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4 filmes na sessão

A gente acaba aqui + Dia estrelado + Fantasma neon + Sideral

Um diálogo entre três filmes produzidos durante a pandemia de Covid-19 e uma animação produzida uma década antes.

Classificação indicativa da sessão: 14 anos

Em sentido horário, da esquerda para direita, cenas dos filmes A gente acaba aqui, Dia estrelado, Fantasma neon e Sideral

Programação

Não há sessões previstas para esse filme no momento.

Foi exibida uma sessão no IMS Paulista

Filmes


A gente acaba aqui

Everlane Moraes | Brasil | 2021, 13’, DCP | Classificação indicativa: livre

A presença da morte em meio aos vivos. O reencontro de familiares e amigos ao redor do corpo do tio da realizadora Everlane Moraes.

Filmadas em 2011, as imagens do funeral só foram se tornar filme 10 anos depois, em 2021, durante a pandemia. “Por um tempo não fazia sentido produzir um filme com aquelas imagens, porque já não tinha conexão com elas. Achava um pouco sensacionalista, não sabia o que fazer. Mas depois da morte da minha mãe, tudo fez sentido. Voltei àquelas imagens e vi muita gente que agora está morta. Pessoas mortas que ali estavam vivas, olhando para um morto. Aquilo me tocou muito e falei: acho que é o momento”, comenta a diretora em entrevista ao portal Mulher no Cinema.

“Tem um pouco de metalinguagem nas questões formais e também uma medida de ocultamento, porque a gente nunca vê o morto. A gente só vê vida no filme, só vê os corpos vivos. O tempo todo há uma brincadeira de vida e morte. A criança, as pessoas olhando para o corpo, os diálogos banais ali diante do morto. É um monte de vida ao redor do corpo sem vida.”

Entrevista de Everlane Moraes ao Mulher no Cinema (na íntegra) ►
A gente acaba aqui, de Everlane Moraes, no Programa Convida ►


O dia estrelado

Nara Normande | Brasil | 2011, 18’, 35mm (Acervo da diretora) | Classificação indicativa: livre

Em um lugar inóspito, um menino e sua família lutam por sobrevivência.

Dia estrelado, estreia de Nara Normande na direção, rendeu à diretora mais de 20 prêmios nacionais e internacionais. Diretora também de Guaxuma (2018) e Sem coração (2014, em parceria com Tião), Nara comenta o processo de realização em entrevista de 2020 ao programa Na direção delas, da rede TVT: “Na verdade a animação que eu gosto de trabalhar é o stop-motion, que eu acho que é uma animação orgânica e a gente consegue trabalhar como se fossem sets em miniatura. Então realmente é o que me encanta. Eu gosto muito de ver outras animações, mas a animação que eu faço é a stop-motion porque tem essa conexão também com o cinema de atores, o cinema com a câmera, a luz, o posicionamento das coisas. No caso de Dia estrelado são cinco cenários, tem cenário de quatro metros por quatro metros, então era uma coisa que a gente não tinha muita experiência aqui, não tinha nem muito com quem trocar ideia. (...) Eu realmente escrevi sem saber como eu ia fazer esse filme. Por isso que foi um processo longo, de quatro anos e foi minha faculdade no cinema.”

Citação extraída do vídeo Na Direção Delas – “Dia Estrelado” (YouTube) ►


Fantasma neon

Leonardo Martinelli | Brasil | 2021, 20’, DCP (Acervo do diretor) | Classificação indicativa: 14 anos

Um entregador de aplicativo sonha em ter uma moto. Disseram a ele que tudo seria como um filme musical.

Fantasma neon, primeiro dos filmes do diretor que conseguiu ser viabilizado a partir da captação de recursos públicos, via Lei Aldir Blanc, estreou em 2021 na competição oficial do Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, no qual recebeu o Leopardo de Ouro de Melhor Curta-metragem. De lá para cá, o filme reuniu exibições e prêmios ao redor do mundo. Em entrevistas concedidas respectivamente aos portais Le Polyester e Le Monde Diplomatique, Leonardo declara:

“Estou convencido de que é possível fazer um filme que trate de problemas realistas, políticos do mundo contemporâneo, mas com uma encenação estilizada. Com essa ideia em mente, eu e nosso diretor de fotografia, Felipe Quintelas, pensamos em como aproximar as ruas antigas do Rio de Janeiro desses personagens que pertencem ao mundo moderno. Cada construção arquitetônica da cidade nos mostra uma justaposição de realidades.”

“O filme traz essa hibridez de um documentário, com um viés dramático e de fantasia, mas, ao mesmo tempo, também tem alguns elementos documentais, como os depoimentos no início, que são reais. Usamos o musical como uma plataforma de contraste narrativo, mas também espacial. Como contrastar o cinema mais fantasioso possível, o menos diegético, que é a fantasia musical, com as realidades mais duras de extinção de direitos trabalhistas que o Brasil enfrenta hoje?”

Fantasma neon também será exibido junto a Fogo-fátuo, de João Pedro Rodrigues.

Citações de Leonardo Martinelli extraídas dos portais:
Le Polyester (em francês) ►
Le Monde Diplomatique Brasil (em português) ►


Sideral

Carlos Segundo | Brasil, França | 2021, 15’, DCP (Casa da Praia Filmes)

Em Natal, Rio Grande do Norte, o primeiro lançamento de um foguete brasileiro tripulado está prestes a acontecer. Um casal mora com os dois filhos perto do centro espacial. Ele é mecânico, enquanto ela é faxineira. Porém, a mulher sonha com outros horizontes.

Após a estreia na edição de 2021 do Festival de Cannes, e uma carreira que inclui mais de 125 festivais e 65 prêmios, Sideral, de Carlos Segundo, esteve bastante próximo de uma indicação ao Oscar de Melhor Curta-metragem, chegando a estar entre os 15 pré-selecionados. Em entrevista ao portal C7nema.net, o diretor, que tem uma prolífica carreira no curta-metragem, declara:

“Acho que ‘desajuste’ é uma boa palavra para se referir aos personagens que normalmente abordo e me interessam muito observar (ou criar), no mundo, aquilo que está à margem, algo na ordem do ordinário. Ao olhar para esse universo, tento encontrar potência nesse mesmo ordinário. É um exercício de olhar para esse corpo, ainda imaterial e simbólico, na tentativa de descobrir o desejo que pulsa internamente e se camufla em meio às obrigatoriedades cotidianas da vida. Ao mesmo tempo, começo a pensar como levar essa personagem ao limite da sua própria existência. Esse limite vai se refletir em um ato objetivo de rutura. Eu acho que eles acabam representando (não de forma consciente para mim) esse Brasil da (re)existência e das pequenas revoluções. Acredito muito nas grandes transformações, mas talvez prefira trabalhar, nos meus filmes, as pequenas e quase invisíveis revoluções.”

Entrevista de Carlos Segundo ao C7nema.net (na íntegra) ►


A gente acaba aqui, O dia estrelado e Sideral também serão exibidos no IMS Rio, no programa 3 filmes na sessão.

Fantasma neon será exibido junto a Fogo-fátuo, de João Pedro Rodrigues, no IMS Paulista e no IMS Rio.


Ingressos

Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos no site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.

Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.

Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.


IMS Paulista

R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.

A bilheteria vende ingressos apenas para as sessões do dia. No ingresso.com, a venda é semanal: toda quarta-feira, às 18h, são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.

Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.