Sessão Cinética, agosto de 2023
Com curadoria da revista Cinética, a sessão de agosto contará com a presença da cineasta e atriz Helena Ignez para conversar sobre os filmes A mulher de todos, pelo qual recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília em 1969 e que será exibido em cópia 35 mm, e seu curta-metragem A miss e o dinossauro, que documenta os bastidores de duas produções da Belair.
Classificação indicativa da sessão: 16 anos
Sessão especial no IMS Paulista
17/8/2023, às 19h - ESGOTADA
Exibição + debate com a cineasta e atriz Helena Ignez e os críticos da revista Cinética
Mais informações ►
Haverá outra exibição sem debate no dia 26/8.
Rogério Sganzerla | Brasil | 1969, 87’, 35 mm (Cinemateca Brasileira) | Classificação indicativa: 16 anos
Ângela Carne e Osso é uma ninfomaníaca insaciável, casada com Dr. Plirtz, ex-carrasco nazista e dono do truste das histórias em quadrinhos no Brasil. Entediada com sua vida doméstica, passa seu tempo colecionando homens no retiro idílico da Ilha dos Prazeres.
Na edição de 1969 do Festival de Brasília, Helena Ignez recebeu o prêmio de Melhor Atriz, e o filme levou ainda o troféu de Melhor Montagem. O elenco conta com as interpretações de Jô Soares, Stênio Garcia, Paulo Villaça e Antonio Pitanga. Em fevereiro de 1970, a seção “O filme em questão”, do Jornal do Brasil, dedicou ao filme uma série de críticas e também um texto de Sganzerla, em que além de dizer que o filme é mais inteligente que as críticas, declara:
“Jamais transmitirei ideias limpas, discursos eloquentes ou imagens plásticas diante do lixo – apenas revelarei, através do som livre e do ritmo fúnebre, nossa condição de colonizados mal-comportados. Dentro do lixo, é preciso ser radical. Daí o amor pelo cinema brasileiro tal como ele é: malfeito, pretensioso e sem pretensões e ilusões estéticas. Esmagado e explorado, o colonizado só pode inventar seu próprio sufocamento: o grito do protesto vem da mise en scène abortada. Ninguém pensa de forma limpa e estética de barriga vazia.”
“Continuo realizando um cinema subdesenvolvido por condição e vocação, bárbaro e nosso, anticulturalista, buscando aquilo que o povo brasileiro espera de nós desde o tempo da chanchada: fazer do cinema brasileiro o pior cinema do mundo! Ah, como isso seria maravilhoso e sensato!”
Helena Ignez | Brasil | 2005, 18’, DCP (Mercúrio Produções) | Classificação indicativa: livre
Ao registrar em super-8 o making-of de Cuidado, madame e Sem essa, aranha, duas produções simultâneas da Belair, Helena Ignez tinha o projeto de fazer este documentário à época do lançamento dos filmes da produtora, o que não foi possível. Em 2005, ela dá forma final ao ensaio, narrando em primeira pessoa sua experiência com o grupo.
Sobre A miss e o dinossauro, o crítico Leonardo Levis escreveu para a revista Contracampo: “Em toda a construção do filme, existe a tentativa de criar uma ponte entre um momento importante e em parte esquecido de nossa história cinematográfica e os dias atuais, ainda que essa ponte não seja feita de forma óbvia. As imagens dos filmes de Sganzerla e Bressane colocadas na tela, o churrasco filmado em uma super-8 desorientadora, as músicas entrando e saindo da narrativa, as sentenças de um Sganzerla jovem e extremamente lúcido que acompanham a obra servem não apenas ao início dos anos 70, mas principalmente ao início do século 21, momento no qual o terceiro mundo parece que nunca vai explodir e os sapatos continuam a sobrar. A miss e o dinossauro 2005 serve, sobretudo, a boa parte do cinema de nossa retomada, que, em busca de uma perfeição, se esqueceu de ser livre ao mesmo tempo.”
O filme recebeu o prêmio de Melhor Direção no Recine – Festival Internacional de Cinema de arquivo, em 2007.
17/8/2023, às 19h - ESGOTADA
Exibição + debate com a cineasta e atriz Helena Ignez e os críticos da revista Cinética
Helena Ignez
Nascida em Salvador, é atriz e cineasta e já realizou mais de 40 filmes. Atuou no Cinema Novo em longas como O assalto ao trem pagador (1962) e O padre e a moça (1966). Assina a direção de filmes como A moça do calendário (2017), roteiro original de Rogério Sganzerla, com quem teve extensa parceria, e o documentário Fakir (2019).
Juliano Gomes
Crítico, professor e diretor. Coeditor da revista Cinética. Publicou na revista Film Quarterly e no World Records Journal, entre outros. Integrou o júri do DocLisboa, da Mostra Tiradentes e de outros eventos. Fez parte do comitê de seleção do Sheffield DocFest (20/21). Leciona na FAAP (SP).
Júlia Noá
Editora de vídeo no Autoesporte, crítica e coeeditora da revista Cinética, mestranda em cinema de horror na USP, curadora e ciclista.
A sessão do dia 17/8 está esgotada.
Não há sessões previstas para esse filme no momento.
Sessões foram exibidas no IMS Paulista
A revista Cinética e o IMS promovem sessões bimestrais nos cinemas do Instituto, abrindo mais um espaço de reflexão e apreciação de filmes fora do circuito exibidor tradicional. Além disso, críticos da revista produzem textos especiais para as sessões e mediam um debate após algumas das exibições.
Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos no site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.
Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.
Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito).
Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.
IMS Paulista
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
A bilheteria vende ingressos apenas para as sessões do dia. No ingresso.com, a venda é semanal: toda quarta-feira, às 18h, são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.