Compondo a programação paralela da exposição Paiter Suruí, Gente de Verdade: um projeto do Coletivo Lakapoy, a exibição dos filmes O sequestro digital, de Chidirim Nwaubani; Arte saqueada – Como os africanos lutam por seus tesouros, de Jasmin Sarwoko; e Toytxag-ey ikin, do Coletivo Lakapoy, propõe reflexões sobre memória, arquivo e restituição. Em um momento em que artistas, coletivos e instituições de diferentes contextos discutem a importância dos arquivos, direitos de acervos e formas de guarda institucional, este encontro é um convite para pensar questões produzidas por essas relações. Convidamos o público para este debate junto com o coletivo Cartografia Negra e a museóloga e professora Maria Cristina Bruno (MAE/USP), com mediação da curadora Lahayda Mamani Poma.
Classificação indicativa da sessão: 14 anos

Coletivo Lakapoy | Brasil | 2025, 23', Arquivo digital (Acervo IMS) | Classificação indicativa: 14 anos
Arquivos inéditos Paiter Suruí são vistos por anciões, que comentam as imagens enquanto falam sobre histórias do contato e tradições. O filme, comissionado para a exposição Paiter Suruí, Gente de Verdade: um projeto do Coletivo Lakapoy, decorre de uma visita ao acervo Jesco Von Putkamer, organizado pelo instituto Moreira Salles em colaboração com o IGPA/PUC Goiás.
[O sequestro digital]
Chidirim Nwaubani | Reino Unido | 2023, 1’, Arquivo digital (Acervo do artista) | Classificação indicativa: 14 anos
Esta instalação apresenta a primeira repatriação digital de arte roubada no mundo. Exibe vestígios digitais de objetos saqueados de instituições prestigiadas do Norte Global por meio de LiDAR, uma tecnologia de medição a laser de altíssima precisão, renderização em 3D e criação de NFTs baseados em blockchain. A “restituição digital” do Looty contorna entraves burocráticos e oferece acesso ao patrimônio para estudantes, artistas e criadores africanos em todo o mundo. A obra questiona a autoridade tradicional dos museus, promove a descarbonização e a descolonização, e inaugura novas formas de memorializar a cultura através da tecnologia.
[Arte saqueada – Como os africanos lutam por seus tesouros]
Jasmin Sarwoko | Suíça | 2023, 30’, Arquivo digital (Acervo de Chidirim Nwaubani) | Classificação indicativa: 14 anos
Este documentário acompanha os esforços de repatriação da arte africana saqueada, com foco em abordagens contrastantes: ativismo digital e pesquisa acadêmica. Chidirim Nwaubani, fundador do coletivo digital Looty, e a arqueóloga egípcia Monica Hanna encenam um “roubo digital” simbólico no British Museum para chamar atenção para a Pedra de Roseta e outros objetos saqueados durante a era colonial. O historiador nigeriano Enibokun Uzebu-Imarhiagbe rastreia os Bronzes de Benin em museus suíços, conectando as coleções às suas origens na Cidade do Benin e mostrando por que seu retorno é importante. O filme explora o processo lento e contínuo em que museus no Ocidente confrontam o passado colonial e as demandas por restituição. Uma produção NZZ (Neue Zürcher Zeitung).
IMS Paulista
21/10/2025, terça
19h - Toytxag-ey ikin + The Digital Heist + Looted Art – How Africans Fight for Their Treasures
Sessão seguida de debate com o coletivo Cartografia Negra e a museóloga Maria Cristina Oliveira Bruno. Mediação de Lahayda Mamani Poma

Lahayda Mamani Poma
É graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP). Idealizadora e fundadora do Studio WaWa+, sua produção transita por diversos formatos e instituições, com prêmios e nomeações nas áreas de arte e arquitetura pelo IAB-SP, Sesc-SP e USP, é curadora no Instituto Tomie Ohtake e cocuradora da exposição Paiter Suruí, Gente de Verdade: um projeto do Coletivo Lakapoy, no IMS Paulista.

Maria Cristina Oliveira Bruno
É museóloga do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde atua desde 1979 e foi diretora de 2014 a 2018. É professora, ativista e militante acadêmica de causas vinculadas aos exílios da memória, à estratigrafia do abandono cultural e à importância dos museus universitários. Participa de coletivos, conselhos, redes e movimentos.
Coletivo Cartografia Negra
Ativo desde 2017, se dedica a investigar e ressignificar territórios negros em São Paulo, revelando memórias da população negra que a história oficial da cidade tenta apagar, especialmente nos séculos XVIII e XIX. Realizou, por anos, a Volta Negra, caminhada que aborda vivências negras na região central da cidade, envolvendo instituições como MIT, Unifesp e diversas escolas. Com forte atuação em projetos culturais e educativos, o coletivo participou de exposições, rodas de conversa, cursos e documentários. Em 2022, seus membros foram cocuradores da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Em 2023, participou da Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza e foi indicado ao prêmio PIPA. Também foi premiado com o Prêmio Pretas Potências, na categoria Patrimônio Imaterial.
IMS Paulista
Entrada gratuita. Sujeita à lotação da sala.
Distribuição de senhas 60 minutos antes de cada sessão. Limite de uma senha por pessoa.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.
