O filme Saneamento básico, o filme, será exibido junto ao curta-metragem Ilha das Flores, ambos do diretor Jorge Furtado.
Classificação indicativa da sessão: 12 anos

Jorge Furtado | Brasil | 2007, 112’, DCP, restauração 4K (Vitrine Filmes) | Classificação indicativa: 12 anos
Moradores de uma pequena vila se juntam para pleitear a construção de uma estação de tratamento de esgoto. Para conseguir o dinheiro, eles precisam fazer um filme de ficção.
Com um elenco que inclui Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Lázaro Ramos, e Paulo José, Saneamento básico, o filme foi relançado nos cinemas brasileiros pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras em uma restauração 4K. O filme será exibido junto ao curta-metragem Ilha das Flores, também dirigido por Jorge Furtado.
“Eu identifico o início desse filme com uma vontade que eu tinha de fazer alguma história em cima da Commedia dell’Arte”, contou Furtado em entrevista à época do lançamento do filme. “Eu estava na época estudando os personagens da Commedia dell’Arte e queria fazer uma história de seis, sete personagens, arquetípicos da Commedia dell’Arte, numa pequena comunidade. Em função disso, comecei a pensar em alguma coisa italiana, uma colônia italiana. Tempos depois, fui ao Santa Maria Vídeo e Cinema, no Rio Grande do Sul. Visitei a quarta colônia italiana de Santa Maria pensando em locações, e, quando estava lá, durante o festival, foi lançado um concurso para produção de vídeos de cidades com até 20 mil habitantes. Santa Maria queria participar, mas não podia porque era grande demais, com seus 200 mil habitantes. [...] Então me ocorreu essa história: imaginei uma cidadezinha muito pequena, com problemas para conseguir dinheiro para algumas coisas de que precisa, mas que tem a possibilidade de fazer um vídeo.”
“Sempre existe uma contradição nos países subdesenvolvidos sobre o investimento na cultura. Como um país que não tem saneamento básico vai fazer cinema? Mas claro que essa é uma contradição boba: é preciso fazer tudo ao mesmo tempo. Não podemos só fazer saneamento. Comecei a escrever essa história com esses personagens que querem resolver um problema de saneamento básico e não têm verba, mas têm para realizar um vídeo e resolvem usar a grana para fazer a obra; fazendo um vídeo sobre a construção da obra.”
Jorge Furtado | Brasil | 1989, 14’, DCP, restauração 4K (Vitrine Filmes) | Classificação indicativa: 10 anos
Um tomate é plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. Acaba? Não. Ilha das Flores segue-o até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. E então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanos.
Um raro e especial caso de curta-metragem brasileiro amplamente difundido entre o público e prestigiado pela crítica, Ilha das Flores retorna ao cinema em nova restauração 4K, junto ao longa Saneamento básico, o filme, também de Jorge Furtado. O filme recebeu prêmios em festivais nacionais e internacionais. No Festival de Gramado de 1989, recebeu os prêmios de Melhor Curta-Metragem, Melhor Curta do Júri Popular, Prêmio da Crítica. Em 1990, recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim. Em 1991, na França, recebeu o Melhor Filme pelo júri popular e o Prêmio da Crítica no Festival de Clermont-Ferrand. Ao mesmo tempo, foi adotado como recurso pedagógico em escolas do Brasil e exterior.
Em entrevista de 2019 a Milena Buarque Lopes Bandeira para o Itaú Cultural, por ocasião dos 30 anos de lançamento, Furtado declarou: “O filme fala de desigualdade social. Esse é o tema principal: gente que sobrevive com a sobra do alimento dos animais. Essa desigualdade, infelizmente, continua existindo. Se não é igual, segue sendo muito parecida. Então, Ilha continua atual nesse sentido. Por outro lado, ele tem uma linguagem que para a época foi muito inovadora, de velocidade, de planos, de relação entre conteúdos, hoje muito mais popularizada, especialmente pela internet. O hipertexto, aquela palavrinha que você clica e vai para outro texto, várias fontes de imagens diferentes. Isso já está mais naturalizado. Mas o tema dele, o assunto, continua muitíssimo atual.”
“Quando a gente fez o filme, em 1989, eu me lembro de ter chamado dois fotógrafos diferentes e pedi a eles que não se falassem, não combinassem nada, de modo que a linguagem ficasse bem fragmentada, muito diferente de um plano para o outro. Quando aparece uma palavra no curta, surge uma imagem. Por exemplo, se é falado ‘dinheiro’, aparece uma nota. É como quando a gente procura hoje algo no Google. Se você digita ‘dinheiro’, aparecem algumas imagens.”
Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos online ou na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.
Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.
Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.
Devolução de ingressos
Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.
IMS Poços
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
Bilheteria: de terça a sexta, das 13h às 19h. Sábados e domingos, das 9h às 19h, na recepção do IMS Poços.
Os ingressos para as sessões são vendidos na recepção do IMS Poços e pelo site ingresso.com. A venda é mensal e os ingressos são liberados no primeiro dia de cada mês. Os preços variam de acordo com o filme ou a mostra.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.