a sua estreia, em 1927, até 1930.