Sessão Cinética, dezembro de 2023
O anjo nasceu, de Júlio Bressane, é a atração da Sessão Cinética de dezembro. O filme será tema de debate com Ismail Xavier e os críticos da revista, Julia Noá e Juliano Gomes, em sessão especial na sala de cinema do IMS Paulista.
Exibição + debate com Ismail Xavier e os críticos da revista Cinética
IMS Paulista: 5/12/2023, às 19h
Júlio Bressane | Brasil | 1969, 71’, 35 mm (Cinemateca Brasileira) | Classificação indicativa: 14 anos
Dois bandidos, Santamaria e Urtiga, saem pela cidade cometendo atos de violência. Santamaria, místico, acredita que assim está se aproximando de um anjo que lhe limpará a alma. Urtiga segue os passos do amigo, acreditando também no anjo da salvação. Afinal, Santamaria, que morreu pouco a pouco com as suas vítimas, identifica-se com a figura do anjo e enlouquece.
Em entrevista à revista Limite em abril deste ano, Bressane comenta sua relação com o plano- sequência: “O cinema começou como plano-sequência: eram planos de três minutos que se rodavam inteiros. Depois é que, na feitura dos filmes, com o D. W. Griffith e tal, se começou a decupar, montar… Desde o meu primeiro filme, eu sempre tive uma intuição do plano-sequência. Desde os filmes em que eu estava ainda me formando, fazendo meu primeiro filme, sempre fiquei atraído pelos planos-sequência. Sempre, desde sempre. Mesmo nos filmes industriais, americanos, cheios de planos-sequência de dois, três, quatro minutos sem cortes, o plano-sequência sempre me atraiu. O primeiro filme que eu fiz, de longa-metragem, tinha um longo plano-sequência, fixo, inclusive. Tinham só movimentos panorâmicos, mas era um plano-sequência de três minutos e tanto. Depois, eu fiz O anjo nasceu, que é exatamente a saturação do plano-sequência: é todo filmado em planos longos, que vão em um ritmo que, no final, se estende ao infinito, à saturação”.
“O plano-sequência tem uma coisa que sempre vai me interessar. Além do personagem, da história, do entrecho, o que há é o filme. Então, o plano-sequência tem essa abertura, ele se curva sobre si mesmo, é um signo que vê a si próprio. A coisa principal do plano-sequência é o cinema, a evidência do plano-sequência. Em um plano de três, quatro minutos, de seja o que for, é aquela duração estendida que se torna o principal e nisso aí é que está o cinema. O plano-sequência é uma espécie de plano autorreferencial, se refere a si próprio e esse ‘si próprio’ é o filme, é irredutível. Então, eu sempre me interessei por isso – não pelo tempo corrido, mas pela duração da concentração, da tensão sobre uma coisa.”
Exibido no Festival de Brasília, em 1969, o filme de Bressane foi premiado na categoria Melhor Música.
Entrevista do diretor Júlio Bressane a revista Limite (na íntegra) ►
Não há sessões previstas para esse filme no momento.
Sessões foram exibidas no IMS Paulista
A revista Cinética e o IMS promovem sessões bimestrais nos cinemas do Instituto, abrindo mais um espaço de reflexão e apreciação de filmes fora do circuito exibidor tradicional. Além disso, críticos da revista produzem textos especiais para as sessões e mediam um debate após algumas das exibições.
Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos no site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.
Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.
Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito).
Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.
IMS Paulista
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.
A bilheteria vende ingressos apenas para as sessões do dia. No ingresso.com, a venda é semanal: toda quarta-feira, às 18h, são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.
Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.