Um texto raro do pensador e crítico francês Roland Barthes sobre esportes faz parte da terceira edição da serrote, revista quadrimestral de ensaios do Instituto Moreira Salles, publicada em novembro de 2009. Também estão nesta edição fotos feitas em 1964 para o documentário Subterrâneos do futebol, com direção de Maurice Capovilla e produção e direção de fotografia de Thomaz Farkas, e a entrevista concedida pelo escritor Julio Cortázar a Antonio Trilla, em 1983, sobre sua paixão pelo boxe e pelo jazz.
A serrote #3 traz um fôlder, especialmente concebido pelo diretor de arte Daniel Trench, para abrigar a horizontalidade das fotos que o alemão Kai Wiedenhoefer fez do muro que hoje separa israelenses e palestinos. No belíssimo e pouco conhecido ensaio “Walter Sickert: uma conversa”, a escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941) descreve um jantar em que o prato principal era uma discussão sobre pintura e literatura. A revista traz também um caderno com 17 desenhos impressos em papel cuchê feitos por James Ensor (1860-1949), pintor belga conhecido como o mais pessimista dos artistas modernos. Em “O cientista como rebelde”, o matemático e físico Freeman Dyson faz uma defesa apaixonada da autonomia da pesquisa científica.
Na publicação, há ainda 17 retratos feitos por Walker Evans (1903-1975) acompanhados por um ensaio de Samuel Titan Jr. No texto “15 vezes 15”, a pesquisadora Angela Alonso relata 15 pequenos episódios inesquecíveis que precedem a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Em um ensaio rítmico, o crítico de música e de arte Lorenzo Mammì chama Fred Astaire (1899-1987) de Mr. Voador. E mais: um conto do escritor americano Charles D’Ambrosio; Nina Horta no “Alfabeto serrote”; Beatriz Bracher na seção “Contraluz”; Pico Iyer, na seção “Valise”, que revela o que Graham Greene foi fazer no México; e a “Carta aberta”, uma troca de correspondências entre os escritores Henry James e Robert Louis Stevenson.
Mais: Joseph Epstein, Henry James, Robert Louis Stevenson e Fernando Barros e Silva.