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Vaga carne + Sete anos em maio +

Cavalinho de barro

Vaga carne será exibido junto ao média-metragem Sete anos em maio, de Affonso Uchôa, e ao curta Cavalinho de barro, de Silveraço. Este último foi produzido no contexto das ações do coletivo Coquevídeo para o programa IMS Convida.

Em sentido horário, cenas dos filmes Vaga Carne, Sete anos em maio e Cavalinho de Barro

Vaga carne

Grace Passô e Ricardo Alves Jr. | Brasil | 2019, 45', DCP

Uma voz toma posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo procuram por uma identidade própria enquanto questionam seus papéis dentro da sociedade.

Vaga carne é uma transcriação do espetáculo teatral homônimo da atriz e dramaturga Grace Passô. Foi exibido na abertura da 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes, na qual Passô foi homenageada. Em entrevista ao podcast Cinefonia, da Rádio Tiradentes, a artista comenta sobre o processo de transposição da obra para o cinema:

“Eu diria que um dos maiores esforços que a gente tem que fazer é entender a relação da atuação com a câmera. No lugar do teatro, o espaço se dá entre público e atuação. Já no cinema, somos permeados por máquinas, somos mediados por máquinas. Essa mediação te faz criar uma obra através de máquinas, mas que a gente só opera com nossa extrema sensibilidade, e isso é um dos maiores trabalhos.

[…]

No teatro, é como se você criasse uma festa toda noite. Por exemplo, quando você vai fazer uma festa, você pensa em tudo para que ela aconteça. Uma festa não acontece só numa racionalidade distante e fria. Tem uma relação entre corpos que é muito viva. Eu acho que faço teatro para me lembrar — e consequentemente isso faz com que eu tente que as outras pessoas se lembrem também — de que eu estou viva. Porque a ideia de ter que presentificar uma situação a cada apresentação é muito metafórica de como a gente tem que viver. [...] No cinema, existe um trabalho de prospecção para alguma coisa do depois. É uma outra relação com a temporalidade que o cinema tem em relação ao teatro. Mas eu te confesso que eu só falo essas coisas em entrevistas porque, normalmente, eu sou muito ligada ao desejo de fazer alguma coisa, sabe? O desafio de pensar o que seria essa peça como filme me excita, eu acho legal, eu acho inventivo, e me obriga a lembrar as coisas básicas que fazem aquilo ser uma peça de teatro, o que faz ser um filme. Esse exercício me mantém mais viva artisticamente falando também.”

Íntegra da entrevista de Grace Passô ao podcast Cinefonia a partir dos 28 minutos.


Sete anos em maio

Affonso Uchôa | Brasil | 2019, 42', DCP

Em uma noite de maio, sete anos atrás, Rafael chegava em casa depois do trabalho. Quando abria o portão, alguém chamou seu nome. Ele olhou para o lado e viu pessoas que não conhecia. Saiu da sua casa carregado pelos desconhecidos e nunca mais voltou. Desde então, ele vive como se aquela noite nunca tivesse terminado.

Em entrevista ao portal Cine Festivais, o diretor Affonso Uchôa (de Arábia e A vizinhança do tigre) conta que o projeto se alterou ao longo do tempo, conforme se debruçava na questão de como filmar o depoimento de seu protagonista: “Inicialmente, eu tinha a ideia de fazer um documentário meio Maya Deren, em que eu ia cortando, mudando as locações, enquanto ele mantinha o fluxo do relato, sabe? Em 2017, na primeira etapa de filmagem, eu filmei assim. E quando fui pra montagem, vi que era um erro. O dispositivo formal estava atrapalhando a gente a ouvir o Rafael.”

A partir de então, Uchôa sentiu a necessidade de refazer o filme, como explica em entrevista para o portal Cine Festivais: “A ideia era dar mais liberdade para o espectador poder imaginar as coisas. [...] Ele vai ter que ver de outra maneira, dentro da cabeça dele, e as palavras é que vão conduzir para essa imaginação. [...] Depois que eu entendi qual tinha que ser a duração, a extensão desse relato, falei: ‘Sim, agora é o momento de trabalhar isso como material verbal-cinematográfico’. O que pode ser a palavra no cinema? A palavra no cinema pode ser imagem. Como pode ser imagem?”

Exibido em diversos festivais no Brasil e exterior, Sete anos em maio recebeu, entre outros, o Prêmio Silvestre para Melhor Curta-Metragem, no Indie Lisboa, e o Prêmio de Melhor Filme da Seção "Novos Rumos" do Festival do Rio, ambos em 2019.

Íntegra da entrevista de Uchôa ao portal Cine Festivais.


Cavalinho de barro

Silveraço | Brasil | 2020, 7', DCP

Conversando e cantando pelo celular, Mestre Assis Calixto, patrimônio vivo de Pernambuco, interage com crianças via internet. Mesmo sem contato físico, imposto pela quarentena, Tio Assis continua sendo uma referência para os mais jovens. Bora brincar de cavalinho de barro?

O curta foi produzido dentro do programa IMS Convida, em parceria com o coletivo Coquevídeo – Formação e Experimentação Audiovisual, de Pernambuco, que articula e desenvolve diversas ações em prol da consolidação de um campo de produção de arte e comunicação na comunidade do Coque, em Pernambuco. Cavalinho de barro será exibido junto aos médias Vaga carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr., e Sete anos em maio, de Affonso Uchôa, filmes em cartaz no Cinema do IMS.

Cavalinho de Barro, de Silveraço (coletivo Coquevídeo), no Programa Convida.

IMS Convida

Lançado pelo Instituto Moreira Salles em abril de 2020 em resposta aos danos causados à produção das artes pela pandemia, o programa Convida disponibilizou R$ 1,5 milhão em suas três fases para comissionar 171 artistas, individuais e coletivos, apresentados no site e nas redes sociais do IMS. Nesta reabertura das salas de Cinema do IMS Rio e IMS Paulista, cada um dos filmes em cartaz será acompanhado por um curta-metragem produzido no âmbito do programa. Seja por aproximação, contraste ou complementariedade, convidamos os filmes a conversar. E convidamos o público a conversar com eles.


Programação

Não há sessões previstas para esse filme no momento.

Sessões foram exibidas no IMS Rio e no IMS Paulista.


Ingressos

Vendas
Os ingressos do cinema podem ser adquiridos no site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, mais informações abaixo.

Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.

Cliente Itaú
Desconto de 50% para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.


IMS Paulista

Terça a quinta: R$20 (inteira) e R$10 (meia). Sexta a domingo e feriados: R$30 (inteira) e R$15 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na Praça, no 5º andar.

A bilheteria vende ingressos apenas para as sessões do dia. No ingresso.com, a venda é semanal: toda quarta-feira, às 18h, são liberados ingressos para as sessões que acontecem até a quarta-feira seguinte.

Não é permitido o consumo de bebidas e alimentos na sala de cinema.

IMS Rio

Terça a quinta: R$20 (inteira) e R$10 (meia). Sexta a domingo e feriados: R$30 (inteira) e R$15 (meia).
Bilheteria: de terça a domingo, das 12h até o início da última sessão de cinema do dia, na recepção.

A bilheteria vende ingressos apenas para as sessões do dia. No ingresso.com, as vendas para as sessões de cada mês acontecem a partir do 1º dia do mês vigente.


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